Mudanças vão exigir sacrifícios, diz Aécio Neves em cerimônia de
posse
A solução para os problemas do Estado e do País vai
exigir sacrifícios de toda a sociedade, afirmou o governador Aécio
Neves, em seu discurso durante a solenidade de posse na Assembléia
Legislativa nesta quarta-feira (1o/1/2003). "O mundo
inteiro reacomoda sua economia e as suas idéias políticas, depois
das mudanças bruscas provocadas pela globalização da última década",
justificou o governador recém-empossado.
Para enfrentar os problemas gerados pela
globalização, Aécio Neves conclamou a colaboração do Poder
Legislativo. "O êxito de nossa ação de governo depende de uma
parceria entre esta Casa e o Palácio da Liberdade. Estou
absolutamente convencido de que estamos, em Minas e no Brasil,
entrando em um período de responsabilidades políticas e
administrativas graves, que reclamam o esforço e a contribuição de
todos, sejam governo, sejam oposição", afirmou.
O governador também lembrou, em seu discurso, a
necessidade de resgatar a autonomia dos Estados e propôs um novo
pacto federativo. "Há muitos anos que o poder central se esqueceu do
compromisso de respeitar a autonomia dos municípios e Estados. União
pressupõe a igualdade das partes. Se algumas partes se sobrepuserem
a outras, não há união, mas sim submissão. Se não formos capazes de
restaurar o pacto federativo, a integridade nacional estará ameaçada
pelos aventureiros que sempre se nutrem dos ressentimentos
regionais", alertou.
Minas Gerais, pela importância política que
historicamente ocupou, tem papel importante na retomada desse
processo, segundo Aécio Neves. "Minas, mais que qualquer outro
Estado, em razão de sua história e de seu caráter, tem o dever de
promover a restauração do pacto federativo nacional", disse.
Antônio Júlio elogia experiência parlamentar de
Aécio Neves
Em seu discurso durante a reunião solene de posse
do governador, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado
Antônio Júlio (PMDB), lembrou a experiência parlamentar de Aécio
Neves (PSDB). Para Antônio Júlio, como presidente da Câmara dos
Deputados, Aécio recuperou a importância do Parlamento como foro de
debates das grandes questões nacionais.
"Na presidência da Câmara, Aécio procurou se
aproximar da sociedade. De uma maneira dinâmica e corajosa, não
hesitou em colocar em votação matérias importantes, mas polêmicas,
que foram devidamente discutidas e aprovadas", afirmou Antônio
Júlio. Entre essas matérias, o presidente citou a restrição às
medidas provisórias editadas pelo Poder Executivo e a limitação da
imunidade parlamentar.
O presidente também elogiou o bom relacionamento de
Aécio Neves com Itamar Franco. "O pacto político entre ambos nos faz
prever um futuro promissor para o Estado, alicerçado no diálogo e no
respeito mútuo com o novo governo federal", disse. O presidente
lembrou ainda a importância de Minas Gerais na vida política do
país.
"Nada poderá ser decidido neste país sem a
participação do nosso Estado. A liberdade, quando abortada de nossa
história política recente, foi recolocada no horizonte da pátria
pela visão de futuro de Tancredo Neves. O tom inovador e ponderado
de Aécio Neves irá mais uma vez influenciar os rumos desta nação",
disse.
Como foi a cerimônia
O governador Aécio Neves e o vice, Clésio Andrade,
chegaram à Assembléia ao meio-dia e foram recebidos pelo presidente,
deputado Antônio Júlio. Os dois cumprimentaram prefeitos e
vereadores que os aguardavam no Hall das Bandeiras. Diversas pessoas
se aglomeravam em frente a Assembléia para ver o governador de perto
e assistiram à cerimônia de posse em um telão.
Aécio e Clésio entraram no Plenário conduzidos
pelos deputados Alberto Pinto Coelho (PPB), Adelmo Carneiro Leão
(PT), Ivair Nogueira (PMDB) e Alberto Bejani (PFL) e foram
aplaudidos de pé pelas autoridades que comparecerem à cerimônia. O
Hino Nacional foi executado pela Banda de Saxofones Vera Cruz.
Em seguida, o governador e o vice entregaram ao
presidente suas declarações de bens e leram o Compromisso
Constitucional: "Prometo manter, defender e cumprir a Constituição
da República e a do Estado, observar as leis, promover o bem geral
do povo mineiro e sustentar a integridade e a autonomia de Minas
Gerais". Aécio Neves assinou o termo de posse com a mesma caneta que
seu avô Tancredo Neves usou 20 anos atrás, quando assumiu o governo
do Estado.
Após a declaração de posse, feita pelo presidente,
Aécio e Clésio receberam as Constituições do Estado e Federal e a
edição da Revista do Legislativo com os resultados e análises das
eleições 2002 e o diagnóstico dos principais problemas de Minas
Gerais. Após a cerimônia, o governador e o vice recém-empossados
foram para o Palácio da Liberdade, onde aconteceu a transmissão de
cargo.
Presenças - Além do presidente Antônio Júlio
(PMDB) e do 1o secretário da Assembléia, deputado
Mauri Torres (PSDB), compuseram a mesa as seguintes autoridades: o
secretário de Estado de Governo, Henrique Hargreaves, representando
o governador Itamar Franco; o cardeal arcebispo de Belo Horizonte,
Dom Serafim Fernandes de Araújo; o deputado federal Leur Lomanto
(PMDB-BA), representante da Câmara dos Deputados; o senador Eduardo
Azeredo (PSDB); e o presidente do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais, desembargador Gudesteu Biber Sampaio.
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