Discussão do Plano de Carreira da Educação causa polêmica

A Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia se reuniu extraordinariamente, na tarde desta quarta-feira (11/...

11/12/2002 - 22:31
 

Discussão do Plano de Carreira da Educação causa polêmica

A Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia se reuniu extraordinariamente, na tarde desta quarta-feira (11/12/2002), com representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sind-UTE) e da Secretaria de Estado da Educação. O objetivo foi discutir as repercussões financeiras do Plano de Carreira da Educação, contido no Projeto de Lei Complementar (PLC) 53/2002, do governador, de forma a subsidiar a elaboração do parecer de 2º turno do relator do projeto na comissão, deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), que é também líder do partido na Assembléia.

O convite para a reunião, feita a requerimento do deputado Rogério Correia (PT), incluía representante da equipe de transição do novo governador, Aécio Neves, que não compareceu. Tendo em vista que a matéria seria discutida na mesma tarde em reunião entre a equipe do governo eleito e o Colégio de Líderes da Assembléia Legislativa, o presidente da Comissão de Educação, deputado Paulo Piau (PFL) encerrou a reunião e convocou extraordinária para às 19h30, que não aconteceu. Nesse horário, ainda estava sendo realizada a reunião do Colégio de Líderes com representantes da equipe de transição do novo governo para discutir a proposta.

Parecer - Na reunião da última terça-feira (10), o deputado Antônio Carlos Andrada havia informado que não emitiu o parecer devido à falta de informações sobre o impacto financeiro do Plano de Carreira na folha do Estado. Na quarta (11), reforçou: "O formato do plano não é o melhor para o Estado. A junção do estatuto com o plano de cargos traz um complicador jurídico, que pode dificultar futuras negociações. Além disso, o impacto financeiro só poderá ser analisado ao final do processo, pois os critérios de regulamentação não foram estabelecidos".

"O professor espera ganhos e vantagens e pode se frustar, se não houver verbas", continuou, afirmando que, na reunião entre líderes e equipe de transição, tentaria chegar a um entendimento quanto à questão. A platéia protestou quando o deputado disse que iria se retirar da reunião para comparecer ao Plenário. "Não vou me submeter à ditadura de quem não quer ouvir, mas somente impor opiniões. Não irei mais participar de debates", afirmou, ao sair. O deputado Paulo Piau (PFL) informou que o relator está dentro do prazo regimental para emitir o parecer.

Deputado critica demora no envio e tramitação do projeto

O deputado Rogério Correia ponderou que, se o novo governador não tem segurança quanto ao impacto do plano nas finanças do Estado, é necessário esclarecer as dúvidas, para sancionar ou vetar o projeto de uma vez. "De fato, os custos do Plano de Carreira não podem ser dados em números absolutos. O governo enviou o plano sem a tabela salarial, e, como a demora foi grande, acabou ficando impedido por causa dos limites das Lei de Responsabilidade Fiscal", disse Correia. Uma saída, para ele, seria aumentar o prazo para o novo governo enviar a tabela salarial, deixando em aberto outros pontos para posterior regulamentação.

De acordo com o subsecretário de Administração do Sistema de Ensino da Secretaria de Estado da Educação, Gilberto José Resende dos Santos, os pontos a serem regulamentados incluem aspectos como incorporações e progressões verticais e horizontais na carreira. Ele lembrou que a comissão paritária, composta pela Secretaria e pelo Sindicato, encarregou-se de elaborar, em primeiro lugar, as diretrizes do Plano de Carreira.

"O investimento - e não o gasto - que se concede à estrutura da educação resulta na qualidade do ensino que o governo pretende dar para a sociedade. Pedimos que o relator apresente logo uma definição, seja pela aprovação ou rejeição", afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sind-Ute), Antônio Carlos Hilário. O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PPB) ressaltou que a preocupação da Comissão de Educação não só para com os servidores do magistério, como também para os servidores designados que não têm garantias.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Paulo Piau (PFL), presidente da comissão, Antônio Carlos Andrada (PSDB), Dalmo Ribeiro Silva (PPB), Rogério Correia (PT) e Luiz Menezes (PPS). Os convidados da Secretaria de Estado da Educação foram o subsecretário de Administração do Sistema de Ensino, Gilberto José Resende dos Santos, e a superintendente de Administração de Pessoal Maria de Lourdes Carvalho. Do Sind-Ute, participaram o presidente, Antônio Carlos Hilário, e a assessora técnica, Liliane Resende.

 

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