Relator de emenda à PEC 94 pede prazo regimental

A emissão de parecer sobre emenda à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 94/2002, que cria o Conselho de Contas do...

05/12/2002 - 18:20
 

Relator de emenda à PEC 94 pede prazo regimental

A emissão de parecer sobre emenda à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 94/2002, que cria o Conselho de Contas dos Municípios, foi adiada. O relator da matéria, deputado Alberto Bejani (PFL), pediu prazo regimental para analisar a emenda, durante reunião da Comissão Especial da PEC, nesta quinta-feira (5/12/2002).

O parlamentar argumentou que precisa de mais informações para redigir o parecer sobre a emenda, apresentada em Plenário na quarta-feira (4), durante a discussão da PEC em 1º turno. A emenda nº 1, do deputado Rogério Correia (PT) e outros, proíbe o aumento de despesas na implantação do Conselho de Contas dos Municípios. Bejani também apresentou dois requerimentos, mas apenas um foi aprovado pela comissão.

O requerimento aprovado solicita a presença do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), José Ferraz, na próxima reunião da comissão, marcada para terça-feira (10), às 17 horas. Ao encaminhar a votação do requerimento, o deputado Olinto Godinho (PTB), autor da PEC 94/02, defendeu que o presidente do TCE poderá explicar qual é a situação do Tribunal, quantas contas estão sem julgamento e qual o volume de trabalho acumulado. Ele disse ainda que esse acúmulo não existe por incompetência dos conselheiros, mas pelo tamanho do Estado.

O outro requerimento apresentado solicitava ao TCE informações sobre o número de processos relativos às contas municipais ainda pendentes; o prazo médio para que o TCE julgue essas contas e o número de diligências e tomadas de contas efetuadas nos municípios mineiros nos últimos cinco anos. O requerimento foi rejeitado sob alegação de que a Assembléia já dispõe dessas informações.

Autor da proposta critica imprensa

Ao defender a PEC, o deputado Olinto Godinho (PTB) questionou a cobertura que a imprensa vem fazendo do projeto e justificou a criação de mais sete cargos vitalícios de conselheiros como um princípio previsto na Constituição do Estado, que já é observado para o preenchimento das vagas dos atuais conselheiros do TCE. O deputado acrescentou que não vê problemas na renovação desses cargos a cada quatro anos, como acontece em relação aos assentos da Assembléia.

Embora não seja integrante da comissão, o deputado Rogério Correia (PT) pediu a palavra para sugerir ao deputado Alberto Bejani (PFL) que inclua em seu parecer emenda extinguindo o TCE por 180 dias para que a Assembléia proponha uma nova estrutura para o órgão. "O Tribunal tem uma estrutura cara (R$ 158 milhões previstos no Orçamento de 2003) e inoperante", afirmou.

O deputado Hely Tarqüínio (PSDB) ponderou que a Assembléia Legislativa não tem condições de estabelecer regras para o TCE, pois não exerce bem sua função fiscalizadora. "A Assembléia aprova contas com base nos pareceres vindos do próprio Tribunal", explicou. Tarqüínio acredita que é possível melhorar o TCE sem gerar novos gastos e sugeriu que fosse aprovada emenda nesse sentido.

O deputado Paulo Piau (PFL) rejeita a idéia de aumentar o número de conselheiros para otimizar o trabalho do TCE. "Se formos nessa linha, a cada vez que a legislação for ficando mais complexa, mais terá que se ampliar o Tribunal de Contas", justifica. "Ou se transforma o Tribunal em um órgão fiscalizador, ou ele será mesmo um tribunal de faz de contas", concluiu. O deputado disse, no entanto, que a PEC suscita uma avaliação oportuna do TCE.

As declarações do conselheiro do TCE, Sylo Costa, na imprensa, foram alvo do discurso do deputado Agostinho Silveira (PL). O parlamentar desafiou o conselheiro a debater a constitucionalidade da PEC com os deputados que têm formação na área jurídica. Agostinho Silveira manifestou sua indignação quanto à divulgação dos possíveis novos conselheiros e lembrou que a PEC ainda está em fase de discussão. "Além disso, cada nome apresentado também precisará ser aprovado pelo Plenário."

Tramitação - A PEC 94/2002 chegou ao Plenário no dia 19 de novembro, quando foi designada uma Comissão Especial para estudar a matéria. A comissão elegeu presidente e vice e designou relator no dia 26. Nesse mesmo dia, em reunião extraordinária, aprovou parecer opinando pela aprovação da proposta. A discussão da PEC em 1º turno no Plenário começou no dia 28 de novembro e encerrou-se no dia 4 de dezembro com a apresentação da emenda nº 1. Nesta quinta-feira (5) a PEC voltou à Comissão Especial para receber parecer sobre a emenda. A proposta só voltará a Plenário em 2º turno, depois de votado o parecer do relator, que tem o prazo de 10 dias para fazer isso.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Alberto Bejani (PFL), presidente; Ambrósio Pinto (PTB); Dimas Rodrigues (PMDB); Kemil Kumaira (PSDB); José Milton (PL); Hely Tarqüínio (PSDB); Agostinho Silveira (PL); Olinto Godinho (PTB); Rogério Correia (PT); José Braga (PMDB) e Paulo Piau (PFL).

 

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