Empresários pedem redução de impostos sobre gás natural veicular

O mercado de gás natural veicular (GNV) em Minas Gerais poderia dobrar de tamanho nos próximos dois anos, mas está em...

04/12/2002 - 18:25
 

Empresários pedem redução de impostos sobre gás natural veicular

O mercado de gás natural veicular (GNV) em Minas Gerais poderia dobrar de tamanho nos próximos dois anos, mas está em retração, problema que só poderá ser resolvido com empenho do governo do Estado em diminuir impostos como o ICMS sobre o gás e o IPVA. O diagnóstico foi feito por representantes de convertedoras e postos de GNV, convidados da reunião da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte desta quarta-feira (4/12/2002), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Alternativa mais barata e menos poluente que a gasolina e o álcool, o GNV começou a ser comercializado em 1999. Desde então, começou a movimentar um lucrativo mercado que envolve fabricantes de equipamentos, como tanques e compressores, postos de abastecimento e convertedoras de motores. Em todo o Brasil, as convertedoras empregam 9.792 pessoas, e cada emprego direto gera outros dez indiretos, segundo a Câmara Setorial do Gás.

Em Minas, o mercado de conversão de motores vinha crescendo, até que, em março deste ano, a alíquota de ICMS sobre o GNV subiu de 12% para 18%, passando a ser a maior do Brasil. O aumento de 7% no preço do gás, que passou a custar entre 91 e 96 centavos, espantou os potenciais novos consumidores. O resultado foi desastroso para as empresas do setor. "O crescimento do mercado foi freado e as vendas ficaram estagnadas", afirmou o representante do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Minaspetro), Konstantinos Antipos.

O número de convertedoras caiu de 74 para 35 em 2002. No ano passado, as empresas do setor empregavam 592 pessoas no Estado, número que caiu para 280 neste ano. A média de conversões foi reduzida de 1.731 para 400 por mês. Embora o número de postos tenha aumentado - subiu de 30 para 44 - o volume de gás comercializado caiu de 181 mil para 147 mil metros cúbicos por mês. Os números são da Câmara Setorial do Gás.

Redução de impostos é saída para a crise

A retomada do crescimento do mercado de gás natural veicular passa pela redução de impostos. A proposta foi defendida pelo representante da Associação Brasileira de Gás Natural Veicular, Pedro Zwaal. Para ele, é preciso voltar com a alíquota de 12% de ICMS e reduzir o IPVA para carros com motor convertido. Pedro também defendeu a instalação de postos de GNV no interior e a revisão da composição do preço do produto pela Gasmig, única fornecedora do combustível em Minas. O representante do Minaspetro, Konstantinos Antipos, foi mais enfático. "A única alternativa é a redução da alíquota do ICMS. Não buscamos incentivo, mas sim igualdade de condições", afirmou.

Para o deputado Doutor Viana (PMDB), a solução para essa crise depende de maiores investimentos da Gasmig na expansão de sua rede distribuidora, redução de ICMS e IPVA, e incentivos para a criação de um pólo industrial de equipamentos de conversão. O deputado Eduardo Brandão (PL) defendeu a elaboração de um documento com essas propostas, para ser enviado ao governador. Já o deputado Alencar da Silveira Júnior (PDT) disse que vai apresentar ao Projeto de Lei (PL) 1.974/2002, do governador, que reduz a carga tributária sobre artefatos de cimento, uma emenda para reduzir o ICMS sobre o GNV. "Estamos resolvendo o problema do cimento, vamos resolver também o problema do gás", justificou.

PL sobre devolução de ingressos tem parecer favorável

O Projeto de Lei (PL) 2.186/2002, do deputado Eduardo Brandão (PL), que garante a devolução de ingressos para eventos culturais e esportivos realizados em espaços de propriedade do Estado, recebeu parecer favorável de 2o turno da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte. O relator, deputado Doutor Viana (PDT), opinou pela aprovação do projeto na forma do vencido em 1o turno.

Também recebeu parecer favorável o PL 2.322/2002, da Comissão Especial da Lista de Assinantes, que obriga as concessionárias de telefonia fixa a limitar os preços de seus cadastros para edição de listas telefônicas. O relator, deputado Bené Guedes (PDT), lembrou que, caso aprovado, o projeto poderá impedir a formação de cartéis de editoras e combater a publicidade enganosa ou abusiva nas listas telefônicas. O PL 2.322/02 tramita em 1o turno e já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça.

A Comissão de Defesa do Consumidor recomendou ainda a aprovação do PL 2.370/2002, da deputada Maria José Haueisen (PT), que proíbe a inscrição de devedores de tarifas públicas em cadastros de consumidores inadimplentes. O relator, deputado Doutor Viana, ressaltou que as punições para os assinantes inadimplentes são estabelecidas no contrato firmado com as operadoras de telefonia. Essas punições incluem multas, juros, encargos financeiros e até suspensão dos serviços, mas não o envio dos nomes dos inadimplentes para os bancos de dados restritivos de crédito. Por isso, opina pela aprovação do projeto, em 1o turno, na forma do substitutivo no1, da Comissão de Constituição e Justiça.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Maria José Haueisen (PT), Bené Guedes (PDT), Alencar da Silveira Júnior (PDT), Eduardo Brandão (PL) e Doutor Viana (PMDB).

 

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