Comissão aprova alterações na Lei Robin Hood

Foi aprovado nesta terça-feira (03/12/2002), na Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, parecer de 2º turno...

03/12/2002 - 19:08
 

Comissão aprova alterações na Lei Robin Hood

Foi aprovado nesta terça-feira (03/12/2002), na Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, parecer de 2º turno do Projeto de Lei 1.756/2001, do deputado Amílcar Martins (PSDB), alterando artigos da Lei 13.803/2000. A Comissão, ouvida a requerimento do deputado Ivair Nogueira (PMDB), apresentou duas emendas.

A lei 13.803, conhecida como Lei Robin Hood, dispõe sobre a distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pertencente aos municípios. Ela está sendo aperfeiçoada, segundo o autor, para alterar os critérios dessa distribuição do imposto. O PL segue para a Comissão de Constituição e Justiça, a pedido do deputado Geraldo Resende (PMDB), e depois para a Comissão de Fiscalização Financeira.

Comissão acrescenta emendas ao texto do primeiro turno.

O projeto foi aprovado em 1o turno na forma do substitutivo número 3, o que possibilita a adoção de políticas públicas nas áreas de meio ambiente e patrimônio cultural e ainda índice populacional. O Valor Adicionado Fiscal (VAF), que pela Constituição é o índice usado para a distribuição da parcela do ICMS que cabe aos municípios, está sendo diminuído de 79,6%, para 75%, dando um índice de 25% para os critérios de distribuição da Lei Robin Hood. O projeto foi redistribuído para o deputado Ailton Vilela (PTB), que apresentou parecer no lugar do primeiro relator, João Leite (PSB), que comunicou à Comissão sua impossibilidade de comparecer à reunião.

No parecer, o relator apresentou a emenda nº 1 que suprime do Anexo 1, a que se refere o artigo 1o do projeto, os critérios relativos à incidência deste ano, por impossibilidade de aplicação. E a nº 2 que altera o texto do artigo 14. Os critérios da Robin Hood incluem a área geográfica, a população, educação, produção de alimentos, patrimônio cultural, meio ambiente, saúde e outros.

O relator leva em conta no parecer os problemas de concentração populacional, aumento da participação dos municípios mais populosos, e ainda cria formas de levar mais recursos para as cidades que enfrentam problemas de segurança e transporte público, devido à interdependência umas das outras. A lei Robin Hood fez uma alteração profunda na distribuição do ICMS, para beneficiar os municípios pequenos, onde a formação de recursos é menor, diminuindo, conseqüentemente, sua cota-parte. Pela Constituição Federal, dos 25% do ICMS destinado aos municípios, 79% usam como índice o VAF.

Quase 800 municípios beneficiados

Para o superintendente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Tadeu Mendonça, a mudança proposta pelo PL 1.756/2001 vai beneficiar cerca de 800 municípios, "com perdas para os grandes, que não serão feitas de uma única vez, mas de forma gradativa e com ganhos para os pequenos, também de forma gradual". Desde a implantação da Lei Robin Hood, vários municípios com território de cerca de 4.500 quilômetros tiveram sua arrecadação aumentada para R$ 23 mil por mês, já que um dos critérios da lei é a área territorial.

Segundo Tadeu Mendonça, haverá uma grande briga para a aprovação do projeto em Plenário, "mas temos grande esperança de que ocorra a aprovação, e ainda este ano, mesmo com o lobby dos grandes municípios". Ele disse que a lei tem de ser aperfeiçoada constantemente porque os critérios nos quais ela se baseia estão em constante evolução. "Tal controle de critérios vai ser feito de acordo com a capacidade organizacional de cada cidade". Um dos critérios que está sendo modificado agora é o populacional, "para que os municípios mais populosos, que já geram mais recursos, não continuem a receber mais da cota-parte distribuída pela Robin Hood".

A lei Robin Hood já havia previsto a aplicação dos 25% dentro dos critérios de meio ambiente, patrimônio cultural, saúde, educação, área territorial, só que devido à discordância das cidades grandes, a aplicação estava sendo feita em cima de 21,4%. O PL 1.756/2001 agrega os restantes 4,6% naqueles critérios, retirando-os do índice VAF. Para Mendonça, só haverá uma distribuição justa de impostos, se houver delimitação das reais obrigações dos municípios, Estados e Federação, "e isso pode ser feito com leis complementares, que desonerem um pouco os municípios".

Presenças - Compareceram os deputados Marco Régis (PL), presidente, Ailton Vilela (PTB) e Mauro Lobo (PSB); e o superintendente da Associação Mineira dos Municípios, Tadeu Mendonça.

 

 

 

 

 

 

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