TVs e experiências regionais ocupam centro da discussão no
Secomlegis
Cada Legislativo escolhe uma forma de se aproximar
da sociedade, de divulgar o trabalho dos parlamentares, de acordo
com a própria cultura do Estado. No segundo dia do II Seminário
Nacional de Comunicação no Poder Legislativo (Secomlegis),
representantes da Assembléia Legislativa de Pernambuco apresentaram
um projeto cujo objetivo é restaurar e preservar a memória
pernambucana, através de publicações específicas sobre o Legislativo
e a atuação de seus membros, ao longo da história.
O conjunto de 22 livros intitulado "Perfis
parlamentares", que conta a trajetória de deputados que tiveram
papel de destaque na vida pernambucana, e o livro "Presença
feminina", onde estão registrados os mandatos das nove deputadas que
ocuparam vaga naquela Casa, no século XX, são alguns exemplos de
publicações que hoje compõem a "Biblioteca virtual" da Assembléia de
Pernambuco.
O chefe da Divisão de Imprensa da Assembléia de
Pernambuco, Marconi Glauco Valadares, afirmou que a publicação mais
recente, o livro "A última legislatura do século", fez com que a
Assembléia de Pernambuco se transformasse em assunto fora das
editorias de política. "Viramos pauta também nos cadernos de cultura
dos jornais", lembrou. A assessora adjunta do Departamento de
Comunicação, Cláudia Lucena, disse que a próxima obra já está quase
pronta: "Ícones pernambucanos". Todos os livros estão disponíveis
para impressão, na íntegra, no site www.alepe.gov.br, que
também traz uma série de informações sobre os fatos mais relevantes
da história de Pernambuco.
A experiência da TV Senado
A coordenadora da TV Senado, Marilena Chiarelli,
trouxe para o Secomlegis a experiência da Central de Produção e
Pautas (CPP), uma tentativa recente de unificar as ações de todo o
setor de comunicação social do Senado, que inclui TV, rádio, agência
de notícias e o "Jornal do Senado". Segundo Marilena, era comum os
senadores reclamarem por serem procurados, em um só dia, por
repórteres dos vários veículos da Casa, para gravarem entrevistas
sobre os mesmos assuntos. "Com a estrutura que nós temos, o grande
desafio é não sermos redundantes", afirma.
Por enquanto, explica Marilena, a CPP do Senado
funciona apenas com uma equipe da própria TV Senado, mas o objetivo
é envolver profissionais de todos os outros setores. Com o trabalho
da CPP, a agenda parlamentar do dia é tratada de forma a facilitar a
atuação de todos os outros produtores, repórteres e apresentadores,
que passam a ter uma pauta única, com um direcionamento, sugestões
de fontes e até de perguntas. O material é disponibilizado via
internet, com acesso restrito aos funcionários da Casa, embora o
objetivo de curto prazo seja liberar essas informações também para a
imprensa externa, conforme informou Marilena Chiarelli.
Luta por espaço nas TVs
Durante a fase de debates no Secomlegis, nesta
terça-feira, as TVs legislativas ocuparam o centro das discussões.
Alguns participantes quiseram saber como são definidos os critérios
para cobertura jornalística dos eventos legislativos e como são
tratadas questões relativas ao direito de resposta nas emissoras
institucionais. Marilena Chiarelli disse que a TV Senado não cobre
questões partidárias, como convenções e reuniões de bancada. O
diretor da Rádio Senado, Max Fabiano, informou que um ato da Mesa
Diretora disciplina as ações de comunicação dentro do Senado,
oficializando manuais de redação, determinando tipos de cobertura e
permissões de uso dos estúdios e equipamentos.
Outro assunto polêmico foi o compartilhamento de
espaço entre as Câmaras municipais e as Assembléias, nas TVs dos
Legislativos estaduais. O representante da Câmara Municipal de
Montes Claros, Erick Luís Ferreira Assunção, quis saber sobre o
futuro da divulgação dos eventos municipais. O gerente-geral de
Rádio e Televisão da Assembléia de Minas, Rodrigo Lucena, explicou
que, legalmente, o compartilhamento de horários só pode ser feito
pelo sinal a cabo. No caso de Montes Claros, a TV Assembléia chega
até lá por sinal aberto, através de um investimento próprio da
Assembléia, daí a dificuldade de manter o compartilhamento. Segundo
o gerente, é preciso lutar para que a questão do compartilhamento
seja regulamentada. Lucena aproveitou o espaço do seminário para
fazer um apelo aos participantes: "precisamos nos mobilizar para
garantir nosso espaço na radiodifusão nacional. Não interessa aos
veículos comerciais que emissoras institucionais sejam
fortalecidas".
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