Assembléia instala Comissão de Segurança na quarta (4/12)

Encarregada de discutir a política carcerária, o combate ao crime organizado, a recuperação e reintegração social de ...

02/12/2002 - 12:45
 

Assembléia instala Comissão de Segurança na quarta (4/12)

Encarregada de discutir a política carcerária, o combate ao crime organizado, a recuperação e reintegração social de detentos e a defesa civil, a Comissão de Segurança Pública, a 15ª permanente da Assembléia Legislativa, será instalada na próxima quarta-feira (4/12/2002), às 16 horas, com a presença de diversos convidados. A reunião será no Teatro da Assembléia e contará com a participação do presidente Antônio Júlio (PMDB). Segundo ele, a criação da comissão permitirá a discussão, num fórum próprio e mais adequado, das graves questões de segurança pública enfrentadas atualmente, não só em Minas Gerais, como em todo o Brasil.

A Comissão de Segurança Pública é resultado de projeto de Resolução, da Mesa da Assembléia, aprovado em 2º turno em junho deste ano, transformado na Resolução 5.204/2002, que altera a redação dos artigos 101 e 102 do Regimento Interno. Estes artigos tratam das comissões permanentes.

Na última quarta-feira (27), os deputados Márcio Cunha (PMDB), Agostinho Silveira (PL), Ermano Batista (PSDB), Sargento Rodrigues (PDT) e Rogério Correia (PT) foram designados membros efetivos da comissão e os suplentes são os deputados Márcio Kangussu (PPS), Arlen Santiago (PTB), Alberto Bejani (PFL), Dalmo Ribeiro Silva (PPB) e Elaine Matozinhos (PDT). Segundo parecer da Mesa, a instalação da Comissão de Segurança Pública corresponde a uma modificação institucional com o objetivo de otimizar os trabalhos nessa área, antes abordados pela Comissão de Direitos Humanos.

A criação de uma comissão que tratasse especificamente da Segurança Pública foi, segundo o deputado Rogério Correia, uma das principais propostas da CPI do Narcotráfico. "Nós queremos que a comissão se instale como uma força-tarefa, onde não apenas os deputados, mas o Ministério Público, a Polícia Federal e os organismos de segurança pública do Estado se façam presentes, para que possamos, conjuntamente, ir construindo uma Política de Segurança Pública no Estado", explica o deputado. "Nós estamos convencidos que só haverá melhores condições nessa área se conseguirmos democratizar o debate com a sociedade", enfatiza.

A utilização da comissão como espaço privilegiado de debate é também defendida por outro integrante da comissão, o deputado Sargento Rodrigues. "Com a comissão permanente, a Assembléia não precisará criar uma CPI ou Comissão Especial para apurar fatos pertinentes à Segurança Pública, porque isso poderá ser feito por meio de audiências públicas realizadas pela nova comissão", defende o deputado.

Parlamentares defendem definição de uma política de segurança pública

Os parlamentares acreditam ainda que a Segurança Pública em Minas está deficiente. Na opinião de Rogério Correia, isso acontece principalmente porque a discussão não é aprofundada com a sociedade civil e por não se apostar financeiramente nos órgãos de segurança pública. "A Secretaria de Segurança Pública, por exemplo, deveria ser substituída por uma Secretaria de Prevenção contra a Violência, portanto, de Defesa Social, cujo comando seria unificado entre as polícias civil e militar. Haveria um comando único."

Sargento Rodrigues também acredita que não há no Estado uma política de segurança pública definida, porque não há discussão madura para solução dos problemas. O parlamentar sugere que a comissão convide o Executivo, com seus secretários, para traçar a política de segurança pública, e inclusive para discutir no orçamento o que deve ser destinado para essa área. "O cidadão e os Poderes têm que entender que Segurança Pública é cara, porque estamos tratando do maior bem jurídico, que é a vida", conclui.

Rogério Correia acredita ainda que a comissão permanente pode discutir também as modificações legais necessárias para a melhoria da Segurança Pública. "Essa será, sem sombra de dúvida, a principal função dessa comissão: reestruturar o corpo de leis que versam sobre a Segurança Pública em Minas", afirma.

Na primeira reunião da nova comissão, que será dirigida pelo deputado Ermano Batista, pois o presidente e o vice serão eleitos durante os trabalhos, será apresentado um painel com ações desenvolvidas pela Assembléia de Minas voltadas para a Segurança Pública.

Convidados - Para a reunião de instalação da Comissão de Segurança Pública foram convidados o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Gudesteu Biber Sampaio; o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal, deputado Ronaldo Vasconcelos; o secretário de Estado da Segurança Pública, Márcio Barroso Domingues; a secretária de Estado da Justiça e de Direitos Humanos, Ângela Maria Pace; a produradora-geral de Justiça, Ana Ivanete dos Santos; o comandante-geral da Polícia Militar, Cel. Álvaro Antônio Nicolau; o comandante do Corpo de Bombeiro Militar, Cel. Osmar Duarte Marcelino; o procurador chefe da Procuradoria da República, José Adércio Leite Sampaio; o superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Amilton Amâncio Pinto da Silva; o juiz do Tribunal de Alçada, Eli Lucas de Mendonça; o coordenador da Promotoria Especializada no Combate ao Crime Organizado, André Estêvão Ubaldino Pereira; o chefe da Delegacia de Prevenção e Repressão aos Entorpecentes do Departamento de Polícia Federal, Cláudio Roberto Pessoa Dornelas; o superintendente da Organização Penitenciária da Secretaria de Estado da Justiça e de Direitos Humanos, José Karam; o presidente do Conselho Estadual de Entorpecentes, Anthero Drummond Júnior; o coordenador do Centro de Estudos de Criminalidade em Segurança Pública da UFMG, Cláudio Chaves Beato Filho e o pesquisador da Fundação João Pinheiro, Luiz Flávio Sapori.

Segurança Pública já foi tema de estudos na Alemg

Em 2000, a Presidência da Assembléia Legislativa de Minas apresentou as seguintes propostas ao Conselho Estadual de Defesa Social: promoção de ações de integração entre as Polícias Civil e Militar; integração das Academias de Polícia e das atividades de Corregedoria; criação de um núcleo integrado de inteligência, responsável pelas informações estratégicas; unificação de comando, a cargo da Secretaria de Estado da Segurança Pública; parcerias com prefeituras municipais, especialmente para a melhoria de equipamentos urbanos que são de interesse da área de segurança; aumento dos investimentos na área de segurança; estímulo à criação de conselhos comunitários.

Além disso, a Alemg sensibilizou a sociedade em torno do Movimento pela Segurança e Vida. Em 6 de julho de 2000, na programação de atividades do movimento, a Alemg promoveu um grande evento, transmitido para o país via Embratel e regionalizado em Minas, contando com a participação ao vivo de pessoas, em vários municípios, por meio de rede da Telemar, em que se discutiram a "Ação Policial no Estado Democrático" e as "Formas de Envolvimento da Comunidade".

Esse evento contou com a presença de especialistas, autoridades federais e estaduais e de representantes da sociedade civil. As propostas preliminares foram encaminhadas a todos os Executivos e Legislativos no Estado, para análise, crítica e apresentação de sugestões. 86 municípios retornaram, com 876 sugestões, que foram analisadas e agrupadas por temas pelos técnicos da Casa.

A Alemg concentrou seus estudos, no ano de 2002, em aspectos específicos do ordenamento jurídico mineiro, dirigindo atenção especial à integração entre as forças policiais. Os estudos foram conduzidos por Grupo Parlamentar coordenado pelo deputado Anderson Adauto e composto pelos deputados Sargento Rodrigues, Cabo Morais, Elaine Matozinhos, Edson Rezende, João Leite, Durval Ângelo e Eduardo Brandão. O trabalho contou com a assessoria de técnicos da Consultoria da Casa e da Fundação João Pinheiro. Um dos resultados concretos dos estudos está consubstanciado na PEC 87/2002, que altera o artigo 137 da Constituição Estadual, dispondo sobre a unificação da coordenação das Atividades de Segurança Pública.

 

 

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