Comissão debate situação de servidores designados no magistério

Com o objetivo de discutir a situação de aproximadamente 15 mil servidores da Educação designados, a Comissão de Educ...

27/11/2002 - 18:49
 

Comissão debate situação de servidores designados no magistério

Com o objetivo de discutir a situação de aproximadamente 15 mil servidores da Educação designados, a Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizou uma audiência pública nesta quarta-feira (27/11/2002). Os trabalhadores, muitos deles com mais de 20 anos de trabalho, estão com seus empregos ameaçados porque não foram aprovados em um concurso público promovido pelo governo estadual em julho do ano passado.

Os servidores foram admitidos no Estado por contrato temporário de trabalho, sem qualquer vínculo empregatício. Por isso, se forem substituídos pelos candidatos aprovados, não terão direito a indenização trabalhista. Eles fizeram um apelo ao presidente da comissão, deputado Paulo Piau (PFL), para que a Assembléia Legislativa os ajude a sensibilizar o governo no sentido de efetivá-los.

A presença maciça de servidores designados tornou inviável a realização da audiência pública no auditório da Assembléia. Por isso, a reunião teve que ser feita no Plenário e começou com uma hora e meia de atraso. Falando para as galerias lotadas, o deputado Paulo Piau disse ter consciência de que os funcionários não querem ser indenizados, e sim continuar trabalhando. Em tom de desabafo, a presidente da Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais (APPMG), Joana D'Arc Gontijo, queixou-se do secretário de Estado da Educação, Murílio Hingel.

"Ele teve três anos para ensinar os ajudantes de serviços gerais a ler e escrever e não fez nada. No final do mandato, veio com uma prova de marcar cruzinha, o que é uma injustiça", afirmou a professora, completando que muitos servidores nunca tinham nem visto um gabarito de concurso na vida, e que por isso não tinham idéia de como preenchê-lo. Hingel foi convidado para a reunião, mas não compareceu nem enviou representante.

Dezenas de servidores se manifestaram durante a reunião. Eles questionaram a legitimidade do concurso, dizendo que muitos candidatos com nível superior se submeteram às provas para fazer do cargo de serviçal um trampolim para alcançarem posições mais elevadas no serviço público estadual. Um dos servidores que fez uso da palavra ironizou a possibilidade de algum bacharel lavar banheiros, varrer salas de aula e preparar comida na cantina. Denúncias de fraudes também foram levantadas pelos presentes.

Representante de pais e alunos destaca dedicação dos serviçais

O presidente da Federação dos Pais e Alunos do Estado de Minas Gerais, Mário de Assis, também presente na reunião, lembrou que hoje os servidores designados contam com o Ipsemg para tratar de problemas de saúde, mas se forem demitidos, estarão jogados à própria sorte. Ele disse ser testemunha da dedicação e do carinho com que os serviçais tratam os alunos, e que tem dúvida se algum bacharel teria a mesma postura. Por isso, afirmou que vai "até as últimas conseqüências para convencer a sociedade dessa injustiça (substituir os designados pelos concursados". Segundo Joana D'Arc, a APPMG está com uma ação judicial para anular o concurso.

Os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PPB) e José Henrique (PMDB) se solidarizaram com os servidores. Ribeiro informou que os deputados têm sempre lutado junto ao governo para garantir os direitos dos profissionais da educação. Ele disse que a comissão vai mostrar à equipe de transição do governo Aécio Neves a realidade dessas pessoas. José Henrique, no entanto, pediu que os servidores não alimentem falsas esperanças, mas garantiu que vai discutir com o atual e futuro governos do Estado um caminho para solucionar o problema.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Paulo Piau (PFL), Dalmo Ribeiro Silva (PPB), José Henrique (PMDB) e Dimas Rodrigues (PMDB), além de Joana D'Arc Gontijo, Mário de Assis e a presidente da Associação Mineira de Supervisores Pedagógicos, Gisélia de Castro Prado. O ex-reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais, Aluísio Pimenta, também acompanhou os trabalhos da comissão.

 

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