Embaixadores do Iraque e da Palestina fazem apelo de paz na
Assembléia
Se dependesse da boa vontade e solidariedade do
povo mineiro, os conflitos entre palestinos e israelenses, entre
americanos e iraquianos, terminariam. O presidente da Assembléia
Legislativa, deputado Antônio Júlio (PMDB) recebeu nesta
quarta-feira (27/11/2002), no Salão Nobre, o embaixador Musa Amer
Odeh, da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e o chanceler Iraquiano
Jarallah Al Obaidy. Os dois vieram pedir apoio dos deputados
mineiros na luta pela paz no Oriente Médio.
O presidente Antônio Júlio disse que acompanha pela
imprensa os problemas daquela região e torce por um desfecho o menos
doloroso possível para a população local. O conflito entre
palestinos e israelenses tem raízes histórico-religiosas milenares.
Ainda que fosse possível ouvir atentamente as motivações dos dois
grupos envolvidos, seria difícil chegar a uma conclusão sobre quem é
vítima de quem. O embaixador Musa Amer disse que enquanto durar a
ocupação nos territórios palestinos, não haverá paz nem segurança
para o mundo. Ele acusou o presidente israelense Ariel Sharon de ser
o mais fanático de todos o líderes que Israel já teve. "Não há
acordo de paz na agenda dele", disparou.
Já o chanceler Jarallah Al Obaidy, fez duras
críticas aos Estados Unidos e ao embargo econômico imposto ao
Iraque. Segundo ele, o país quer a paz, mas estão todos preparados
para enfrentar a guerra, a qualquer momento. Jarallah disse que as
missões internacionais que agiram no país na década de 90,
pretensamente em busca de depósitos de armas químicas, destruíram
muito da indústria local. "Até hoje ninguém conseguiu provar a
existência dessas armas, mas o embargo permanece", lamentou o
chanceler.
O deputado Rogério Correia falou durante a recepção
aos embaixadores em nome do Partido dos Trabalhadores e disse que o
Brasil precisa lutar contra o "imperialismo americano no mundo". De
acordo com o deputado, a América Latina não deverá apoiar as
investidas dos EUA contra o Iraque, nem a posição americana em
defesa de Israel no conflito com os Palestinos.
Solidariedade e negócios -
Os dois diplomatas disseram que têm um carinho muito grande pelo
Brasil e por Minas Gerais, por isso vieram à Assembléia Legislativa.
"Precisamos do apoio internacional, da ONU e de países democráticos
como o Brasil para garantirmos a nossa sobrevivência", afirmou o
embaixador palestino. O chanceler iraquiano lamentou o fato de o
embargo econômico dos Estados Unidos ter afetado também os negócios
entre Brasil e Iraque. Segundo ele, até meados da década de 80, os
negócios entre os dois países movimentavam cerca de US$ 2 bilhões
por ano; hoje, esse valor caiu para cerca de US$ 100 anuais.
Presenças - Acompanharam a
visita dos embaixadores, além do presidente Antônio Júlio (PMDB), os
deputados Rogério Correia (PT), autor do requerimento que deu origem
à visita; Ivo José (PT); Adelmo Carneiro Leão (PT) e a deputada
eleita Jô Moraes (PC do B).
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