Comissão analisa nesta quinta desverticalização da Cemig

O projeto que trata da desverticalização da Cemig será analisado, nesta quinta-feira (7/11/2002), pela Comissão de Fi...

07/11/2002 - 15:04
 

Comissão analisa nesta quinta desverticalização da Cemig

O projeto que trata da desverticalização da Cemig será analisado, nesta quinta-feira (7/11/2002), pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa de Minas. A reunião será às 14 horas, no Plenarinho IV. A proposição acabou não sendo apreciada na reunião desta quarta-feira (6/11) porque o deputado Sebastião Navarro Vieira (PFL) solicitou prazo regimental para emitir parecer sobre a matéria. Devido à ausência do relator designado, deputado Rêmolo Aloise (PFL), a matéria foi redistribuída a Navarro. O Projeto de Lei (PL) 1.416/2001, do governador, estabelece que os sistemas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia serão desenvolvidos e explorados diretamente pela Cemig ou empresas subsidiárias integrais.

O presidente da comissão, deputado Mauro Lobo (PSB), lembrou que o prazo para análise do projeto pelas comissões venceu na última segunda-feira (4) e que já foi protocolado, em Plenário, requerimento do líder do Governo, deputado Antônio Andrade (PMDB), a fim de que o PL seja incluído na ordem do dia. A previsão é de que o requerimento seja apreciado na terça-feira (12), em Plenário. Segundo Decisão Normativa da Presidência da Alemg, depois de protocolado o requerimento (o que ocorreu em 5/11), devem ser transcorridas 48 horas até que seja analisado pelo Plenário. Tendo em vista essa situação, foi marcada a reunião desta quinta-feira. O presidente Mauro Lobo (PSB) informou também que, pelos mesmos motivos, a comissão deixaria de apreciar requerimento do deputado Rogério Correia (PT) solicitando audiência pública para debater o projeto. Seriam convidados o secretário da Fazenda, o presidente da Cemig e representante do Sindieletro (o sindicato dos trabalhadores do setor). O projeto tramita em 1º turno.

Projetos que aprovam as contas do Tribunal de Contas também são analisados

Logo no início, a reunião da comissão foi suspensa para que os deputados buscassem o consenso com relação a dois outros projetos, além da proposição que trata da desverticalização da Cemig: os Projetos de Resolução (PREs) 2.398/2002 e 2.399/2002, da Comissão de Fiscalização, que aprovam as contas do Tribunal de Contas (TCE) dos exercícios de 2000 e 2001. O deputado Rogério Correia (PT) solicitou a suspensão da reunião, depois que o deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB) apresentou requerimento para que os três projetos fossem apreciados em primeiro lugar. Os pareceres favoráveis às contas acabaram sendo aprovados. Os relatores opinaram ainda pela rejeição de substitutivos do deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) que rejeitavam essas contas.

Debate das contas - Antes da aprovação do parecer relativo às contas de 2000, o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) leu seu extenso substitutivo e fez várias críticas à prestação de contas - que classificou como um relatório com inúmeras falhas em que foram apresentadas apenas "essencialidades". O parlamentar questionou o fato de não terem sido apresentados demonstrativos e outros instrumentos comprobatórios das despesas realizadas. Segundo ele, há ainda Restos a Pagar de R$ 12 milhões sem lastro financeiro, o que contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Outra indagação diz respeito à Instrução Normativa 4/99, baixada pelo Tribunal, que traz normas sobre composição e apresentação das prestações de contas dos gestores públicos. "Como o órgão exigirá que essas normas sejam cumpridas, se ele próprio não faz isso?", disse. Ele também fez questionamentos sobre pagamento de pessoal e remunerações; sobre auditorias e inspeções realizadas pelo órgão, entre outras atividades.

O substitutivo ressalta que, nos quadros de demonstrativos contábeis encaminhados na prestação de contas de 2001 (e que deixaram de ser encaminhados em 2000), há o quadro das despesas realizadas por função e subfunção (controle externo, administração geral e previdência do regime estatutário) e outro de despesas com atividades terceirizadas. O deputado conclui, então, no substitutivo, que "informativamente, a prestação de contas do exercício de 2000 consegue ser ainda pior (menos informativa) do que a do exercício de 2001".

O deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB) elogiou o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) pelo estudo da matéria, mas ponderou que não se podia rejeitar as contas com base em suposições de falhas e não em fatos concretos. Ele afirmou que o Tribunal cumpriu a Lei Complementar 33, que disciplina qual é a documentação a ser apresentada pelos gestores públicos. "O que a lei exige o Tribunal de Contas encaminhou", disse. O parlamentar ponderou, ainda, que nada impediu que os deputados solicitassem as informações pendentes. Para Antônio Carlos Andrada (PSDB), a Assembléia precisa, sim, se aparelhar melhor para a análise das contas. "Vamos exigir mais daqui para frente", opinou. O deputado Mauro Lobo (PSB) lembrou, por sua vez, que existem critérios claros, definidos no Regimento Interno, para análise das contas.

O que dizem os pareceres favoráveis aprovados

O relator do PRE 2.398/2002 foi o deputado Ailton Vilela (PTB), a quem a matéria foi redistribuída, tendo em vista a ausência do deputado Dilzon Melo (PTB). Segundo o relator, os recursos financeiros postos à disposição do Tribunal em 2000 foram devidamente registrados; os saldos bancários conciliados refletem a posição do balancete de encerramento; e os demonstrativos enviados retratam a execução orçamentária. Na execução orçamentária, a receita realizada totalizou R$ 107.531.841,28 (95,9% do valor previsto). Em relação ao exercício anterior, houve um acréscimo de 12,4%, explicado pelo repasse de R$ 8,3 milhões destinados à quitação de parte dos débitos do Tribunal com o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). Quanto à despesa, a execução totalizou R$ 111.136.962,61 (103% da receita realizada). Desse total, R$ 97,7 milhões foram despendidos com pessoal; R$ 12,5 milhões com outros custeios e R$ 917,7 mil com despesas de capital.

Contas de 2001 - Já o relator do PRE 2.399/2002 foi o deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), a quem a matéria foi redistribuída, tendo em vista a ausência do deputado Ivair Nogueira (PMDB). Segundo o parecer, considerando a despesa total, o Tribunal de Contas executou o montante de R$ 122.429.512,10 (99,69% dos créditos autorizados). Na execução orçamentária da despesa, R$ 108,7 milhões foram gastos com pessoal; R$ 12,8 milhões com outros custeios e R$ 880,8 mil com despesas de capital. As despesas de pessoal, que concentram 88,7% da execução orçamentária, tiveram crescimento de 11% em relação ao exercício de 2000, o que foi motivado pela implantação do plano de carreira dos servidores efetivos. O parecer faz referência, ainda, à polêmica exclusão das despesas com inativos do cômputo das despesas com pessoal, para o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Presenças - Participaram da reunião os deputados Mauro Lobo (PSB), presidente; Antônio Carlos Andrada (PSDB), Adelmo Carneiro Leão (PT), Sebastião Navarro Vieira (PFL), Ailton Vilela (PTB), Rogério Correia (PT), Paulo Piau (PFL).

 

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