Bonilla explica controle do orçamento familiar na Assembléia

"Muitas pessoas gastam dinheiro que não possuem para comprar coisas de que não necessitam para impressionar pessoas q...

31/10/2002 - 16:01
 

Bonilla explica controle do orçamento familiar na Assembléia

"Muitas pessoas gastam dinheiro que não possuem para comprar coisas de que não necessitam para impressionar pessoas que não conhecem". Com essa afirmação, o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, José Antônio Bonilla, traçou um perfil do padrão consumista da sociedade moderna. O consultor esteve nesta quinta-feira (31/10/2002), no Teatro da Assembléia, para ministrar palestra sobre "Qualidade na administração das finanças familiares", dentro das atividades da Semana do Servidor da Assembléia Legislativa.

Segundo Bonilla, a administração financeira familiar está inserida num projeto maior de educação para a vida. O palestrante considera que a gestão de recursos financeiros apresenta duas faces - uma conceitual (por que e para que fazemos determinadas coisas) e outra operacional (como fazer o planejamento). No aspecto conceitual, depara-se com as causas do comportamento consumista, que leva as pessoas a adotarem o culto ao esbanjamento, em vez do culto da suficiência.

O bombardeio dos meios de comunicação (rádio, jornal e principalmente TV, além da internet) leva as pessoas a acreditarem que se tornarão mais felizes consumindo. Na opinião de Bonilla, isso faz com que elas gastem mais do que ganham, movidas pelos apelos emocionais da publicidade - uma das grandes armas do sistema, ao qual interessa unicamente o lucro. Para modificar esse comportamento, o professor defende a educação em novas bases: "devemos educar nossos filhos não para serem perdulários e infelizes, acabando por destruir o planeta; temos que educá-los para que formem uma geração de agentes de transformação da sociedade, mais digna, humana e feliz".

Equilíbrio financeiro exige planejamento e ação integrados

Depois de situar a questão do consumo no contexto atual, José Antônio Bonilla passou a tratar dos meios para atingir o equilíbrio orçamentário familiar, que podem ser englobados em três passos: planilha de custos, planejamento e execução do projeto. Em primeiro lugar, a família deve, então, definir objetivos claros na utilização dos recursos financeiros. Se uma família traça, por exemplo, o plano de comprar uma casa, tem que pensar também no tempo que dispenderá até obter o dinheiro suficiente, com base na situação de caixa atual. Para facilitar esse trabalho, os membros da família devem fazer um plano financeiro, com planilhas mostrando receitas e despesas e o que sobra ou falta da diferença entre as duas.

A fase do planejamento deve trazer à tona a discussão entre os familiares sobre onde os recursos estão sendo gastos. Esse plano pode se tornar uma boa oportunidade para que a família se reúna e dialogue, acredita Bonilla. Para ele, muito do tempo que se perde com futilidades como a televisão poderia ser melhor aproveitado com momentos de conversa entre pais e filhos e entre irmãos. E por fim, é fundamental para o professor que os planos sejam cumpridos efetivamente através do compromisso firmado. Ele acredita que qualquer família, em condições normais, pode poupar entre 10% e 30% de seu orçamento mensal. Com o hábito da poupança, os indivíduos passariam a comprar mais à vista, ficando livres da cilada do crediário e dos juros altos, que respondem atualmente por 20% dos gastos familiares, em média.

 

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