Comissão discute atendimento de jovens e adultos no ensino médio

A Secretaria de Estado da Educação (SEE) vai atender, no próximo ano, os 3.593 jovens e adultos egressos da rede muni...

30/10/2002 - 17:04
 

Comissão discute atendimento de jovens e adultos no ensino médio

A Secretaria de Estado da Educação (SEE) vai atender, no próximo ano, os 3.593 jovens e adultos egressos da rede municipal de ensino fundamental, em Belo Horizonte, para que eles possam continuar seus estudos. São os seguintes os três endereços a serem oferecidos, no ensino médio, àqueles que vão concluir o ensino fundamental com mais de 18 anos: Centro de Estudos Continuados (Cesec) Poeta Murilo Mendes, na Floresta, e Postos de Educação Continuada (Pecons) nas Escolas Estadual Leon Renault, na Gameleira, e Municipal Professor Fernando Dias Costa, no Taquaril. As informações foram dadas, nesta quarta-feira (30/10/2002), pela sub-secretária de Desenvolvimento da Educação da SEE, Maristela Nascimento, em reunião da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia.

A reunião da Comissão foi solicitada pelos deputados Rogério Correia (PT) e João Leite (PSB), com a finalidade de debater políticas públicas que garantam aos alunos do ensino fundamental da rede municipal, participantes do Programa "Educação de Jovens e Adultos", a continuidade dos estudos na rede estadual de ensino médio. O caso da Escola Municipal Aurélio Pires, no Jaraguá, região da Pampulha, foi o deflagrador da reunião. A comunidade escolar reivindicou dos deputados a interferência para solucionar o problema de cerca de 100 alunos jovens e adultos que vão concluir o ensino fundamental e não tinham perspectiva de continuidade dos estudos, entre outras reivindicações.

Solução - A secretária municipal de Educação de Belo Horizonte, Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, informou, em entrevista à imprensa, que a Prefeitura e a SEE vão agendar reunião para discutir o caso da Aurélio Pires. Isto porque, segundo a diretora da escola, Cláudia Maria Gaudard, os estudantes jovens e adultos terão problemas para freqüentar o Cesec da Floresta e os dois postos de educação continuada na Gameleira e no Taquaril, devido à despesa com o transporte coletivo. A própria escola e a Secretaria de Estado da Educação sugeriram a busca de uma solução conjunta para o problema. Uma opção levantada é tentar identificar alguma escola municipal na região do Jaraguá e aproveitar o período noturno para atender os jovens e adultos. Outra é utilizar algum prédio da Prefeitura, se não houver escola disponível.

O atendimento dos 3.593 alunos jovens e adultos egressos da rede municipal de ensino fundamental ocorrerá de forma semi-presencial, sendo o estudante assistido de acordo com sua disponibilidade. O Cesec, que tem capacidade para 2 mil alunos, terá professores durante todo o dia. Os Pecons, cuja capacidade individual é de mil alunos, funcionarão no período noturno. Respondendo às indagações dos deputados sobre a diferença entre a demanda e o atendimento no ensino médio, Aparecida Carvalhais, também da SEE, disse que falta infra-estrutura. A idéia é utilizar, em 2003, escolas municipais de Belo Horizonte a fim de ampliar as vagas oferecidas para quem vem da 8ª série, no horário noturno. É do Estado a responsabilidade pelo ensino médio.

PROBLEMAS DA EDUCAÇÃO SÃO NOVAMENTE DEBATIDOS

Além do caso específico da Escola Municipal Aurélio Pires, foram também abordadas na reunião diversas questões: educação infantil; disponibilidade de vagas nos três níveis de ensino; informatização das escolas e capacitação dos profissionais para atender jovens e adultos; e não-existência de vagas no ensino médio regular, no período diurno. O deputado João Leite (PSB) destacou que é preciso dar condições àqueles que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos no tempo previsto ou que sofreram com a irregular oferta de vagas. O deputado Rogério Correia (PT) lembrou que o tema "educação de jovens e adultos" já foi discutido, em 1999, no Seminário Legislativo sobre Educação; e, em junho de 2000, em fórum técnico específico.

O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PPB), que presidiu a reunião inicialmente, enfatizou que não se pode confundir educação de jovens e adultos com ensino noturno e que ela é um direito, independentemente da idade do estudante. A presidente do Conselho Municipal de Educação de Belo Horizonte, Analise de Jesus Silva, também ressaltou que a educação não pode ser algo que precisa ser solicitado, mas sim encarada como direito do cidadão.

Vários números foram repassados pelas Secretarias Municipal e Estadual de Educação. Em 2002, por exemplo, vão completar o ensino fundamental na rede municipal de Belo Horizonte 22.891 alunos, sendo 18.582 no ensino regular; 716 com menos de 18 anos, no Programa "Educação de Jovens e Adultos"; e 3.593 no mesmo programa, só que com mais de 18 anos. Já o Estado terá atendido, em 2002, mais de 800 mil alunos no ensino médio.

Foram também aprovados projetos que dispensam a apreciação do Plenário e requerimentos: do deputado Rogério Correia (PT), para que Analise Silva participasse da reunião; e do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PPB), a fim de que o governo interceda pela manutenção da Uemg, especialmente o campus de Campanha.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Paulo Piau (PFL), presidente; Dalmo Ribeiro Silva (PPB), que a presidiu inicialmente; José Henrique (PMDB), Rogério Correia (PT), João Leite (PSB) e Sebastião Costa (PFL).

 

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