Estatuto dos Profissionais da Educação é aprovado em 1º turno

Sob o aplauso das galerias lotadas de professores, o Plenário da Assembléia Legislativa aprovou em 1º turno, na tarde...

09/10/2002 - 17:40
 

Estatuto dos Profissionais da Educação é aprovado em 1º turno

Sob o aplauso das galerias lotadas de professores, o Plenário da Assembléia Legislativa aprovou em 1º turno, na tarde desta quarta-feira (9/10/2002), o Projeto de Lei Complementar (PLC) 53/2002, do governador, que dispõe sobre o Estatuto dos Profissionais da Educação Pública do Estado de Minas Gerais. O projeto foi aprovado pela unanimidade dos 46 deputados presentes, com as emendas nºs 1 a 3, da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. A matéria segue, agora, para a Comissão de Administração Pública, onde será analisada em 2º turno antes de voltar ao Plenário, também em 2º turno.

Emendas - As três emendas aprovadas, sugeridas pelo deputado Rogério Correia (PT) e acatadas pelo relator do projeto na Comissão de Fiscalização Financeira, deputado Ivair Nogueira (PMDB), visam equacionar problemas relativos à jornada de trabalho dos detentores de cargos de pedagogo e ajudante de serviços gerais, bem como estender a todos os profissionais da educação as regras de progressão horizontal propostas para os ocupantes de cargo de professor da educação básica (PEB 1 e PEB 2).

A emenda nº 1 acrescenta ao artigo 22 o inciso III, que dispõe que a jornada básica de trabalho da classe de pedagogo é de 24 horas semanais, podendo o profissional optar por 40 horas semanais. A emenda nº 2 também acrescenta inciso ao artigo 22, dispondo que a jornada da classe de ajudante de serviços gerais é de 30 horas semanais. A emenda nº 3 altera a redação do parágrafo 2º do artigo 27, determinando que o vencimento básico do servidor ocupante de cargo efetivo será acrescido de 5% a cada progressão horizontal.

A votação aconteceu depois que o deputado Anderson Adauto (PL) retirou emenda de sua autoria que tratava do processo de escolha de diretor e vice. O deputado retirou a emenda a fim de permitir que o PLC fosse votado nesta quarta-feira, mas a emenda, a exemplo de outras que também haviam sido anteriormente apresentadas e retiradas por outros deputados, deverá ser analisada durante o 2º turno de tramitação.

Conteúdo do projeto

O PLC 53/2002 atende determinação contida na Lei 9.394/96, a chamada Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que, em seu artigo 67, estabelece que os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive, nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público, o ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; o aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; piso salarial profissional; progressão funcional baseada na titulação ou habilitação e na avaliação do desempenho; período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; e condições adequadas de trabalho.

Além da mudança conceitual, que engloba não apenas os professores, mas todos os profissionais que atuam dentro do sistema da educação, a proposta do novo Estatuto dos Profissionais da Educação Pública traz outras inovações, como a criação de incentivo ao trabalho na zona rural e nas áreas urbanas consideradas de alto índice de vulnerabilidade social; definição de regras para a progressão na carreira; garantia de consulta à comunidade para escolha das funções de diretor e vice-diretor de escola; definição e reconhecimento da gestão democrática da escola; instituição do contrato de gestão para diretores e vice-diretores; e criação do sistema de avaliação de desempenho dos profissionais.

O PLC 53/2002 contém alguns dispositivos que, posteriormente, deverão ser regulamentados por lei, por decreto ou por resolução da Secretaria de Estado da Educação, como a tabela de remuneração e a eleição de diretor de escola.

Tramitação do PLC

Desde que o projeto começou a tramitar, no dia 4 de julho, às vésperas do recesso parlamentar, representantes do magistério público estadual têm se mobilizado pedindo agilidade na votação do PLC, a fim de que o governo tenha tempo de enviar ao Legislativo, ainda antes do encerramento do ano, um novo projeto com a tabela de cargos e salários da área da educação, encerrando assim uma discussão que já dura mais de uma década.

A primeira Comissão a analisar o projeto foi a de Constituição e Justiça, que aprovou parecer favorável no dia 28 de agosto. No último dia 11 de setembro, a Comissão de Fiscalização Financeira realizou audiência pública para debater o projeto, com a participação do secretário de Estado da Educação, Murílio Hingel, e de mais de 500 servidores da área da Educação, que lotaram o Plenário e as galerias da Assembléia. Na ocasião, Murílio Hingel avaliou que a proposta representa um avanço em relação ao Estatuto do Magistério, em vigor desde 1977; e afirmou que vários pontos do projeto criticados pelo Sind-UTE são passíveis de negociação e não constituiriam entrave para a tramitação da matéria. Para se aprovar um Projeto de Lei Complementar são necessários os votos favoráveis da maioria absoluta do Plenário (39 votos).

Outros projetos aprovados

Ainda na Reunião Ordinária desta quarta-feira, o Plenário aprovou outros três projetos de lei, sendo dois em 1º turno e um em 2º turno. O PL 1.425/2001, do deputado Rogério Correia (PT), que estabelece normas específicas para o licenciamento de Estação Rádio-Base, microcélulas de telefonia celular móvel e fixa e equipamentos, foi aprovado em 1º turno na forma do substitutivo nº 2, da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. A matéria segue agora, em 2º turno, para as Comissões de Transporte, Comunicação e Obras Públicas e de Meio Ambiente e Recursos Naturais, antes de ser novamente discutida e votada pelo Plenário.

Também foi aprovado em 1º turno o PL 1.599/2001, do deputado Márcio Cunha (PMDB), que dispõe sobre as relações entre as instituições estaduais de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio. A proposição foi aprovada na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Justiça; e será analisada, em 2º turno, pela Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia.

Também foi aprovado em 2º turno o PL 1.229/2000, do deputado Agostinho Silveira (PL), que autoriza o Poder Executivo a implantar, na rede pública hospitalar, programa de prevenção e tratamento da obesidade e das doenças dela decorrentes. O projeto foi aprovado na forma do vencido em 1º turno, salvo a emenda nº 1, apresentada em Plenário pelo deputado Alberto Pinto Coelho (PPB). A emenda não chegou a ser votada devido à falta de quórum no momento em que estava sendo analisada e deverá ser apreciada na próxima reunião do Plenário. A emenda, que por conter matéria nova veio acompanhada de Acordo de Líderes, acrescenta artigo à proposição criando na estrutura orgânica da Secretaria de Estado da Saúde uma Diretoria Regional com sede na cidade de Lavras.

Comunicação

Na reunião desta quarta-feira, foi lida comunicação da deputada Maria Olívia (PSDB), informando sua ausência do País no período de 9 a 15 de outubro.

 

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