Hélio Costa propõe aliviar os encargos da dívida
mineira
O senador eleito por Minas Gerais, Hélio Costa,
deputado federal pelo PMDB, afirmou que irá buscar no Senado a
redução, de 13% para 7%, da fatia das receitas líquidas comprometida
com a amortização da dívida mineira. A afirmação foi feita nesta
segunda-feira (7/10/2002), em entrevista na Sala de Imprensa da
Assembléia Legislativa. Segundo Costa, a redução da dívida aliviaria
o caixa do Estado, que hoje tem seus recursos quase todos
comprometidos, principalmente com folha de pagamento. "Se não
conseguirmos, será difícil para o governador resolver problemas
mínimos do Estado, pois gasta-se cerca de R$ 130 milhões mensais com
pagamento da dívida", avalia. Hélio Costa aposta no poder conferido
pela Constituição ao Senado para negociar a dívida estadual.
Indagado se o seu relacionamento com o outro
senador eleito por Minas, o ex-governador Eduardo Azeredo,
dificultaria essa negociação, Hélio Costa afirmou que seu propósito
é o de resolver os problemas do Estado, principalmente a questão da
dívida. "Sempre que tivermos que lutar pelos interesses de Minas,
lutaremos juntos, mesmo tendo algumas divergências ideológicas."
Hélio Costa declarou seu apoio ao candidato do PT à
presidência da República, no 2º turno das eleições. Questionado pela
imprensa sobre um eventual impedimento seu, por ser peemedebista, de
apoiar a aliança PT-PL-PCdoB-PMN, devido à regra de verticalização
imposta pelo TSE, Hélio Costa declarou: "Estou atendendo à
verticalização do meu coração. Vou apoiar o candidato Lula, doa a
quem doer".
Segundo o futuro senador, o voto em Lula prova que
o eleitor está mais bem informado e não vota com o partido, mas com
o candidato. Isso teria ocorrido também em Minas, onde, segundo o
senador, apesar de ele ter sido eleito pelo PMDB, o partido não teve
a correspondência de votos na disputa ao governo estadual. Em
relação às dificuldades de um eventual governo do PT para obter
maioria no Congresso Nacional, ironizou: "o PMDB que apoiou Fernando
Henrique Cardoso é o mais fácil de fazer alianças". Já no caso de
Minas a situação estaria mais complicada, uma vez que o PT elegeu 15
deputados estaduais numa coligação que elegeu 22, e terá a maior
bancada da Assembléia Legislativa. "Com mais 16 parlamentares de
outros partidos, a oposição teria maioria, o que poderia dificultar
o governo de Aécio Neves", calculou.
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