Comissão de Administração Pública analisa carreira da educação

O parecer do deputado Eduardo Brandão (PL) sobre o Projeto de Lei Complementar (PLC) 53/2002, que dispõe sobre o Esta...

25/09/2002 - 18:42
 

Comissão de Administração Pública analisa carreira da educação

O parecer do deputado Eduardo Brandão (PL) sobre o Projeto de Lei Complementar (PLC) 53/2002, que dispõe sobre o Estatuto dos Profissionais da Educação Pública de Minas Gerais, foi aprovado sem emendas pela Comissão de Administração Pública da Assembléia de Minas, na tarde desta quarta-feira (25/9/2002). Com o Auditório da Casa lotado de servidores da educação - que permaneceram no Hall das Bandeiras durante toda a terça-feira (24) e a manhã desta quarta -, o deputado Rogério Correia (PT) lembrou que, embora o projeto seja de tramitação recente na Assembléia, a reivindicação dos professores por um plano de carreira é bastante antiga, sendo uma alternativa ao achatamento de salários sofrido pela categoria.

Projeto está pronto para o Plenário - Na tarde desta quarta-feira, o projeto foi analisado também pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, que aprovou parecer sobre a matéria, com três emendas. Nesta quinta-feira (26), o PLC está na pauta de Plenário, para discussão e votação em 1º turno, tanto na Reunião Extraordinária das 9 horas, quanto na Reunião Ordinária das 14 horas. Caso o projeto seja aprovado em 1º turno, ele terá que seguir novamente para as comissões antes de ser novamente apreciado pelo Plenário em 2º turno.

O PLC 53/2002 teve o parecer aprovado sem emendas pela Comissão de Administração Pública na tentativa de agilizar a sua tramitação, mas o deputado Rogério Correia informou que apresentaria, então, as emendas na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. "A aprovação do plano de carreira é um instrumento de pressão para que o governo envie a tabela de salários dos servidores. Isto porque, sem ela, o plano é só uma intenção", afirmou o deputado.

Deputado lembra lei delegada - O deputado Hely Tarqüínio (PSDB) criticou, na reunião, a demora do governador em encaminhar à Assembléia o plano de carreira dos profissionais da educação. Ele se referiu também à autorização concedida pela Alemg ao governador, no ano de 2000, para que o Executivo elaborasse lei delegada que reestruturaria carreiras e quadros de pessoal da educação. O parlamentar previu, ainda, dificuldades na votação do PLC, tendo em vista a necessidade de 39 votos favoráveis para aprová-lo e a proximidade das eleições. Já os deputados Sargento Rodrigues (PDT) e Dilzon Melo (PTB) garantiram que pedirão apoio de suas bancadas para votação do projeto em Plenário. Hely Tarqüínio ponderou ainda que, embora o plano de carreira da educação esteja previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), precisará ser novamente objeto de negociações, no momento da aprovação do Orçamento para o ano de 2003.

CONTEÚDO DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

De acordo com a proposta apresentada pelo PLC 53/2002, a estruturação da carreira do profissional da educação pública tem por princípios a valorização e o aperfeiçoamento profissional; a ascensão na carreira com ênfase no desempenho profissional e na formação continuada do servidor para fins de progressão e promoção; a remuneração compatível com a complexidade das tarefas e o nível de responsabilidade exigida; e o oferecimento de condições de trabalho adequadas, tudo em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

O PLC 53/2002 foi encaminhado à Assembléia pelo governador de Minas, Itamar Franco, no dia 3 de julho. A versão encaminhada à Assembléia é resultado da negociação da Secretaria de Estado da Educação com representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores de Ensino (Sind-UTE), através de uma Comissão instituída oficialmente e intermediada pelo Ministério Público à época da greve da categoria.

O projeto traz duas mudanças fundamentais em relação à Lei 7.109/77, em vigor atualmente. O plano de carreira está sendo tratado dentro do estatuto, que é uma lei complementar, o que acarreta, do ponto de vista jurídico, a possibilidade de sua maior duração. Além disso, apresenta maior abrangência, abordando, em um mesmo instrumento, todas as funções e categorias, da docência às funções de apoio administrativo.

NOMENCLATURA MUDA E CARREIRA É ESTENDIDA A TODAS AS FUNÇÕES

O plano de carreira dos profissionais da educação pública prevê um quadro funcional dividido em quatro funções: docência, atividades de apoio pedagógico, administrativo e técnico, direção e assessoramento. Os servidores de apoio administrativo, como os serviçais (serventes) - que passam a ser chamados de ajudantes de educação - e os auxiliares de secretaria, por exemplo, serão os maiores beneficiados pelo projeto, que dará a eles uma carreira.

Segundo o projeto original, o professor terá duas classes: a de Educação Básica I (que corresponde aos antigos P1 e P2 - da 1ª a 4ª séries do ensino fundamental) e a de Educação Básica II (que engloba do P3 ao P6 - da 5ª série ao 3º ano do ensino médio, antigo 2º grau). Assim, o professor que está no grau P4 poderá evoluir até o P6 sem necessidade de fazer novo concurso.

Valores definidos depois - O servidor da educação também poderá evoluir na carreira vertical ou horizontalmente. A promoção vertical, segundo o projeto original, acontece em quatro níveis, de acordo com a formação, titulação, tempo de serviço e avaliação de desempenho. A remuneração para cada nível será calculada tendo por base o Nível I, acrescido de 10% para o Nível II, 30% para o Nível III e 50% para o Nível IV.

Já a progressão horizontal, em 10 graus (de A a J), tem como critérios o tempo de serviço e a avaliação de desempenho. A cada três anos o professor pode alcançar um grau acima, que corresponde a um reajuste salarial de 5%. Para as outras funções, esse reajuste é de 2%. Os valores do vencimento básico (Nível I) das classes de cargos serão encaminhados à Assembléia em outro projeto do governador em 60 dias após a publicação da futura lei.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Eduardo Brandão (PL), presidente; Hely Tarqüínio (PSDB), vice-presidente; Rogério Correia (PT), Sargento Rodrigues (PDT), Sebastião Navarro Vieira (PFL), Dilzon Melo (PTB), Ivair Nogueira (PMDB) e Arlen Santiago (PTB).

 

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