Fórum sobre Biotecnologia vai a Uberaba

Uberaba sedia, nesta quarta-feira (11/9/2002), a última etapa de interiorização do Fórum sobre Biotecnologia promovid...

10/09/2002 - 16:21
 

Fórum sobre Biotecnologia vai a Uberaba

Uberaba sedia, nesta quarta-feira (11/9/2002), a última etapa de interiorização do Fórum sobre Biotecnologia promovido pela Assembléia Legislativa de Minas, em parceria com o Sindicato das Empresas de Base Tecnológica (Sindbio) e a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). "A Biotecnologia e Você: Mitos, Verdades e Fatos" é o tema do fórum que já foi realizado em Passos, Montes Claros, Barbacena e que terá a etapa final no Plenário da Assembléia, no dia 18 de setembro. O requerimento para sua realização é do deputado Eduardo Hermeto (PFL). Estão previstas para a reunião do dia 11 as presenças dos deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), Eduardo Hermeto (PFL), Anderson Adauto (PL) e Paulo Piau (PFL).

Em Uberaba, o evento acontecerá na sede da Associação Comercial e Industrial (Avenida Leopoldino de Oliveira, 3433 - Centro) e será coordenado pelo deputado Paulo Piau (PFL). "O ponto forte da economia na região do Triângulo Mineiro é o agronegócio, e o fórum é uma iniciativa que pode contribuir para o desenvolvimento desse setor. Uberaba está formando seu parque tecnológico e a biotecnologia é um instrumento muito importante nessa direção", defende o deputado. O evento começa às 8 horas e tem o término previsto para as 18 horas. Nesse período serão apresentadas quatro palestras abordando Os Impactos Socioeconômicos da Biotecnologia em Minas Gerais, Os impactos da Biotecnologia no Meio Ambiente e na Agroindústria e Os Impactos da Biotecnologia na Saúde. Também haverá espaço para debates e perguntas dos participantes.

PRODUÇÃO DE SOJA TRANSGÊNICA DIVIDE OPINIÕES

"Grande parte do conhecimento agrícola está concentrado no Triângulo Mineiro", afirma o consultor técnico do Sindbio e diretor de pesquisa da Syngenta, Gloverson Lamego Mouro, referindo-se ao trabalho dos laboratórios de genética molecular e pesquisa com Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), que atuam na região desde 1997. O objetivo desse trabalho, segundo o pesquisador, é a aplicação da biotecnologia no desenvolvimento de produtos de maior qualidade e produtividade. Gloverson Mouro informa ainda que a região do Triângulo é responsável por 95% do mercado de milho híbrido e abriga as cinco maiores empresas de sementes do Brasil, com suas estações experimentais - Syngenta, Bayer, Dow, Monsanto e MDM.

O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo e, entre 2000 e 2001, colheu cerca de 36 milhões de toneladas, exportando cerca de 13 milhões. O País, que também é o segundo maior exportador de soja e não produz transgênicos comercialmente, tem a Europa como o seu principal mercado. Segundo dados divulgados pelos defensores dos transgênicos, não haveria uma cotação mais alta para a soja não modificada. Em contrapartida, os seus custos de produção seriam mais elevados. Com isso, alegam, o Brasil estaria perdendo lucros e competitividade em relação aos seus principais competidores (Estados Unidos e Argentina), que plantam soja geneticamente modificada. Os defensores dos transgênicos usam esses argumentos para rebater a tese de que os consumidores europeus não querem OGMs e para questionar pesquisas que revelam que 53% deles pagariam mais por produtos orgânicos.

Essa idéia é combatida na Campanha "Por um Brasil Livre de Transgênicos", coordenada, entre outras entidades, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional, Institutos Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e o Greenpeace. Segundo informações divulgadas em informativo da campanha, a exportação da soja brasileira teria triplicado nos últimos cinco anos e a não transgênica estaria sendo vendida por um preço 4% mais alto. O milho também estaria batendo recordes de exportação e seria vendido por um preço 10% mais alto que o transgênico.

Mobilização social - O deputado Edson Rezende (PT), que teve um projeto de lei sobre transgênicos vetado, defende que é preciso garantir o princípio da precaução, para que o cidadão não fique exposto a experimentos sem o devido estudo de impacto à saúde e ao meio ambiente. "As empresas de biotecnologia ainda não provaram aos consumidores que esses produtos não são prejudiciais," afirmou. "Há décadas os fabricantes de cigarros também diziam que o fumo não fazia mal à saúde", acrescentou o deputado, que defende a mobilização social como forma de impedir a liberação dos OGMs no Brasil.

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO NO INTERIOR (SUJEITA A ALTERAÇÕES)

8 horas: credenciamento

8h30: abertura

8h45: palestra "Impactos Socioeconômicos da Biotecnologia em Minas Gerais", sendo expositora a presidente do Sindicato das Empresas de Base Biotecnológica no Estado de Minas Gerais (Sindbio), Hélen Aguiar Lima. Os debatedores serão o presidente da Federação das Indústrias (Fiemg), Robson Andrade; presidente do Instituto Mineiro de Agropecuária (Ima), Célio Gomes Floriani; e o professor de Ecologia e Desenvolvimento Rural do Centro Universitário de Belo Horizonte UNI-BH, Carlos Eduardo Mazzetto Silva;

10h30: palestra "Biotecnologia e Aspectos Legais", sendo expositor o professor de Biotecnologia do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Aluízio Borém. Os debatedores serão o presidente da Associação dos Produtores de Sementes e Mudas de Minas Gerais (Aspemg), Eder Luiz Bolson; a assessora adjunta para Assuntos Internacionais do Governo do Estado de Minas Gerais, Roberta Jardim de Morais; e um representante do Ministério Público;

14 horas: palestra "Impactos da Biotecnologia na Saúde", sendo expositores o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Naftale Katz; o professor da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Roberto Machado Silva; e a secretária da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Maria de Fátima Oliveira;

15 horas: palestra "Impactos da Biotecnologia no Meio Ambiente", sendo expositores o diretor de Meio Ambiente e Saúde do Sindicato das Empresas de Base Biotecnológica de Minas Gerais (Sindbio), Luis Mário Queiroz Lima; e o ecólogo e professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Sérvio Pontes;

16 horas: palestra "Impactos da Biotecnologia na Agroindústria", sendo expositor o membro do Comitê Técnico-Científico do Sindbio, Gloverson Lamego Mouro.

 

 

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