Audiência pública discute regionalização do sistema
metroviário
A regionalização da administração do sistema
metroviário de Belo Horizonte e Contagem foi debatida na reunião da
Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas nesta
quarta-feira (21/8/2002). A proposta do Governo Federal dividiu a
opinião dos presentes na audiência pública que contou com a
participação do presidente da Metrominas, Marcos Lúcio Siqueira; da
diretora de Desenvolvimento e Implantação da BHTrans, Jussara
Bellavinha; do pesquisador da Fundação João Pinheiro, João Hernani
Antunes Costa; do diretor de imprensa e comunicação do Sindicato dos
Metoviários de Belo Horizonte, Contagem e Betim, Paulo Henrique
Moraes, do secretário-geral do Sindicato dos Metroviários do Rio de
Janeiro, Edgar Coelho e do representante do Sindicato dos
Ferroviários da Central do Brasil, Carlos Henrique Alfredo.
O deputado Rogério Correia (PT) manifestou sua
posição contrária à regionalização: "Somente após a conclusão das
obras do metrô será possível ao Estado saber quando e como terá que
subsidiar os gastos com o sistema, que consome hoje, em Belo
Horizonte, R$1,7milhões por mês". O Sindicato dos Metroviários teme
que a transferência da administração do metrô da União para o Estado
e municípios acarrete na privatização do sistema. "O Governador de
Minas, Itamar Franco, é desfavorável à privatização, sobretudo dos
setores estratégicos da economia, mas não sabemos quanto ao próximo
governo", afirmou o diretor de imprensa e comunicação do Sindicato.
A preocupação com a possível privatização do
sistema foi manifestada também pelos representantes dos metroviários
do Rio de Janeiro, Edgar Coelho e Carlos Henrique Alfredo. Lá a
estadualização veio seguida da privatização e, segundo eles, foi uma
experiência muito negativa. "O metrô não é para dar lucro na 'boca
do caixa', o ganho é na qualidade de vida", defendeu o
Secretário-Geral do Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro.
Já o presidente da Metrominas - empresa do Estado
que vai assumir a administração do Metrô - Marcos Lúcio Siqueira,
afirma que a Constituição Federal é clara e prevê que a gestão do
transporte público é de competência do Estado e dos Municípios.
Marcos Siqueira é contrário à privatização, mas defende a
regionalização. Ele também afirmou que, mesmo com a estadualização,
o governo federal custeará o metrô até 2004.
Ao final da audiência, o deputado Rogério Correia
informou que apresentará um requerimento na próxima reunião da
Comissão de Transportes solicitando ao Governo Estadual e às
prefeituras envolvidas um amplo debate com a população sobre a
regionalização do sistema metroviário e a suspensão dessa decisão no
período eleitoral.
Também estiveram presentes na reunião as vereadoras
da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Lúcia Pacífico e Leila
Batista e o deputado federal Virgílio Guimarães (PT/MG).
Presenças - Deputados Bilac Pinto (PFL), Pastor George (PL) e
Rogério Correia (PT).
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