Situação da Saúde em Contagem é crítica, segundo sindicatos

O processo de privatização do Laboratório de Análises Clínicas de Contagem foi o tema principal apresentado por membr...

27/08/2002 - 18:09
 

Situação da Saúde em Contagem é crítica, segundo sindicatos

O processo de privatização do Laboratório de Análises Clínicas de Contagem foi o tema principal apresentado por membros do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sinfarmig), Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais (Sinmed/MG) e Sindicato dos Servidores da Saúde/Núcleo Contagem (Sind-Saúde/Contagem) em entrevista coletiva concedida, nesta terça-feira (27/8/2002), na Sala de Imprensa da Assembléia Legislativa.

O processo de privatização do Laboratório de Análises Clínicas, que, segundo as denúncias, está sendo realizado sem licitação pública pela prefeitura de Contagem, não "faz sentido", de acordo com o delegado do Sinmed/MG, Carlos Fonseca. Segundo ele, os exames oferecidos pelo laboratório são mais baratos do que a verba destinada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a sua realização. A prefeitura alega, no entanto, que o laboratório trabalha com déficit e que a mudança traria mais qualidade e agilidade aos serviços prestados à comunidade. "A privatização desse tipo de serviço não é considerada ilegal pelo SUS, desde que sua realização tenha uma justificativa", disse Fonseca.

Suspeita de irregularidades - Outras denúncias de irregularidades da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem foram expostas, como a manipulação das eleições do Conselho Municipal de Saúde. O Conselho, que teria como uma das funções principais fiscalizar a prestação de contas da prefeitura, é composto, atualmente, de acordo com as denúncias, por pessoas contratadas diretamente pelo prefeito da cidade, Ademir Lucas (PSDB), sem a realização de concurso público. O Conselho Estadual de Saúde anulou as eleições do Conselho Municipal e a última Conferência Municipal de Saúde de Contagem - realizada em novembro de 2001 - não reconheceu os conselheiros eleitos, dando posse ao antigo Conselho, o que não teria sido acatado pela prefeitura.

Segundo o "Manifesto em Defesa da saúde de Contagem", apresentado durante a entrevista coletiva, a população de Contagem vem sofrendo com o "desmonte" do SUS. O manifesto denuncia que houve o fechamento de unidades de emergência e unidades básicas de saúde e da Maternidade Municipal, além da falta de vários médicos do Programa de Saúde da Família (PSF) e de um desconto de seguro de vida dos servidores públicos, sem prévia autorização, em prol de uma corretora pertencente à família da secretária de Saúde de Contagem, Raquel Van Sucro.

Ação já está no Ministério Público - Os sindicatos que estão denunciando as supostas irregularidades da prefeitura e da Secretaria Municipal de Contagem entraram com uma ação junto à Promotoria de Defesa da Saúde de Contagem, que já começou as investigações. Eles também vão solicitar à Comissão de Saúde da Assembléia que apurem as denúncias.

 

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