Oficina discute resgate dos princípios do cooperativismo no trabalho

A autonomia dos cooperados; a adesão voluntária e livre; decisões tomadas em assembléia; a dupla qualidade - prestaçã...

23/08/2002 - 19:12
 

Oficina discute resgate dos princípios do cooperativismo no trabalho

A autonomia dos cooperados; a adesão voluntária e livre; decisões tomadas em assembléia; a dupla qualidade - prestação e recebimento de serviços da cooperativa; e a retribuição pessoal diferenciada, de acordo com o trabalho investido, são alguns dos elementos que, ausentes, indicam fraude no cooperativismo. O esclarecimento foi feito pelo advogado Luciano Ricardo de Magalhães Pereira, um dos palestrantes da oficina "Cooperativismo e autogestão: uma alternativa ao desemprego", oferecida no II Fórum Minas por um outro Mundo. O Fórum foi realizado na Assembléia Legislativa, na quinta (22) e sexta-feira (23/8/2002), como preparação para o Fórum Social Mundial, que será promovido em Porto Alegre, em janeiro de 2003.

Para o advogado trabalhista e assessor jurídico sindical, o resgate dos princípios que norteiam o cooperativismo é essencial para combater a exploração de mão-de-obra e a extinção de direitos trabalhistas, como tem se tornado comum no Brasil. Segundo ele, a cooperativa de mão-de-obra é necessariamente fraudulenta, uma vez que a Lei 5.764/71, que regula a existência e o funcionamento de cooperativas, não menciona as de trabalho. A locação de mão-de-obra, para Luciano Magalhães Pereira, é proibida pela lei e é usada para evitar o pagamento de direitos trabalhistas. Não há normas que regulem a atividade de autogestão, apenas alguns projetos que ainda estão tramitando no Congresso Nacional, esclareceu.

Transporte alternativo - O ex-perueiro de Belo Horizonte e assessor sindical Bruno Mattos falou sobre como os trabalhadores em transporte alternativo conseguiram, ao longo de cinco anos, abrir espaço em Goiânia. Ele também relatou a experiência de catadores de lixo e de motoboys, em Goiânia. Outro palestrante e também coordenador da mesa foi o advogado do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Gráficas (STIG/MG), José Raimundo Costa. O cooperativismo continuará a ser discutido pelo Comitê Mineiro do Fórum Social Mundial, nas reuniões promovidas nas segundas segundas-feiras de cada mês, na Casa do Economista, em Belo Horizonte.

 

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