Políticas para juventude e saúde da mulher negra em
debate
A Oficina "Políticas públicas para a juventude -
perspectivas e ações", marcada para esta sexta-feira (23/8/2002),
dentro da programação do II Fórum Minas por um outro Mundo,
transformou-se num debate organizado pelos próprios estudantes,
mesmo com a ausência dos palestrantes. A oficina aconteceu na Escola
do Legislativo. O fórum, promovido pela Alemg e pelo Comitê Mineiro
do Fórum Social Mundial, em parceria com várias entidades, terminou
na sexta.
A juventude excluída das universidades por falta de
oportunidade foi um dos assuntos mais discutidos. Os estudantes
acreditam que é privilégio da elite ocupar as vagas dos cursos mais
concorridos das universidades públicas. Os jovens desfavorecidos, na
opinião dos participantes da oficina, sempre saem prejudicados, pois
a vida inteira estudaram em escolas públicas - onde o ensino
fundamental e médio é fraco.
A atuação dos grêmios estudantis também foi
abordada na oficina. Os estudantes demonstraram indignação com o
quadro atual. Para eles, falta consciência e participação política
dos mesmos. Atualmente, a única preocupação dos grêmios tem sido
promover festas, quando deveria "revolucionar".
Odontologia solidária - O
"Projeto Sorriso Solidário", conduzido pela Única Odontologia,
estava programado para uma outra oficina, na tarde de sexta-feira
(23/8), que acabou não ocorrendo. A Única é uma cooperativa de
atendimento odontológico que realiza um trabalho voluntário na Vila
Embaúbas, em Belo Horizonte, além de visitar creches ensinando as
crianças como prevenir cáries.
Segundo o coordenador Juan Pessoa, a cooperativa
mantém convênio com a Pontifícia Universidade Católica (PUC) e nela
atuam 42 alunos do curso de odontologia, como estagiários
voluntários. Além dos universitários, também trabalham na Única,
voluntariamente, 40 dentistas.
O Projeto Sorriso Solidário foi selecionado como um
dos três finalistas do Troféu Voluntários das Gerais, promovido pela
Fiemg (federação das indústrias), Federaminas (federação das
associações comerciais) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
SAÚDE DA MULHER NEGRA TAMBÉM É TEMA DE OFICINA NA
ESCOLA
Alertar e discutir sobre a saúde da mulher negra
foi o principal tema abordado na Oficina "Mulheres Negras e
Afrodescendentes pela Saúde e Vida de Todas Nós", também como parte
do II Fórum Minas por um outro Mundo.
A oficina mostrou dados relativos à saúde da mulher
negra, como o índice de mortalidade, violência, incidência de
doenças e vulnerabilidade das mesmas. Houve alguns depoimentos que
falavam sobre a violência de que essas mulheres são vítimas, com o
intuito de encorajar as participantes da oficina a denunciarem os
maus tratos e lutarem por seus direitos.
A psicóloga e coordenadora do Programa de Saúde das
Mulheres Negras, Ana Maria Soares, ressaltou a importância de lutar
contra a violência e de se valorizar, resgatando também os valores
da cultura negra, que estão se perdendo. O programa é conduzido pela
entidade Nzinga.
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