Procon Assembléia alerta para risco em anúncios
classificados
Cuidado com anúncios classificados nas seções de
consórcios e empréstimos nos jornais que contenham poucas
informações sobre o anunciante. O alerta é do Procon Assembléia, que
realizou uma pesquisa nos principais jornais que circulam em Minas e
constatou que mais de 50% desses anúncios são, no mínimo, suspeitos
e já sofreram reclamações de consumidores junto ao órgão estadual. A
orientação vale principalmente para os classificados que não
informam o nome da empresa e apresentam, como telefone de contato,
um número de celular pré-pago.
Com base nessa pesquisa e em queixas registradas de
clientes, o coordenador do Procon Assembléia, Marcelo Barbosa, se
reuniu nesta segunda-feira (19/8/2002) em sua sede com
representantes dos principais jornais que veiculam anúncios
classificados para buscar formas de evitar que o consumidor seja
lesado por estelionatários que fazem propaganda enganosa. O gerente
de classificados do jornal "Estado de Minas", Caio Andrade Braga
Netto, se propôs a incluir nas seções que geram mais problemas
(consórcios e empréstimos pessoais) alertas quanto ao risco de se
fechar um negócio sem antes conhecer quem está do outro lado.
Na avaliação de Barbosa, esse já seria um avanço.
"Se não é possível fazer uma triagem melhor, pelo menos a
advertência junto aos leitores ajuda a coibir esse tipo de prática",
ponderou. Esses alertas vão conter conselhos sobre a importância de
se conhecer as condições de venda dos produtos ou serviços
oferecidos e também a idoneidade do anunciante, através de uma
consulta aos Procons (Municipal, Assembléia e do Ministério
Público).
Questionado sobre a possibilidade de se fazer um
cadastro de todos os anunciantes, o gerente do "Estado de Minas"
argumentou que, "teoricamente", todos são cadastrados. O problema,
segundo ele, é que muitos dos que agem de má-fé apresentam dados
pessoais falsos, como números de CPF de outras pessoas e endereços
inexistentes, e não há como conferi-los. Mesmo com medidas
criteriosas para a captação dos anúncios, afirmou, ainda vai existir
quem veicule propaganda enganosa. Ele admitiu, no entanto, que o
jornal ainda não impõe qualquer restrição em sua seção de
classificados.
JORNAL AGE CONTRA ANÚNCIOS FALSOS
Durante a reunião na sede do Procon Assembléia, o
diretor geral do jornal "Balcão", Paulo André de Alcântara Nacife,
informou que já tomou uma série de medidas para impedir a veiculação
de anúncios suspeitos. O jornal não aceita, por exemplo, publicidade
que contenha apenas o telefone celular do anunciante. Para
veiculação em determinadas seções, só com a presença física do
interessado na loja, com carteira de identidade. Todos os anúncios
fonados são gravados.
Outra providência foi bloquear a inserção de
anúncios via internet, sob o argumento de que, como sua publicação é
automática, muita coisa irregular estava sendo colocada no site do
jornal. "São medidas antipáticas, mas esse tipo de anúncio não me
serve", afirmou o diretor, citando que a credibilidade do jornal é
mais importante.
O assessor do Procon assembléia Renato Dantés
Macedo disse que há vários tipos de propaganda enganosa nos
classificados. As principais contêm falsas empresas ou mesmo firmas
estabelecidas que prometem vantagens e não cumprem. "O consumidor
precisa ficar atento, ele não deve confiar plenamente no
anunciante", disse o assessor.
Os diretores comerciais dos jornais "O Tempo" e
"Hoje em Dia" e os representantes dos Procons Municipal e do
Ministério Público também foram convidados para a reunião, mas não
compareceram.
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