Grupo de trabalho discute criação das Agências de Bacias

As Agências de Bacia, órgãos executivos de apoio técnico e financeiro aos Comitês de Bacia, só poderão ser implantada...

02/07/2002 - 23:15
 

Grupo de trabalho discute criação das Agências de Bacias

As Agências de Bacia, órgãos executivos de apoio técnico e financeiro aos Comitês de Bacia, só poderão ser implantadas quando sua natureza jurídica estiver definida. Esta foi a tônica do debate do Grupo de Trabalho sobre Agências de Bacia (Grupo II), que foi realizado nesta terça-feira (02/07/2002) no auditório da Assembléia Legislativa. O debate dos grupos é parte do Seminário Legislativo Águas de Minas II. O coordenador do grupo foi o superintendente de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Copasa MG (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Valter Vilela Cunha.

O grupo de trabalho contou com a participação de representantes de diversas entidades envolvidas na questão da gestão dos recursos hídricos, inclusive dos Comitês de Bacia Hidrográfica do Estado. Durante o debate, os participantes votaram as propostas contidas no relatório das comissões técnicas interinstitucionais, que reúne propostas recebidas ao longo das 17 Plenárias regionais organizadas pelo Seminário das Águas, de abril a junho deste ano.

As 46 propostas aprovadas serão reunidas na redação de um novo relatório, que será apresentado pelo coordenador Valter Vilela Cunha na plenária final do Seminário, nesta quarta-feira (3/07/2002). Além de conter sugestões sobre a natureza jurídica das Agências, as propostas aprovadas abrangem também grande número de pedidos de encaminhamentos de moções a órgãos competentes, como Executivo e Legislativos Estadual e Municipais.

Agências atuam como figuras jurídicas para cobrar uso da água

As Agências de Bacias estaduais funcionarão quando o instrumento de cobrança pelo uso dos recursos hídricos for regulamentado e implementado nas bacias. As Agências darão suporte aos Comitês, que são órgãos deliberativos, normativos e consultivos que representam regiões do Estado, com representantes do três Poderes, dos usuários das águas e da sociedade civil, de forma paritária. Os Comitês têm competência para aprovar o plano diretor da bacia, além de estabelecer forma e valores da cobrança pelo uso da água, sem possuir, porém, personalidade jurídica.

Durante a reunião, a discussão de duas modalidades de natureza de Agências foram priorizadas: OSCIP (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) e OS (Organizações Sociais). No primeiro caso, a participação do poder púbico se restringe à indicação de membros para o quadro diretivo, mantendo a natureza privada da organização. A OS, por sua vez, possui natureza jurídica de direito privado, mas possui menor liberdade de ação porque segue exigências da Administração Pública.

De acordo com o membro do Comitê dos Afluentes Mineiros do Médio Rio Grande, Carlos Alberto Alves, o debate realizado no grupo de trabalho foi importante e precisa ser sempre aprofundado. "As Agências de Bacias terão participação fundamental para permitir que se criem mecanismos de considerar as bacias como um todo, mas sem esquecer da necessidade de analisar as particularidades de cada região antes de realizar qualquer ação". Segundo ele, a expectativa para a Plenária Final é de que o papel dos Comitês seja ainda mais fortalecido.

Entidades participantes - Copasa MG (Companhia de Saneamento de Minas Gerais); Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES); Conselho Estadual de Saúde; Câmara Técnica de Meio Ambiente; Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg); Fórum Mineiro de Comitês da Bacia; Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e Projeto Manuelzão.

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715