Ministério Público pede ao Tribunal de Contas dados sobre incêndio

A Promotoria Especializada na Defesa do Patrimônio Público solicitará, ainda esta semana, documentos ao Tribunal de C...

02/07/2002 - 17:07
 

Ministério Público pede ao Tribunal de Contas dados sobre incêndio

A Promotoria Especializada na Defesa do Patrimônio Público solicitará, ainda esta semana, documentos ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o incêndio criminoso ocorrido no 3º andar da sede do órgão, em 12 de abril, quando foram queimados milhares de processos relativos a prefeituras e órgãos do governo estadual. Entre os dados solicitados, está a relação dos processos destruídos.

A informação foi repassada à Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta terça-feira (2/7/2002), pelo titular da Promotoria, Carlos André Mariani Bittencourt. Ele falou aos deputados do grupo de trabalho designado pelo presidente da Alemg, deputado Antônio Júlio (PMDB), para acompanhar a apuração das causas do incêndio. O grupo é coordenado pelo deputado Agostinho Patrús (PTB) e o relator é o deputado José Henrique (PMDB), que participaram da reunião desta terça-feira.

Dificuldade - O inquérito civil público foi instaurado em junho pela Promotoria, que aguardava o envio do laudo do Instituto Médico Legal (IML) - o que ocorreu no final do mês passado. O promotor Carlos André Mariani Bittencourt afirmou que é importante haver agilidade nas respostas, pelo Tribunal, às indagações da Promotoria. "Nem sempre tem sido fácil obter respostas do Tribunal relativas a quaisquer episódios envolvendo a administração direta e indireta. É preciso sintonia e afinidade, mas as coisas não fluem com a brevidade desejada", comentou, referindo-se a casos anteriores. Ele disse que repostas não faltam, mas não são prontas nem rápidas, decorrendo meses até a obtenção de documentos para concluir, por exemplo, um inquérito simples.

O coordenador do Grupo de Trabalho, deputado Agostinho Patrús (PTB), ao comentar o receio do promotor, disse que a Assembléia vai colaborar para que documentos e informações do Tribunal de Contas cheguem com agilidade à Promotoria Especializada na Defesa do Patrimônio Público. "A Assembléia é parceira tanto do Ministério Público quanto da Secretaria de Estado da Segurança Pública na apuração de um episódio que tanto prejuízo trouxe à sociedade", afirmou o parlamentar.

Relatório e CPI - Em entrevista após a reunião, o deputado Agostinho Patrús (PTB) disse que, ainda esta semana, o Grupo de Trabalho se encontrará novamente. Desta vez o objetivo é definir se será preciso ouvir mais pessoas ou se será elaborado o relatório das atividades. Ele disse também que o relatório será encaminhado ao presidente da Alemg, deputado Antônio Júlio (PMDB), para posterior definição sobre a continuidade ou não do Grupo de Trabalho ou sobre a instauração de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), como propõe o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT).

PROMOTORIA INSTAUROU INQUÉRITO APÓS NOTÍCIAS DA IMPRENSA

A Promotoria Especializada na Defesa do Patrimônio Público instaurou inquérito civil público em função de matérias veiculadas na imprensa mineira informando que teria havido, na véspera, o deslocamento de grande volume de processos para o local incendiado, com a participação de funcionários do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O inquérito civil, após as apurações, poderá dar origem ou não a uma ação de improbidade administrativa. As conseqüências para os envolvidos podem ser, entre outras, a perda da função pública, a suspensão de direitos políticos, multa civil e proibição de contratar com o poder público. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovando que o incêndio foi criminoso chegou ao Ministério Público no final de junho e, a partir de agora, serão solicitadas as informações necessárias à apuração do caso.

O titular da Promotoria, Carlos André Mariani Bittencourt, afirmou aos deputados que o incêndio é um caso de "gravidade extraordinária" e que a sociedade precisa de uma resposta rápida. Disse, ainda, que serão necessárias diversas requisições ao TCE, para obter dados sobre processos incendiados e substituídos de local; pessoas que estavam no órgão e quem estava em serviço nos dias próximos do incêndio; informações sobre empresas terceirizadas em atividade no tribunal, entre outros. "Será um inquérito longo, que necessitará da colaboração do Tribunal de Contas", enfatizou.

Carlos André disse também que há "boa vontade recíproca" no contato com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a quem cabe o inquérito criminal sobre o incêndio. A investigação é conduzida pela Delegacia de Vigilância Geral, tendo o acompanhamento do promotor criminal Marcelo Mattar.

O relator do Grupo de Trabalho que acompanha a apuração das causas do incêndio no TCE, deputado José Henrique (PMDB), fez também um balanço das atividades, relatando quais as pessoas já ouvidas pelos parlamentares. O deputado Agostinho Patrús (PTB) solicitou ao Ministério Público que repasse à Alemg todas as informações que forem obtidas sobre o incêndio no tribunal.

Balanço dos trabalhos - O Grupo de Trabalho já ouviu representantes do TCE e da Secretaria de Segurança Pública. Foram ouvidos o presidente do órgão, José Ferraz, e o vice-presidente, Simão Pedro Toledo; o conselheiro corregedor do TCE, Eduardo Carone Costa; o chefe da Delegacia de Vigilância Geral, Sandoval de Moura; e a delegada adjunta Cristina Coelli Cicarelli, responsável pelo inquérito criminal. Participam do Grupo de Trabalho os seguintes deputados: Agostinho Patrús (PTB), José Henrique (PMDB) e Ivo José (PT).

 

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