Aprovado parecer favorável a acordo entre Estado e CVRD

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa aprovou, nesta quarta-feira (12/6/2002...

12/06/2002 - 19:42
 

Aprovado parecer favorável a acordo entre Estado e CVRD

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa aprovou, nesta quarta-feira (12/6/2002), parecer do deputado Luiz Fernando Faria (PPB) sobre acordo celebrado entre o Estado e a Companhia Vale do Rio Doce, relativo à extinção de demandas judiciais da Fazenda Pública Estadual. Segundo o parecer, "o acordo não extrapolou os limites legais e inexiste, portanto, prática de comportamento lesivo ao erário que demande a proposição de projeto de resolução que vise sustar os atos normativos do Executivo, razão pela qual se impõe o arquivamento do processo".

Voto contrário e estudo alternativo - O deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB) foi o único dos presentes a votar contra o parecer. Antes, ele apresentou voto em separado e, durante essa manifestação, leu extenso estudo feito pelo deputado Rogério Correia (PT) segundo o qual o acordo de transação extrapola os limites legais, cabendo ao Legislativo sustar os atos normativos do Executivo por meio de projeto de resolução. Os deputados Dilzon Melo (PTB), Rêmolo Aloise (PFL), Ivair Nogueira (PMDB) e Luiz Fernando Faria (PPB), autor do parecer, manifestaram-se contrários ao voto do deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB).

Segundo o parecer do deputado Luiz Fernando Faria (PPB), que foi objeto de pedido de vista de Andrada em reunião anterior, não existe qualquer atividade administrativa desvinculada do Decreto 41.417/2000 (dispõe sobre a transação, como forma especial de extinção do crédito tributário), já que o Estado recebeu os créditos tributários principais e obrigou-se a ceder quanto aos valores relativos às obrigações tributárias acessórias, a fim de proporcionar a eliminação das pendências existentes.

De acordo com o deputado Luiz Fernando Faria, a Companhia Vale do Rio Doce se comprometeu a não mais remeter para estabelecimento de terceiros, para fins de industrialização, o minério de ferro que extrai de suas jazidas no Estado. O relator entende que, assim, ficará afastada a possibilidade de apropriação do crédito do imposto pago pela industrialização, que vinha gerando significativo saldo credor em sua escrituração fiscal. "Projeta-se um incremento da arrecadação adicional de cerca de R$ 1 milhão mensais em decorrência da mudança do procedimento adotado", conclui.

Já o estudo do deputado Rogério Correia (PT) questiona diversos pontos relativos ao acordo, como o fato de extrapolar a legislação mineira e os limites de lei autorizativa; extrapolar a lei ao cancelar crédito tributário; além de decreto retroativo e outros aspectos relacionados ao índice de correção e à renúncia fiscal. O deputado Rogério Correia (PT) foi autor de requerimento solicitando que a Comissão debatesse, em audiência pública, essa transação. Isso ocorreu no ano de 2001, com a participação do Sindifisco (Sindicato dos Fiscais e Agentes Fiscais de Tributos do Estado de Minas Gerais, de procuradores da Fazenda e da Vale do Rio Doce, em diferentes debates.

Requerimento - A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária também aprovou requerimento do deputado Ivair Nogueira (PMDB), solicitando ao secretário da Fazenda a alteração de trecho do regulamento do ICMS (Decreto 36.104/96), visando retirar o limite anual de receita de vendas de 512 mil Ufirs imposto às instituições de assistência social e de educação.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Mauro Lobo (PSB), presidente; Ivair Nogueira (PMDB), vice-presidente; Antônio Carlos Andrada (PSDB), Dilzon Melo (PTB), Rêmolo Aloise (PFL), Anderson Adauto (PL), Rogério Correia (PT), Chico Rafael (PMDB) e Luiz Fernando Faria (PPB).

 

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