Deputados pedem reforço na proteção policial
Os deputados que integraram a CPI do Narcotráfico
vão ter a segurança pessoal reforçada. O pedido foi feito à Polícia
Militar nesta quinta-feira (6/6/02), depois que o deputado Rogério
Correia (PT) recebeu telefonema de uma fonte da Polícia Civil.
Segunda essa fonte, os oito presos que fugiram do Deoesp na noite da
última terça-feira (4/6/02) pretenderiam "acertar contas" com os
deputados e promotores que atuaram na investigação do tráfico de
drogas no Estado.
Entre os fugitivos, dois são considerados de alta
periculosidade. Agnaldo Dias participou do seqüestro do estudante
Lucas Pereira Loureiro em Três Corações, em fevereiro deste ano.
Wagner Pinto Rodrigues cumpre pena pela participação no seqüestro do
empresário José Ferreira da Silva, em Paraisópolis, em novembro de
2000. Os demais presos foram condenados por tráfico de drogas, roubo
de carga, extorsão e homicídio.
"Não acredito que eles tenham fugido por acaso. Só
pode ter sido por meio de pagamento de propina, por negligência dos
policiais ou para acerto de contas. O superintendente-geral da
Polícia Civil, delegado Jacy de Abreu, já disse que houve
negligência", afirmou o deputado Rogério Correia.
Medidas urgentes - A fuga
aconteceu uma semana depois que os 14 envolvidos na facilitação da
fuga de Fernandinho Beira-Mar, entre eles oito policiais civis e um
delegado, foram denunciados à Justiça. Na próxima quarta-feira
(12/6/02), os deputados ameaçados, juntamente com o presidente da
Assembléia, deputado Antônio Júlio (PMDB), vão reunir-se com o
governador Itamar Franco para cobrar a investigação da fuga que
ocorreu esta semana e o afastamento imediato dos integrantes da
Polícia Civil envolvidos na fuga de Beira-Mar. "Isso já devia ter
sido feito há muito tempo. Agora vamos cobrar medidas urgentes do
governador", disse o deputado Rogério Correia.
A decisão foi tomada em uma reunião dos integrantes
da CPI com o presidente da Assembléia, deputado Antônio Júlio
(PMDB), o procurador do Ministério Público Estadual, André Ubaldino,
o delegado da Polícia Federal, Cláudio Dornelas e o representante do
Comando Geral da Polícia Militar, Coronel Gontijo. Outra medida
acertada é o acionamento da força-tarefa composta pelas polícias
Federal, Civil e Militar e pelo Ministério Público Estadual para
agilizar as buscas aos fugitivos do Deoesp.
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