Comissão discute responsabilidade social das empresas
A preocupação social das empresas e
entidades na contratação e formação de funcionários foi
debatida nesta quarta-feira (5/6/2002) pela Comissão de Educação,
Cultura, Ciência e Tecnologia, presidida pelo deputado Paulo Piau
(PFL). Participaram representantes da Cooperativa de Economia e
Crédito Mútuo dos Funcionários da Alemg (Cofal), da Federação das
Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas de MG (Fapaemg), e
do Centro das Indústrias das Cidades Industriais de MG (Cici). O
presidente da Cofal, Cristiano Santos, falou do trabalho educativo
desenvolvido pela entidade que preside junto aos menores
contratados. A Cooperativa, além de investir em cursos
profissionalizantes, incluindo o cooperativismo, e de formação geral
para os empregados, oferece bolsas de até 50% para pré-vestibular e
cursos de graduação.
Ao lembrar o "Dia Nacional da Família na Escola",
comemorado em 4 de junho, o presidente da Fapaemg, Mário de Assis,
lamentou o fato de muitas escolas estarem fechadas devido à greve de
professores estaduais. Apesar disso, ele frisou que a idéia desse
projeto é abrir a escola para a família. Com relação à greve, Assis
afirmou ter discutido com o Ministério Público formas de negociação
visando o fim das paralisações em troca do apoio político do órgão à
implantação do novo plano de cargos e salários para os
professores.
À frente do Cici, o presidente Welerson Fonseca
abordou o projeto "empresa-escola", adotado pela entidade. Através
dessa iniciativa, o Cici busca atrair empresas que queiram trabalhar
com responsabilidade social, não apenas pagando impostos, mas
oferecendo ensinamentos aos jovens. São feitas visitas às empresas
para mostrar como elas podem "adotar" instituições de ensino. Uma
vez acertada a parceria, é elaborado um diagnóstico da situação da
escola mostrando em que a empresa pode auxiliar. Segundo Fonseca,
com o projeto, consegue-se conscientizar o empresariado de que os
futuros funcionários das empresas são os jovens estudantes de
hoje.
O assessor do deputado Paulo Piau e especialista em
Educação, Wellington Barros, acrescentou que as entidades envolvidas
com a educação devem se preocupar não apenas com os estudantes, mas
também com os professores. Ele observa que, hoje, a maioria dos
professores não está sintonizada com a prática. Para que isso
ocorresse, as empresas deveriam se abrir para que eles pudessem
fazer mestrado ou doutorado e voltar à sala de aula. Na visão de
Barros, a Assembléia Legislativa deveria estar à frente das
discussões nesse sentido, para aprovar leis em sintonia com o mais
moderno no campo da educação.
PARECERES APROVADOS
O programa de resgate histórico e valorização das
comunidades remanescentes de quilombos em Minas Gerais, objeto do
Projeto de Lei (PL) 1.637/2001, do deputado Adelmo Carneiro Leão
(PT), obteve parecer favorável. Elaborado pelo deputado Paulo Piau
(PFL), o parecer de 1º turno sobre o chamado "Projeto Quilombos"
incluiu na proposição a emenda nº 4, alterando a redação do artigo
2º que passa a ser: "O sistema estadual de ensino, a partir do
levantamento histórico e cultural das comunidades, incluirá no
currículo escolar estudos sobre a história e as características
culturais dos quilombos em Minas Gerais."
Foi também aprovado parecer de 1º turno, do
deputado Paulo Piau, favorável ao PL 2.060/2002, de autoria do
deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), que dispõe sobre a política
estadual de arquivos.
PRESENÇAS
Participaram da reunião os deputados Paulo Piau
(PFL), que a presidiu, Antônio Carlos Andrada (PSDB) e José Henrique
(PMDB).
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