Representantes da Telelistas negam irregularidades

O diretor da Telelistas, Hélio Estrella, negou que a empresa esteja sendo favorecida pela Telemar, em detrimento de s...

24/06/2002 - 16:39
 

Representantes da Telelistas negam irregularidades

O diretor da Telelistas, Hélio Estrella, negou que a empresa esteja sendo favorecida pela Telemar, em detrimento de suas concorrentes no mercado de edição e distribuição de catálogos telefônicos. Ele prestou depoimento nesta terça-feira (7/5/2002) na reunião da Comissão Especial da Lista de Assinantes, que investiga irregularidades na lista da Telemar.

O deputado Márcio Kangussu (PPS), presidente da comissão, citou várias denúncias contra a operadora de telefonia e a editora: benefício da Telelistas, evasão de receitas, formação de monopólio, parceria ilegal, propaganda enganosa, ilegalidade na comercialização de anúncios, atraso na entrega das listas, cobrança das ligações para o 102, concorrência desleal e omissão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Hélio Estrella garantiu que a empresa não recebe tratamento privilegiado da Telemar. Segundo ele, a operadora vende seu cadastro de assinantes da mesma forma para todas as editoras de catálogos. "Essa acusação (de favorecimento) é improcedente. A Telelistas compra o cadastro pelo mesmo preço de qualquer outra editora. A diferença é que nós submetemos esse cadastro a um tratamento, para que fique elevado o grau de fidedignidade", explicou.

O diretor da Telelistas também negou que a empresa esteja desobedecendo à Lei Geral das Telecomunicações (LGT) por não entregar a lista de assinantes residenciais junto com o catálogo comercial. "Essa é uma questão de interpretação da lei", argumentou. "Fizemos uma pesquisa e descobrimos que apenas 1% dos usuários gostariam de receber a lista residencial, pois as pessoas têm suas próprias agendas pessoais e podem ligar para o 102. Quem quiser pedir a lista de assinantes só precisa ligar para o número 104. Essa não é uma solução definitiva, é apenas uma experiência para melhorar o conforto do usuário. Se ela se revelar prejudicial, será revista", garantiu.

Para o advogado da Telelistas, André Godinho, a empresa não está impedida de comercializar anúncios em seus catálogos. Segundo Godinho, a LGT diz apenas que a lista telefônica deve conter no mínimo a relação de todos os assinantes. "A Telelistas entende que é legal a colocação opcional de anúncios. Essa é uma prática corriqueira no mercado e as receitas alternativas podem ajudar a empresa a prestar melhores serviços", justificou.

A representante da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público Estadual, Neli Isabel Oliveira Colen, acusou a Telelistas de cobrar anúncios como única forma de figuração na lista comercial. O diretor da empresa admitiu que a venda de publicidade é prática disseminada no mercado, mas garantiu que os representantes da empresa não assediam empresários e comerciantes para anunciarem. "Essa não é uma orientação da empresa. Para nós, é importante que o vendedor atue de forma ética. Mas eu duvido que não exista uma empresa no País que não tenha esse problema", assumiu.

Godinho disse não saber quanto a Telelistas repassa à Telemar pela utilização do seu cadastro. De acordo com o advogado, a empresa tem três contratos com a concessionária de telefonia: um para fornecimento do cadastro de assinantes, outro para cobrança de serviços na conta telefônica e um terceiro que trata da publicação gratuita das listas. Ele não quis revelar o patrimônio da editora, mas garantiu que a empresa não tem nenhum sócio estrangeiro atualmente.

Foram aprovados, ainda, dois requerimentos. Um, do deputado Agostinho Silveira (PL), solicitando que sejam convidados para a próxima reunião da comissão os diretores da Telelistas, Milton Luiz Kalmanson e Hélio Estrella. E outro, do deputado Irani Barbosa (PSD), para que a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça apure as irregularidades cometidas pela Telemar e suspenda a distribuição do catálogo da Telelistas.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Márcio Kangussu (PPS), Agostinho Silveira (PL), Ailton Vilela (PTB) e Irani Barbosa (PSD).

 

 

 

 

 

 

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