Poços de Caldas terá reunião de seminário das águas em 28/5

As reuniões de interiorização do Seminário Legislativo "Águas de Minas II" estão na fase final. O debate em Poços de ...

23/05/2002 - 15:57
 

Poços de Caldas terá reunião de seminário das águas em 28/5

As reuniões de interiorização do Seminário Legislativo "Águas de Minas II" estão na fase final. O debate em Poços de Caldas, no dia 28 de maio, será o 13º dos 17 encontros regionais realizados antes da plenária final, marcada para os dias 1º a 3 de julho, no Plenário da Assembléia, em Belo Horizonte. Essa é a terceira e última reunião na Bacia do Rio Grande (as duas primeiras foram em Uberaba e Capitólio). O local é o Auditório do Complexo Cultural da Urca (Praça Getúlio Vargas, s/nº). Os debates começam às 9 horas, com a participação de representantes dos usuários (indústrias, produtores rurais, companhias de abastecimento, etc), do poder público e da sociedade civil organizada de 96 municípios.

Entre os objetivos das reuniões no interior, está o de verificar a implantação dos comitês de bacia hidrográfica, encarregados de estabelecer os critérios de cobrança da água e de definir os planos diretores de recursos hídricos da bacia, entre outras funções. Em Minas, são 17 comitês aprovados, sendo 12 em funcionamento e cinco com comissões provisórias. Já atua na região o Comitê de Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos rios Mogiguaçu e Pardo, que são afluentes do rio Grande. Institucionalizado há mais de um ano, o comitê tem 31 municípios representados, sendo 15 da bacia do rio Pardo e 16 do Mogiguaçu. "Os comitês sofrem com a falta de infra-estrutura. Precisamos de recursos e do apoio dos governos, bem como de instituições privadas", destaca o presidente, Rodopiano Marques Evangelista. São 80 integrantes (entre efetivos e suplentes), com a representação de usuários, poder público e sociedade civil.

Cobrança - Na opinião de Evangelista, é urgente a cobrança pelo uso da água. "Sem recursos não se pode fazer nada", enfatiza o presidente do comitê - que já aprovou a cobrança pelo uso da água, bem como definiu um cronograma físico-financeiro. Deverão pagar todos aqueles que usam a água em quantidades significativas, seja como insumo para produção ou consumo, seja para o lançamento de efluentes nos corpos d água. Os recursos arrecadados deverão ser usados na própria bacia onde foram gerados, em programas e projetos, orientados pelos planos diretores, que busquem a gestão adequada do meio ambiente, garantindo água em qualidade e quantidade para os usos atuais e futuros.

Na bacia do Paraíba do Sul, a cobrança foi aprovada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, em 15 de março. Os valores a serem cobrados serão R$ 0,008 por metro cúbico de água captada e devolvida limpa e R$ 0,02 por metro cúbico de água captada e devolvida poluída. A cobrança será feita pela Agência Nacional de Águas (ANA). A vazão captada e consumida será informada pelos próprios usuários. Aqueles que iniciarem o pagamento no primeiro mês terão desconto de 18%, válidos por três anos. O desconto cairá 0,5% a cada mês após julho.

REUNIÃO EM POÇOS TAMBÉM DISCUTIRÁ ÁGUAS MINERAIS E TERMAIS

Na opinião de Evangelista, a reunião do seminário das águas em Poços de Caldas também será um momento importante para discutir os problemas relacionados às águas minerais e termais subterrâneas. Ele ressalta que é necessário um estudo hidrogeológico e o planejamento do uso das águas subterrâneas, com o envolvimento de técnicos da Comig (Companhia Mineradora de Minas Gerais) e do Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental). Entre os problemas existentes, estão o do uso indiscriminado das águas minerais e termais subterrâneas; a exploração sem planejamento (retirada da água acima da capacidade que a bacia subterrânea tem para se recompor); e desmineralização da água para envasamento. "A água mineral não deve ser considerada apenas um bem mineral, mas recurso hídrico", enfatizou.

A administração, a proteção e a conservação das águas subterrâneas de domínio do Estado são tema de projeto em tramitação na Assembléia. É o PL 2.029/2002, do deputado Fábio Avelar (PTB), que atribui ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) competência para fiscalizar o cumprimento da Lei 13.771/2000, que dispõe sobre o tema. Proposta de emenda apresentada pelo deputado Anderson Adauto (PL) e acatada pela relatora do projeto na Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, deputada Maria José Haueisen (PT), proíbe a captação e a exploração de águas subterrâneas nas imediações e no interior dos perímetros delimitadores das estâncias hidrominerais de Minas, quando destinadas a uso em processos de dessalinização ou de sanilização e posterior envasamento para comercialização. A deputada, em seu parecer, cita o exemplo da água coletada em poço tubular perfurado junto ao Parque das Águas, em São Lourenço. Ela é desmineralizada, recebe outros componentes químicos e é comercializada com o rótulo de "água mineralizada". Esse processo é, para ela, questionável, ainda que tivesse amparo legal, pois contribui para deturpar o nome da estância hidromineral de São Lourenço e a fama das águas minerais naturais.

Municípios participantes - Aiuruoca, Alagoa, Albertina, Andradas, Arceburgo, Baependi, Bandeira do Sul, Bom Repouso, Borda da Mata, Botelhos, Brasópolis, Bueno Brandão, Cachoeira de Minas, Caldas, Camanducaia, Cambuí, Cambuquira, Campanha, Campestre, Careaçu, Carmo da Cachoeira, Carmo de Minas, Carvalhópolis, Caxambu, Conceição das Pedras, Conceição do Rio Verde, Conceição dos Ouros, Congonhal, Consolação, Cordislândia, Córrego do Bom Jesus, Cristina, Cruzília, Delfim Moreira, Dom Viçoso, Elói Mendes, Espírito Santo do Dourado, Estiva, Extrema, Gonçalves, Guaranésia, Guaxupé, Heliodora, Ibitiúra de Minas, Inconfidentes, Ipuiúna, Itajubá, Itamonte, Itanhandu, Itapeva, Jacutinga, Jesuânia, Lambari, Machado, Maria da Fé, Marmelópolis, Monsenhor Paulo, Monte Santo de Minas, Monte Sião, Munhoz, Natércia, Olímpio Noronha, Ouro Fino, Paraguaçu, Paraisópolis, Passa-Quatro, Pedralva, Pedralva, Piranguçu, Piranguinho, Poço Fundo, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Pouso Alto, Santa Rita de Caldas, Santa Rita do Sapucaí, São Gonçalo do Sapucaí, São João da Mata, São José do Alegre, São Lourenço, São Sebastião da Bela Vista, São Sebastião do Rio Verde, São Tomé das Letras, Sapucaí-Mirim, Senador Amaral, Senador José Bento, Silvianópolis, Soledade de Minas, Tocos do Moji, Toledo, Três Corações, Três Pontas, Turvolândia, Varginha, Venceslau Brás e Virgínia.

 

 

 

 

 

 

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