PEC extingue exigência de licença para processar deputado

Está pronta para ser incluída na pauta do Plenário a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 86/2002, do deputado Hel...

08/05/2002 - 17:50
 

PEC extingue exigência de licença para processar deputado

Está pronta para ser incluída na pauta do Plenário a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 86/2002, do deputado Hely Tarqüínio (PSDB) e outros, que extingue a exigência de licença prévia da Assembléia Legislativa para processar deputado. A PEC 86/2002 altera a redação do artigo 56 da Constituição do Estado, adequando o texto ao que prevê a Emenda à Constituição Federal nº 35, que manteve a imunidade dos parlamentares apenas para opiniões, palavras e votos. A Comissão Especial criada para analisar a proposta aprovou, nesta quarta-feira (8/5/2002), o parecer de 1º turno, favorável à PEC 86/2002. O relator foi o deputado Marcelo Gonçalves (PDT).

Tramitação - O próximo passo na tramitação da proposta é a inclusão na ordem do dia do Plenário, para discussão em 1º turno, quando ainda poderá receber emendas. Caso isso aconteça, a PEC 86/2002 e as emendas apresentadas retornarão à Comissão para receberem parecer. Depois de aprovada em 1º turno, a proposta também vai retornar à Comissão, para receber o parecer de 2º turno. O Plenário ainda deverá aprovar a PEC, em 2º turno e em redação final. Aprovada em redação final, a emenda será promulgada pela Mesa da Assembléia, no prazo de cinco dias úteis.

Conteúdo - A PEC 86/2002 estabelece que o deputado é inviolável, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. No caso de denúncia contra deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça dará ciência à Assembléia legislativa que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria dos seus membros poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

"A imunidade era um instrumento até de prejuízo para o deputado que defende um comportamento ético na política", afirmou o deputado Hely Tarqüínio, corregedor da Assembléia e autor da proposta. Durante a reunião, ele defendeu, também, a criação do Conselho e do Código de Ética na Assembléia Legislativa de Minas. O deputado Marcelo Gonçalves, no parecer, lembrou que a necessidade de licença prévia para instauração de processo criminal, em muitos casos, conduzia a uma situação de impunidade, e não de imunidade. "Eu queria essa liberdade há muito tempo", observou o deputado, que está sendo processado em função de um acidente de trânsito, ocorrido em 5 de maio de 1994 - antes portanto de ser eleito.

O presidente da Comissão Especial, deputado Eduardo Brandão (PL), também apoiou a PEC 86/2002 e disse que a Assembléia está caminhando na ótica da transparência e da abertura. Para o deputado Cristiano Canêdo (PTB), também membro efetivo da Comissão Especial, a medida está valorizando o mandato parlamentar.

 

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