Reunião em Patos de Minas discutirá diferentes usos da água

Conciliar os potenciais agrícola, turístico e de geração de energia é um dos desafios da gestão das águas na Bacia do...

03/05/2002 - 16:45
 

Reunião em Patos de Minas discutirá diferentes usos da água

Conciliar os potenciais agrícola, turístico e de geração de energia é um dos desafios da gestão das águas na Bacia do Rio Paranaíba. Essa bacia vai sediar nova reunião de interiorização do Seminário Legislativo "Águas de Minas II", promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais em parceria com entidades governamentais e não-governamentais. O encontro será em Patos de Minas, no dia 14 de maio, no Anfiteatro do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) (rua Major Gote, 808), a partir das 9 horas, e deverá durar o dia inteiro. A cidade está situada em uma região de solos e topografia favoráveis, onde predomina a agroindústria e onde há tendência de aumento das culturas irrigadas e, conseqüentemente, de crescimento da demanda por água.

Patos de Minas é banhada pelo rio Paranaíba, que se junta ao rio Grande para formar o rio Paraná. Como em outras regiões do Estado, o rio apresenta, entre outros problemas, o de lançamento de esgoto "in natura" e de disposição inadequada do lixo, cuja calha apresenta devastação da vegetação ciliar. Em toda a região, há, ainda, problemas de garimpo de diamantes. Essa reunião em Patos de Minas será a segunda reunião do seminário na bacia; a primeira foi em Araguari, no dia 16 de abril. O coordenador será o deputado Hely Tarqüínio (PSDB).

Os objetivos do seminário "Águas de Minas II" são avaliar a implantação das políticas estadual e federal de recursos hídricos e a adoção de seus institutos e instrumentos de gestão; e obter subsídios para a elaboração de leis. O primeiro evento sobre o tema aconteceu em 1993. Em 1999, os seminários passaram por um processo de interiorização, com encontros prévios nas diversas regiões mineiras, antes da plenária, em Belo Horizonte. Na plenária final, que acontecerá na Capital, entre os dias 1º e 3 de julho, são ministradas palestras por representantes dos segmentos envolvidos com o tema abordado; há discussões em grupos de trabalho específicos e, em seguida, a votação de um documento que subsidia ações legislativas e executivas, entre outras.

Encontros vão até junho - As reuniões de interiorização, que acontecem em cidades localizadas em sete bacias hidrográficas de Minas Gerais, vão até junho. "As audiências são uma estrada de mão-dupla", ressalta o coordenador da Comissão Técnica Interinstitucional (CTI) "Gerenciamento das Águas", Augusto César, da Ruralminas (Fundação Rural Mineira de Colonização e Desenvolvimento Agrário). Na opinião dele, será possível colher, nesses encontros, as expectativas e as experiências de todos os segmentos envolvidos com o tema. As CTIs são encarregadas, entre outras tarefas, de produzir relatórios que subsidiarão os eventos do interior e a discussão nos grupos de trabalho, na etapa final.

Municípios participantes - São 24 os municípios que participarão do evento em Patos de Minas: Abadia dos Dourados, Araguari, Araporã, Carmo do Paranaíba, Cascalho Rico, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Guarda-Mor, Guimarânia, Lagamar, Lagoa Formosa, Monte Carmelo, Paracatu, Patos de Minas, Patrocínio, Presidente Olegário, Rio Paranaíba, Romaria, Serra do Salitre, Tupaciguara e Unaí.

COMITÊ FEDERAL DA BACIA DO PARANAÍBA SERÁ CRIADO

A primeira reunião de interiorização do seminário na Bacia do Rio Paranaíba foi em 16 de abril, em Araguari. O município de Araguari integra, junto com outros 195 municípios de Minas, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, a Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba. Durante o encontro, os participantes se dividiram em três grupos de trabalho e apresentaram 27 propostas que alteram e complementam os documentos originais das Comissões Técnicas Interinstitucionais (CTIs). Essas CTIs são constituídas por representantes de órgãos governamentais e não-governamentais que definiram o regulamento, os temas e palestrantes do Seminário Legislativo.

Comitê Federal da Bacia do Rio Paranaíba - O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, Cléver Lima, informou, em Araguari, que no dia 5 de junho, Dia Nacional do Meio Ambiente, será assinado o decreto presidencial que cria o Comitê Federal da Bacia do Rio Paranaíba. Segundo ele, foram realizadas 36 audiências públicas nos municípios que fazem parte da Bacia, para a formação do Comitê. Cléver Lima também alertou os participantes do evento para o problema da poluição da Bacia. Segundo ele, estima-se que em 2015, 70% das águas estejam comprometidas para o consumo humano. Ele afirmou que os rios que compõem a Bacia recebem grandes quantidades de esgoto sem tratamento

DELEGADOS SERÃO ELEITOS NOS ENCONTROS DO INTERIOR

Mauro da Costa Val, porta-voz do Fórum Mineiro de Comitês de Bacia e coordenador da CTI "Gestão das Águas", informa que a gestão das águas tem, hoje, um novo paradigma, pautado pela descentralização de decisões e atividades e pela participação social. "Mas essa representatividade social não é tarefa fácil, já que as pessoas não estão acostumadas ao exercício da cidadania", acrescenta. Ele ressalta a importância da eleição, nos encontros regionais, dos delegados que terão direito a voz e a voto na plenária final. Serão seis os delegados eleitos em cada um dos 17 encontros de interiorização, representando o poder público, a sociedade civil e os usuários da água.

Agências de bacias - Para Valter Vilela, da Copasa, coordenador da CTI "Agência de Bacias", o seminário será um momento importante para discutir qual a natureza jurídica da agência de bacia: se autarquia, fundação ou empresa pública, entre outras opções. Essa natureza jurídica deverá ser definida em lei a ser aprovada pelo Legislativo - passo importante para viabilizar as agências. Vilela esclarece que a agência encarrega-se do apoio técnico e do suporte operacional ao comitê de bacia. O comitê, cuja função é deliberativa e normatizadora, é integrado pelo poder público, pelos usuários e pela sociedade civil organizada. Em Minas, foram definidas 30 possibilidades de criação de comitês de bacia (pois pequenas bacias podem gerar um único comitê) e, desse total, 17 já foram aprovados, sendo 12 em funcionamento e outros cinco em estruturação.

 

 

 

 

 

 

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