Seminário de Águas tem 10ª reunião do interior em Paracatu

A cidade de Paracatu vai sediar, no próximo dia 16 de maio, a 10ª reunião de interiorização do Seminário Legislativo ...

29/04/2002 - 16:54
 

Seminário de Águas tem 10ª reunião do interior em Paracatu

A cidade de Paracatu vai sediar, no próximo dia 16 de maio, a 10ª reunião de interiorização do Seminário Legislativo "Águas de Minas II", promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em parceria com instituições governamentais e não-governamentais. O evento em Paracatu terá início às 9 horas, na Câmara Municipal (Praça JK, nº 449/Centro), e será coordenado pelo deputado Antônio Andrade (PMDB). As reuniões de interiorização do seminário tiveram início em 12 de abril, na cidade de Lagoa Santa, e terminam em Juiz de Fora, no dia 11 de junho. A plenária final será entre os dias 1º e 3 de julho, no Plenário da Assembléia, em Belo Horizonte.

São 25 os municípios convidados a participar do evento em Paracatu: Arinos, Bonfinópolis de Minas, Brasilândia de Minas, Buritis, Buritizeiro, Cabeceira Grande, Chapada Gaúcha, Dom Bosco, Formoso, Guarda-Mor, João Pinheiro, Lagamar, Lagoa Grande, Natalândia, Paracatu, Patos de Minas, Pintópolis, Presidente Olegário, Riachinho, Santa Fé de Minas, São Romão, Unaí, Uruana de Minas, Urucuia e Vazante. As entidades governamentais e não-governamentais que apóiam o evento em Paracatu são a Prefeitura e a Câmara Municipal e a Associação dos Municípios do Noroeste de Minas (Amnor).

As metas gerais do Seminário Legislativo "Águas de Minas II" são avaliar a implantação das políticas estadual e federal de recursos hídricos e a adoção de seus institutos e instrumentos de gestão; e obter subsídios para a elaboração de leis. O primeiro evento sobre o tema aconteceu em 1993. Em 1999, os seminários passaram por um processo de interiorização, com encontros prévios nas diversas regiões mineiras, antes da plenária, em Belo Horizonte. Na plenária final, são ministradas palestras por representantes dos segmentos envolvidos com o tema abordado; há discussões em grupos de trabalho específicos e, em seguida, a votação de um documento que subsidia ações legislativas e executivas, entre outras.

Reuniões na Bacia do Rio São Francisco - Paracatu é a quarta cidade a sediar reuniões de interiorização do Seminário Legislativo "Águas de Minas II" na Bacia do Rio São Francisco. As primeiras aconteceram em Lagoa Santa (12 de abril); Divinópolis (26 de abril) e Conselheiro Lafaiete (30 de abril). Ainda haverá outras duas reuniões nessa bacia: em Pirapora (7 de junho) e em Montes Claros (8 de junho). As 17 reuniões de interiorização acontecem em cidades localizadas em sete bacias hidrográficas de Minas. As três Comissões Técnicas Interinstitucionais (CTIs) do seminário são encarregadas, entre outras tarefas, de produzir relatórios que subsidiarão os eventos do interior e a discussão nos grupos de trabalho, na etapa final. Essas comissões tratam dos seguintes temas: "Gerenciamento das Águas", "Gestão das Águas" e "Agência de Bacias".

AÇÕES DA ASSEMBLÉIA EM PROL DAS ÁGUAS E DO SÃO FRANCISCO

Várias têm sido as ações promovidas pela Assembléia de Minas em prol das águas. Entre elas, a criação da Cipe São Francisco (Comissão Interinstitucional Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio São Francisco) e a instituição da Medalha 500 Anos do Rio São Francisco. Confira as ações já implementadas:

* Movimento "Minas em Defesa das Águas": realizou ciclos de debates e orientou a participação da Alemg em manifestações públicas pelas águas em Minas. O movimento também esteve presente na defesa de Furnas, por meio da Frente Parlamentar Jorge Hannas. Outras questões como a divisão da Cemig e a criação de comitês de bacias foram debatidos pelas Comissões.

* Cipe São Francisco: dessa comissão interinstitucional parlamentar de estudos participam deputados dos cinco estados banhados pelo rio da unidade nacional. Desde 1992, quando foi implantada, a Cipe acumulou um importante acervo de informações que podem contribuir para a implantação de uma política de desenvolvimento sustentável da bacia do São Francisco.

* Cipe Rio Doce: é formada por parlamentares de Minas e do Espírito Santo, banhados pelo rio Doce. Essa comissão promoveu encontros entre lideranças ambientalistas e propôs medidas para revitalizar esse importante rio e sua bacia, incentivando, inclusive, a criação de comitês.

* Cipe Paraná/Rio Grande/Paranaíba: a Alemg tem trabalhado, juntamente com outras Assembléias, na estruturação de Cipes para o desenvolvimento sustentável regional.

* Rio das Velhas: o Parlamento mineiro realizou um ciclo de debates visando à revitalização da bacia do Rio das Velhas, integrando-se às importantes ações do Projeto Manuelzão.

* Gerenciamento das Águas: a Alemg apresentou trabalhos no IV Diálogo Interamericano de Gerenciamento das Águas, em Foz do Iguaçu, e no III Encontro das Águas, em Santiago do Chile.

* Medalha 500 Anos do Rio São Francisco: A Alemg esteve presente nas comemorações dos 500 anos do São Francisco. Objeto de debates e estudos patrocinados pelo Legislativo mineiro, o "Velho Chico" teve seus 500 anos lembrados com uma homenagem às pessoas que trabalham pela sua preservação.

BALANÇO DAS DUAS PRIMEIRAS REUNIÕES NA BACIA DO SÃO FRANCISCO

As duas primeiras reuniões de interiorização na Bacia do Rio São Francisco tiveram o seguinte resultado:

* Lagoa Santa (12 de abril): a Bacia do Rio das Velhas esteve no centro dos debates. O coordenador do encontro, deputado Marcelo Gonçalves (PDT), lembrou que essa é uma das mais complexas regiões do Estado, devido à grande concentração populacional e industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele lembrou que é preciso combinar a demanda crescente por água de qualidade para o consumo humano e atividades produtivas com a necessidade de minimizar a degradação dos recursos hídricos, provocada pela poluição com esgoto, emissão de resíduos industriais, disposição de lixo às margens dos rios e outras causas, como desmatamentos e mineração predatória. "Compartilhamos a convicção de que a busca da qualidade da água equivale à busca da qualidade de vida, num processo que passa pela educação, pela cooperação, pela implantação de políticas públicas e dos instrumentos de gestão das águas, pela fiscalização dos agentes poluidores, pelo envolvimento da comunidade, pela prática da cidadania", ressaltou.

* Divinópolis (26 de abril): a situação da bacia do Rio Pará, afluente do São Francisco, foi um dos temas discutidos no encontro, coordenado também pelo deputado Marcelo Gonçalves (PDT). Na região, atua há anos o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pará, um dos primeiros em funcionamento no Estado. Ele existe desde 1988. O comitê - verdadeiro parlamento das águas - atuava antes mesmo da edição das legislações federal e estadual sobre recursos hídricos. São 80 integrantes, entre titulares e suplentes, com uma área de abrangência de 38 municípios. O plano diretor de recursos hídricos, instrumento de gestão como a cobrança da água, está sendo estruturado pelo comitê, com o diagnóstico socio-ambiental e a elaboração de prognósticos.

Entre as propostas apresentadas durante o encontro em Divinópolis, estão as seguintes: criar mecanismos que facilitem a participação dos funcionários públicos nos comitês de bacia (que são formados pelos usuários da água, poder público e sociedade civil organizada); e estabelecer que os comitês tenham não somente quórum numérico, mas também paridade nessa representação. Outra proposta analisada foi a possibilidade da existência, como ocorre com o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pará, de um departamento no próprio comitê que exerça a função de agência de bacia.

 

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