Moradores do Jequitinhonha condenam atuação da Cemig
Em coletiva solicitada pelo deputado Ivo José (PT),
nesta quinta-feira (25/4/2002), representantes da Associação dos
Atingidos pela Barragem de Irapé posicionaram-se contra a aprovação
da licença de construção da usina no rio Jequitinhonha, no Vale do
Jequitinhonha, pela Cemig. A concessão será votada amanhã pelo
Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e atingirá, segundo
os representantes da Associação, 850 famílias de sete municípios da
região. A Associação esteve hoje, também, no Ministério Público,
para pressionar contra a aprovação da concessão.
"A Cemig está pesquisando a região há 12 anos e não
apresentou nenhuma ação concreta de reassentamento para as famílias
que serão atingidas pela construção", afirmou o presidente da
Associação, José Antônio de Andrada. Segundo Andrada, os estudos
realizados pela Cemig não foram aprovados pela Fundação Estadual de
Meio Ambiente (Feam) e as terras oferecidas pela Cemig às famílias
não possuem condições de produção. Andrada queixou-se, ainda, da
falta de apoio dos deputados do Norte de Minas em relação à causa. O
deputado Edson Rezende (PT), que esteve presente na coletiva, é
contra a concessão da licença e também criticou a atuação dos
deputados. "Serão mais de 5 mil famílias deslocadas de suas terras e
de suas vidas, que acabarão na miséria se não houver uma preocupação
com a situação dessas pessoas depois da construção da usina",
disse.
No Ministério Público já existe uma ação contra a
Cemig, que apresentou estudos sobre a região que será afetada sem
levar em conta a situação das famílias da região, denunciaram os
representantes da Associação. A entidade alertou, também, para os
impactos ambientais que serão provocados pela obra. Segundo a
Associação, 70% das terras que a barragem ocupará são de cerrado
conservado. A Associação garantiu que comparecerá, amanhã, à votação
do Copam, para fazer pressão contra a concessão.
|