José Karan diz desconhecer ilegalidades nas penitenciárias

O superintendente das Organizações Penitenciárias da Secretaria de Estado da Justiça e Direitos Humanos (Sejdh), José...

23/04/2002 - 19:01
 

José Karan diz desconhecer ilegalidades nas penitenciárias

O superintendente das Organizações Penitenciárias da Secretaria de Estado da Justiça e Direitos Humanos (Sejdh), José Karan, prestou depoimento à CPI do Sistema Prisional, nesta terça-feira (23/4/2002). O objetivo da reunião foi tentar esclarecer, com o superintendente, as denúncias feitas por autoridades e detentos de várias penitenciárias, em depoimentos anteriores, de que Karan estaria envolvido com esquema de facilitação de fuga, tráfico de drogas, liberdade e soltura ilegal de presos. O depoente negou todas as acusações.

O deputado Ermano Batista (PSDB), presidente da CPI, questionou Karan sobre o uso ilegal de aparelhos celulares por detentos e sobre a possível facilitação de fuga de alguns presos durante processos de transferência de unidades. José Karan justificou dizendo que, após tomar conhecimento do caso dos celulares, ordenou que fossem feitas revistas nos visitantes e também nas celas. "Averiguações são feitas constantemente, mas é difícil controlar tudo o que entra ou sai de uma penitenciária", afirmou. Ele disse desconhecer qualquer esquema de facilitação de fuga de presos.

Perguntas do relator - O deputado Luiz Tadeu Leite (PMDB) perguntou sobre o caso do detento Ivan Ferreira, da Penitenciária José Maria Alckimim, em Ribeirão das Neves. Segundo depoimento do detento à CPI, ele trabalhava à noite num restaurante, sendo que havia sido condenado a cumprir pena em regime fechado, e tudo estaria sendo feito com a autorização do superintendente. José Karan se mostrou indignado diante das acusações direcionadas a ele. "Não tenho motivo algum para defender indivíduos que já estão condenados pela Justiça", justificou.

Outra explicação pedida pela comissão foi o porquê da transferência de 26 funcionários da Secretaria de Justiça para a Secretaria de Segurança Pública. "Eles não estavam se adaptando ao sistema de trabalho", justificou o superintendente. José Karan se disse inocente e reafirmou desconhecer todos os casos relatados em depoimentos anteriores à CPI. "Não sei por que estão fazendo essas acusações contra mim. Desde julho de 2001, coloquei o meu cargo à disposição para aqueles que o almejam", afirmou. Ele finalizou dizendo que espera que a CPI possa apurar os fatos e esclarecer tais denúncias.

O deputado Ermano Batista explicou ao convidado que várias informações obtidas pela CPI foram resultado de depoimentos colhidos em reuniões sigilosas. "A CPI não cria fatos; os inocentes não têm do que se preocupar", concluiu.

Presenças- Participaram da reunião os deputados Ermano Batista (PSDB), presidente da Comissão; Alberto Bejani (PFL); Luiz Tadeu Leite (PMDB), relator; e Irani Barbosa (PSD).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715