Conselheiro Lafaiete tem reunião sobre águas em 30 de
abril
A cidade de Conselheiro Lafaiete vai sediar, nesta
terça-feira (30/4/2002), a terceira reunião de interiorização do
Seminário Legislativo "Águas de Minas II" na Bacia do Rio São
Francisco. As primeiras reuniões nessa bacia foram em Lagoa Santa
(dia 12 de abril) e em Divinópolis (26 de abril). O seminário é uma
promoção da Assembléia de Minas em parceria com organizações
governamentais e não-governamentais e, antes da plenária final,
entre os dias 1º e 3 de julho, terão acontecido 17 reuniões no
interior do Estado.
A reunião em Conselheiro Lafaiete, a sexta no
interior, será no Teatro da Câmara Municipal da cidade (Rua Assis
Andrade, 540/Centro) e terá início às 9 horas. O coordenador do
encontro será o deputado José Milton (PL), que também é presidente
da Comissão de Meio Ambiente do Legislativo mineiro. Entre os
objetivos das reuniões, está o de fomentar a participação dos
segmentos envolvidos com a questão da água. Usuários (indústrias,
produtores rurais, companhias de abastecimento, etc), representantes
do poder público e da sociedade civil organizada estarão presentes
nesses encontros. As próximas reuniões na Bacia do São Francisco
serão nos seguintes locais: Paracatu (16 de maio), Pirapora (7 de
junho) e Montes Claros (8 de junho).
Municípios participantes -
Os municípios convidados a participar da reunião em Conselheiro
Lafaiete são os seguintes: Belo Vale, Betim, Bonfim, Brumadinho,
Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Casa Grande, Congonhas,
Conselheiro Lafaiete, Contagem, Cristiano Otôni, Crucilândia,
Curvelo, Entre-Rios de Minas, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal,
Fortuna de Minas, Ibirité, Igarapé, Inhaúma, Jeceaba, Juatuba, Lagoa
Dourada, Mário Campos, Mateus Leme, Moeda, Ouro Branco, Ouro Preto,
Paraopeba, Pequi, Piedade dos Gerais, Pompéu, Queluzito, Rio Manso,
São Brás do Suaçuí, São Joaquim de Bicas, São José da Varginha,
Sarzedo e Sete Lagoas.
BACIA DO PARAOPEBA ESTARÁ NO CENTRO DOS DEBATES
Entre os temas a serem discutidos no evento em
Conselheiro Lafaiete, estão as alternativas para aprimorar a gestão
das águas na Bacia do Rio Paraopeba, afluente direto do rio São
Francisco. Os problemas vivenciados na região do Alto Paraopeba são
semelhantes aos do Alto Rio das Velhas, tendo em vista estarem
localizados no Quadrilátero Ferrífero, onde as atividades de
mineração e siderurgia são marcantes. Essas atividades correspondem
a 40% da arrecadação de impostos do Estado. Segundo o presidente do
Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, Mauro da Costa Val, é
importante verificar, no mercado mundial, como as mineradoras estão
incorporando o custo ambiental em suas planilhas. Ele pregou a
negociação como o caminho para o entendimento entre os segmentos
envolvidos com a questão das águas.
A ocupação urbana desorganizada e a existência de
grande parque industrial na região do Alto e do Médio Paraopeba
poderão ser outras situações objeto de análise pelos usuários da
água, poder público e sociedade civil organizada, em Conselheiro
Lafaiete. Já na região do Baixo Paraopeba, a realidade é
agropecuária, sendo registrado também o reflorestamento homogêneo
para geração de biomassa para a indústria siderúrgica.
Atividades do comitê - O
Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba foi institucionalizado
em 1999 e implantado em agosto de 2000. Ele possui 36 integrantes
titulares e 36 suplentes, sendo nove representantes, cada, dos
seguintes segmentos: poder público estadual e federal; municipal;
sociedade civil e usuários das águas. São 31 os municípios com sede
urbana no território da bacia.
Segundo Mauro da Costa Val, o comitê está fazendo
agora o cadastramento dos usuários e investindo na implantação do
Sistema de Informações Geográficas (Sig) - com mapas e planos de
informações sobre a hidrografia, a vegetação, as áreas urbanas e
rurais. Todos esses dados serão essenciais para se fazer um balanço
hídrico, que inclui informações sobre a demanda por água e a
disponibilidade do recurso na natureza. Desta forma, será possível
fazer o planejamento das intervenções na bacia. Mauro da Costa Val é
também porta-voz do Fórum Mineiro de Comitês de Bacia.
PROGRAMAÇÃO DA REUNIÃO EM CONSELHEIRO LAFAIETE
Pela manhã, os participantes assistem à palestra
sobre fundamentos da política de recursos hídricos, ministrada por
representante da Assembléia ou das organizações governamentais ou
não-governamentais que ajudam a promover o seminário.
Descentralização das decisões, participação social e planejamento
tendo por base a bacia hidrográfica são alguns aspectos fundamentais
das políticas federal e estadual de recursos hídricos, abordados
nessa palestra.
Os participantes dividem-se, depois, em grupos para
discutir os seguintes temas: "Gestão das Águas", "Agência de Bacia"
e "Gerenciamento das Águas". As Comissões Técnicas
Interinstitucionais (CTIs) do seminário, que tratam desses três
assuntos, são encarregadas de produzir relatórios que subsidiam os
eventos. Na parte da manhã, então, os participantes fazem a leitura
dos relatórios e, à tarde, discutem propostas a serem incorporados a
esses documentos, bem como elegem os seis delegados que terão
direito a voz e voto na plenária final. Os delegados devem
representar, paritariamente, o poder público, a sociedade civil
organizada e os usuários.
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