Telemar nega acusações e Comissão Especial pode virar
CPI
O diretor de Vendas da Telemar, José Luiz Gattas
Hallak, negou que a empresa tenha participação no capital da
Telelista. Ele foi ouvido nesta quinta-feira (18/4/2002) pela
Comissão Especial da Lista de Assinantes. O presidente da Comissão,
deputado Márcio Kangussu (PPS), cogitou a possibilidade de
transformar a Comissão Especial em Comissão Parlamentar de Inqúerito
(CPI).
De acordo com o parlamentar, está havendo
dificuldade em se conseguir informações. "Com a CPI poderíamos obter
a clareza e transparência necessárias", comentou. O deputado ainda
lamentou a ausência de representante da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel). A Comissão aprovou requerimento do
relator, deputado Agostinho Silveira (PL), solicitando a prorrogação
dos trabalhos por trinta dias.
Segundo José Luiz Hallak, o vínculo entre as duas
empresas é apenas a contratação da Telelista, pela Telemar, para
emissão e distribuição da lista telefônica obrigatória, que seria a
"lista branca", de telefones não residenciais. Ele também disse que
não há diferença de tratamento para nenhuma empresa e que nenhuma
aquisição de cadastro foi feita de forma beneficiária. "O cadastro
está disponível para todos e pelo mesmo preço. Qualquer empresa que
adquirir o cadastro pode usar a chancela da Telemar, desde que
assinem o termo de confidencialidade", declarou.
O diretor falou que a Telemar não autorizou a
Telelista a realizar venda de anúncios como empresa oficial. Segundo
ele, a venda de anúncios para a lista obrigatória é ilegal. Hallak
não soube informar se os donos das empresas Straus e Oda, que
controlam a Telelista, possuem participação acionária na
Telemar.
DIRETOR JUSTIFICA ATRASO NA DISTRIBUIÇÃO DE
LISTAS
De acordo com José Luiz Hallak, o atraso na
distribuição de listas ocorreu devido à dificuldade de se atualizar
o cadastro. "Há uma mudança de endereços que gira em torno de 14% ao
ano. A Telemar teve uma grande expansão em 2001, passando a atender
1.572 localidades. Foram realizados investimentos da ordem de R$ 1,2
bilhão no Estado de Minas Gerais. O atraso aconteceu para que a
lista pudesse sair mais completa", comentou.
Cobrança - O diretor
informou que a cobrança pelo serviço de auxílio à lista é feita
quando a informação solicitada é sobre telefones comerciais que
constam na lista obrigatória de telefones não residenciais
distribuída aos assinantes. Se os assinantes tiverem solicitado a
lista de telefones residenciais e pedirem informações sobre ela
também haverá tarifação. Caso contrário, não há cobrança pelo
serviço. "Não há prejuízo para os assinantes", garantiu Hallak.
Também compuseram a mesa a representante da
Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público Estadual,
Neli Isabel Oliveira Colen; e o gerente de Relações Institucionais
da Telemar, Paulo de Tarso Barbosa Passos.
Presenças - Participaram da
reunião os deputados Márcio Kangussu (PPS), presidente da Comissão;
Djalma Diniz (PSDB), viec-presidente; e Agostinho Silveira (PL),
relator.
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