IML, em condições precárias, poderá ser reformado

Os convidados desta quarta-feira (17/4/2002) da Comissão de Direitos Humanos apresentaram os principais problemas do ...

17/04/2002 - 18:10
 

IML, em condições precárias, poderá ser reformado

Os convidados desta quarta-feira (17/4/2002) da Comissão de Direitos Humanos apresentaram os principais problemas do Instituto Médico Legal (IML), órgão pertencente à estrutura da Polícia Civil, e as vantagens do projeto de reforma de seus prédios. Segundo o professor de anatomia da UFMG, Ezequiel Hubinstein, o projeto será importante na separação das funções do IML e do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO); na melhoria da qualidade da vigilância sanitária; e nas pesquisas da área de saúde mediante videoconferência e a Internet II (Internet com acesso limitado aos pesquisadores da saúde). O professor ainda deixou clara a importância da intervenção dos deputados no sentido da criação de uma lei específica sobre a destinação de cadáveres para estudo, já que, atualmente, a demanda dos cursos da área biológica não é suprida.

O coordenador do projeto de reforma do IML, Marcelo Guimarães Nogueira, enumerou os benefícios da obra. De acordo com ele, o novo prédio terá um guichê de atendimento maior; sala para orientação jurídica e outra psicológica; um pequeno ambulatório para atender os casos médicos eventuais no local; tratamento da água de acordo com as normas da Copasa; tratamento do ar das salas onde são feitas as necropsias e os tratamentos dos corpos; e um sistema de gravação das necropsias. "Esse trabalho vem sendo desenvolvido há quase um ano mediante pesquisas. O custo das obras pode chegar a 6 milhões de reais," afirma.

O deputado Durval Ângelo (PT) destacou a importância do trabalho do IML. "O laudo do IML é peça fundamental em qualquer ação penal que envolva óbito ou casos de violência. Na última visita que fiz ao Instituto, no final de fevereiro, pude presenciar enormes deficiências e um esforço muito grande de servidores e médicos para que a situação fosse diferente. O que estava faltando era vontade política para dar outro rumo ao IML", disse.

De acordo com o vice-diretor do IML, José Mauro Morais, o prédio do órgão tem 25 anos e não apresenta condições para atender a demanda de serviço. "30% dos serviços são representados pelo Serviço de Verificação de Óbito, que não é a atividade fim do IML. A gente não tem condições técnicas de continuar prestando este serviço. Foi feita uma proposta de reestruturação do órgão com participação das secretarias de Saúde Estadual e Municipal, de Segurança e Sudecap, que permitirá o atendimento de até 280 necropsias por dia, sendo que, atualmente, a capacidade é de 30 a 40. Nesta proposta de reforma também consta uma parceria com a Faculdade de Ciências Médicas e a UFMG, no sentido de viabilizar o fornecimento regulamentado de cadáveres.

O consultor técnico da Secretaria Municipal de Saúde, Ivan Batista Coelho, disse que o IML não tem estrutura física suficiente e nem um patamar satisfatório de recursos humanos para desempenhar as duas funções: as questões ligadas aos óbitos com causas externas mais violentas e questões relacionadas às mortes naturais. A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, de acordo com Ivan Coelho, também está trabalhando no sentido de tentar viabilizar a ampliação e a criação de um Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) específico.

O assessor técnico da Superintendência de Epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde, Vicente Augusto Jau, disse que o projeto tem a missão de alcançar todo o Estado de Minas Gerais, pois a modernização tem também um interesse epidemiológico. "Por exemplo, a demora no deslocamento de pessoas doentes comprometeria um bloqueio epidemiológico satisfatório, evitando que certas doenças possam acometer uma nova população," explicou.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Márcio Kangussu (PPS), presidente da Comissão; Marcelo Gonçalves (PDT), vice-presidente; João Leite (PSB) e Durval Ângelo (PT); além do promotor de Justiça Francklin Higini Caldeira Filho; o consultor técnico da Secretaria Municipal de Saúde, Ivan Batista Coelho; o vice-diretor do IML, José Mauro Morais; o coordenador do projeto de reforma do IML, Marcelo Guimarães Nogueira; o professor de anatomia da UFMG, Ezequiel Hubinstein; e o assessor técnico da Superintendência de Epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde e professor da Faculdade de Ciências Médicas, Vicente Augusto Jau. O deputado Edson Rezende (PT), autor do requerimento que originou a reunião, justificou sua ausência.

 

 

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