Seminário das Águas tem 4ª reunião do interior em Capitólio

Será em Capitólio, nesta terça-feira (23/4/2002), a segunda reunião de interiorização do Seminário Legislativo "Águas...

18/04/2002 - 16:56
 

Seminário das Águas tem 4ª reunião do interior em Capitólio

Será em Capitólio, nesta terça-feira (23/4/2002), a segunda reunião de interiorização do Seminário Legislativo "Águas de Minas II" na Bacia do Rio Grande. Os encontros no interior tiveram início em Lagoa Santa (Bacia do Rio São Francisco), no dia 12 de abril, e a primeira reunião com as comunidades da Bacia do Rio Grande ocorre em Uberaba, no dia 18. O seminário legislativo é promovido pela Assembléia mineira em parceria com instituições governamentais e não-governamentais e sua etapa final acontecerá no Plenário da Alemg, em Belo Horizonte, entre os dias 1º e 3 de julho. O evento em Capitólio, que terá início às 9 horas, será realizado no Balneário Escarpas do Lago (sede social do Clube Campestre - Rua das Galeotas, s/n). O coordenador do encontro será o deputado Marco Regis (PL).

Cento e dezenove municípios foram convidados a participar do evento em Capitólio, entre eles cidades como Guaxupé, São Sebastião do Paraíso, Três Pontas, Lagoa Dourada e São Roque de Minas. Os diferentes usos da água, entre eles para a agricultura, para a geração de energia elétrica e para o lazer, deverão ser focos dos debates em Capitólio, na Região do Médio Rio Grande. Esse município está situado às margens do Lago de Furnas. Furnas Centrais Elétricas conta com um complexo de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares, totalizando uma potência instalada de 8.141 MW, sendo 38 subestações e 14.000 Km de linhas de transmissão, posicionando-se assim, como uma das maiores empresas nacionais.

Vinculada ao Ministério das Minas e Energia, Furnas nasceu estimulada por um desafio: superar a crise de suprimento de energia elétrica que, no final da década de 50, ameaçava de colapso os três principais centros sócio-econômicos brasileiros - São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O imenso potencial hídrico do Rio Grande, que corta a Região Sudeste, grande parte na divisa de São Paulo e Minas, era a resposta para solucionar essa deficiência da região. A usina começou a operar em 1963, fornecendo energia para os parques industriais de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, que puderam retomar e dinamizar a produção, com o excepcional reforço de energia elétrica. Conciliar o uso da água do Rio Grande - que se junta ao Paranaíba para formar o Rio Paraná - para geração de energia com os diferentes usos para o lazer é um dos desafios dessa região, que tem vocação turística.

APOIAR A CRIAÇÃO DE COMITÊS DE BACIA É UM DOS OBJETIVOS

Entre os objetivos das reuniões de interiorização do Seminário Legislativo "Águas de Minas II", está o de estimular a criação dos comitês de bacia hidrográfica e a participação da sociedade civil e dos usuários na busca de alternativas para solucionar os problemas das águas. Os comitês de bacia hidrográfica, cuja função é deliberativa e normatizadora, são integrados pelo poder público, pelos usuários e pela sociedade civil organizada. Em Minas, foram definidas mais de 30 possibilidades de criação de comitês de bacia (pois pequenas bacias podem gerar um único comitê) e, desse total, 17 já foram aprovados, sendo 12 em funcionamento e outros cinco em estruturação.

Entre os comitês já aprovados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, está o Comitê de Bacia Hidrográfica do Entorno do Reservatório de Furnas, que já tem comissão provisória atuando. Segundo Fausto Costa, da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), cuja sede é em Alfenas, aguarda-se, agora, a edição de decreto do governador Itamar Franco formalizando a criação do comitê, com atribuições e definição do número de membros. Cinqüenta e três municípios estarão representados no comitê, com a participação de 24 integrantes. Na opinião de Fausto Costa, surgirão muitas indagações durante o seminário sobre as questões ambientais, sobre as alternativas para preservação de nascentes e sobre o melhor aproveitamento das águas. "O seminário será um momento importante para esclarecer todas essas dúvidas e disseminar informações", completou.

Eleição dos delegados - Na reunião desta terça-feira (23/4), em Capitólio, serão eleitos seis delegados que terão direito a voz e voto na plenária final. Eles devem representar, paritariamente, o poder público, a sociedade civil organizada e os usuários da água (indústrias, companhias de abastecimento de água, produtores rurais, entre outros).

SEMINÁRIO VAI COLHER SUBSÍDIOS PARA TRABALHO LEGISLATIVO

As metas gerais do seminário são avaliar a implantação das políticas estadual e federal de recursos hídricos e a adoção de seus institutos e instrumentos de gestão; e obter subsídios para a elaboração de leis. O primeiro evento sobre o tema aconteceu em 1993. Em 1999, os seminários passaram por um processo de interiorização, com encontros prévios nas diversas regiões mineiras, antes da plenária, em Belo Horizonte. Na plenária final, são ministradas palestras por representantes dos segmentos envolvidos com o tema abordado; há discussões em grupos de trabalho específicos e, em seguida, a votação de um documento que subsidia ações legislativas e executivas, entre outras.

Encontros até junho - As 17 reuniões de interiorização, que acontecem em cidades localizadas em sete bacias hidrográficas de Minas, vão até junho (veja relação abaixo das próximas reuniões). As três Comissões Técnicas Interinstitucionais (CTIs) do seminário são encarregadas, entre outras tarefas, de produzir relatórios que subsidiarão os eventos do interior e a discussão nos grupos de trabalho, na etapa final. Essas comissões tratam dos seguintes temas: "Gerenciamento das Águas", "Gestão das Águas" e "Agência de Bacias".

PROGRAMAÇÃO PREVISTA DO ENCONTRO EM CAPITÓLIO

9 horas: abertura pelo coordenador, deputado Marco Regis (PL)

9h30 às 10 horas: apresentação da dinâmica do seminário

10 horas à 10h30: exposição: "Aspectos fundamentais das políticas de recursos hídricos"

10h30 às 12 horas: grupos de Trabalho - leitura e discussão das propostas das Comissões Técnicas Interinstitucionais (CTIs): "Gestão das Águas", "Agência de Bacia" e "Gerenciamento das Águas: Instrumentos"

12 horas às 13h30: almoço

13h30 às 15 horas: grupos de Trabalho: consolidação das propostas

15 às 17 horas: apresentação dos trabalhos de grupo

CALENDÁRIO DAS PRÓXIMAS REUNIÕES NO INTERIOR

Abril: Divinópolis (dia 26); Conselheiro Lafaiete (dia 30)

Maio: Teófilo Otoni (dia 7); Araçuaí (dia 9); Patos de Minas (dia 14); Paracatu (dia 16); Ipatinga (dia 23); Governador Valadares (dia 24); Poços de Caldas (dia 28)

Junho: Caratinga (dia 4); Pirapora (dia 7); Montes Claros (dia 8); Juiz de Fora (dia 11)

AÇÕES DA ASSEMBLÉIA EM PROL DAS ÁGUAS DE MINAS

* Movimento "Minas em Defesa das Águas": realizou ciclos de debates e orientou a participação da Alemg em manifestações públicas pelas águas em Minas. O movimento também esteve presente na defesa de Furnas, por meio da Frente Parlamentar Jorge Hannas. Outras questões como a divisão da Cemig e a criação de comitês de bacias foram debatidos pelas Comissões.

* Cipe São Francisco: dessa comissão interinstitucional parlamentar de estudos participam deputados dos cinco estados banhados pelo rio da unidade nacional. Desde 1992, quando foi implantada, a Cipe acumulou um importante acervo de informações que podem contribuir para a implantação de uma política de desenvolvimento sustentável da bacia do São Francisco.

* Cipe Rio Doce: é formada por parlamentares de Minas e do Espírito Santo, banhados pelo rio Doce. Essa comissão promoveu encontros entre lideranças ambientalistas e propôs medidas para revitalizar esse importante rio e sua bacia, incentivando, inclusive, a criação de comitês.

* Cipe Paraná/Rio Grande/Paranaíba: a Alemg tem trabalhado, juntamente com outras Assembléias, na estruturação de Cipes para o desenvolvimento sustentável regional.

* Rio das Velhas: o Parlamento mineiro realizou um ciclo de debates visando à revitalização da bacia do Rio das Velhas, integrando-se às importantes ações do Projeto Manuelzão.

* Gerenciamento das Águas: a Alemg apresentou trabalhos no IV Diálogo Interamericano de Gerenciamento das Águas, em Foz do Iguaçu, e no III Encontro das Águas, em Santiago do Chile.

* Medalha 500 Anos do Rio São Francisco: A Alemg esteve presente nas comemorações dos 500 anos do São Francisco. Objeto de debates e estudos patrocinados pelo Legislativo mineiro, o "Velho Chico" teve seus 500 anos lembrados com uma homenagem às pessoas que trabalham pela sua preservação.


 

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