Comissão considera informações contraditórias

Representantes da Cemig, Copasa e Telemar não convenceram os deputados da Comissão de Defesa do Consumidor sobre a re...

10/04/2002 - 17:56
 

Comissão considera informações contraditórias

Representantes da Cemig, Copasa e Telemar não convenceram os deputados da Comissão de Defesa do Consumidor sobre a relação entre os índices de aumento das tarifas cobradas pelos serviços prestados pelas empresas e a inflação, desde a implantação do Plano Real, em 1994. "As informações são contraditórias, é necessário uma fonte comum de avaliação para que os dados sejam analisados", afirmou o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), autor do requerimento que solicitou a reunião da Comissão nesta quarta-feira (10/4/2002). As informações apresentadas pelas empresas foram contrastantes com os dados da Comissão.

A presidente da Comissão, deputada Maria José Hauisen (PT), afirmou que irá solicitar, a algum instituto especializado, a uniformização da base de dados para uma posterior análise. "Não podemos afirmar se as informações dos convidados são falsas ou não. A reunião despertou um maior interesse da Comissão e a necessidade de um esclarecimento aos consumidores desses serviços essenciais, mas de alto custo", disse.

Segundo o superintendente de Planejamento Cooperativo e Participações da Cemig, João Luiz Senra Vilhena, desde 1999 as tarifas de serviços elétricos foram elevadas acima dos índices de inflação. "Isto se deve principalmente à desvalorização do Real e aos encargos de recompensação dos municípios atingidos por inundações", disse. Ele afirmou que, antes dessa data, os índices de inflação eram maiores que os reajustes das tarifas. O gerente de Tarifas da Cemig, Emílio Cartelar, explicou que o sistema de reajuste da tarifa elétrica é baseado em uma parte gerenciável pela empresa e outra não-gerenciável, definida pela Aneel e outros órgãos do setor. "O reajuste tarifário é de origem da parte não-gerenciável, sobre a qual a Cemig não tem nenhuma responsabilidade. Em 1998, os custos não gerenciáveis eram 28% do total, hoje representam 49%", afirmou.

O superintendente Comercial da Copasa, Hubert Brant Moraes, disse que a tarifa da empresa teve um reajuste inferior aos índices de inflação. "A tarifa aumentou 184% nos últimos seis anos, valor menor do que a elevação do salário mínimo", assegurou. Segundo ele, a tarifa média é calculada pelos custos do serviço. Hubert Brant informou, ainda, que a população de baixa renda paga pela "tarifa social", que teve um reajuste de 79,44% desde a implantação do Plano Real, e nenhuma elevação de preço nos últimos quatro anos.

De acordo com o gerente de Relações Institucionais da Telemar, Paulo de Tarso Barbosa Passos, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) fiscaliza se os índices de aumento propostos pela empresa estão de acordo, para, a partir daí, autorizar os reajustes de preços. "Mais de 120 indicadores são considerados para que o reajuste seja feito", explicou. Paulo de Tarso lamentou a ausência do gerente regional Anatel em Minas, Fernando Antônio França Pádua, para explicar como é feita fiscalização.

O representante do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações, Aristóteles dos Santos, e o diretor do Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro), Marcelo Correia, não concordaram com os dados apresentados pelos representantes das empresas. "A Anatel não desenvolve seu papel de fiscalizar. As empresas apresentam dados mascarados para reajustar as tarifas", opinou Aristóteles Santos. Segundo ele, a tarifa básica da Telemar foi acrescida em 353% nos últimos seis anos, enquanto a inflação foi de 80%. Ele denunciou a empresa por fechar vários postos de atendimento aos clientes e criticou as privatizações.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Maria José Haueisen (PT), presidente da Comissão, Doutor Viana (PMDB) e Adelmo Carneiro Leão (PT).

 

 

 

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