Debatida redução de ICMS de usinas que utilizam biomassa

O presidente dos Sindicatos da Indústria da Fabricação do Álcool de Minas Gerais (Siamig) e da Indústria do Açúcar (S...

10/04/2002 - 16:17
 

Debatida redução de ICMS de usinas que utilizam biomassa

O presidente dos Sindicatos da Indústria da Fabricação do Álcool de Minas Gerais (Siamig) e da Indústria do Açúcar (Sindaçúcar), Luiz Custódio Cotta Martins, defendeu, na reunião desta quarta-feira (10/4/2002) da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, a aprovação do Projeto de Lei (PL) 1.585/2001, do deputado Marco Regis (PL), que reduz o ICMS incidente no açúcar e no álcool produzidos por usinas que gerarem energia elétrica a partir de biomassa. A proposição recebeu parecer de 1º turno da Comissão de Constituição e Justiça pela sua aprovação na forma do substitutivo nº1, que submete a concessão dos incentivos aos preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Para o deputado Marco Regis, o substitutivo descaracteriza o projeto.

Segundo Luiz Martins, de cada quatro litros de álcool produzidos, um vai para o Estado, devido à incidência de alíquota de 25% de ICMS sobre o produto. Ele afirmou que, com os demais encargos, a carga tributária ultrapassa 40%. "Possuímos o menor custo do mundo para a produção de cana-de-açúcar, mas, mesmo assim, temos dificuldades. Há o protecionismo dos mercados estrangeiros com as barreiras tarifárias de exportação. Se houvesse interesse, a alíquota de ICMS do álcool poderia ser reduzida a 12% e poderia ser feita a compensação financeira em cima da gasolina importada", concluiu.

Produção - Luiz Martins informou que o setor está alavancando, apesar das dificuldades. De acordo com ele, foi erradicado o trabalho infantil e o salário médio do trabalhador rural é de R$ 400,00, enquanto o do trabalhador industrial é de R$ 700,00. "Estamos crescendo mesmo com a crise. A produção de álcool será 25% maior em relação ao ano passado", declarou. O dirigente dos dois sindicatos da indústria informou que a produção do setor cresce no período de seca, de maio a novembro, justamente o período de crise de energia. O setor gera, diretamente, 40 mil empregos e, indiretamente, quase 400 mil.

O assessor da diretoria do Grupo Carlos Lyra, Abel de Miranda Uchôa, disse que uma das dificuldades enfrentadas pelo setor em Minas Gerais é a grande capacidade produtiva do Estado de São Paulo. Para ele, se não houver uma proteção às indústrias para sua estabilização, por meio de incentivos fiscais, a tendência é de haver uma queda acentuada na produção. Abel Uchôa disse que o setor está totalmente globalizado, necessitando de incentivo para a sua consolidação e para o crescimento do volume de emprego.

Deputado pede vista de pareceres

O deputado Rêmolo Aloise (PFL) pediu vista do parecer de 1º turno sobre o PL 971/2000, do deputado Fábio Avelar (PTB), que concede incentivo fiscal às empresas que contratarem empregados entre 16 e 18 anos. O relator, deputado Dilzon Melo (PTB), opinou pela aprovação da matéria com a rejeição da emenda nº1 da Comissão de Constituição e Justiça e com a emenda nº2, da mesma Comissão, além da emenda nº3 que apresentou. A emenda nº3 diz que a contratação deve se dar mediante a assinatura de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

O deputado também pediu vista do parecer de 1º turno sobre o PL 1.833/2001, do deputado Ivair Nogueira (PMDB), que trata do programa estadual de inspeção e manutenção de emissão de poluentes e ruídos produzidos por veículos automotores em uso. O relator, deputado Luiz Fernando Faria (PPB), opinou pela aprovação da proposta na forma do substitutivo nº1 da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais e com as emendas 1 e 2 que apresentou. As emendas visam a adequação do texto do projeto, sem alterar seu conteúdo.

Foi aprovado parecer de 2º turno contrário ao PL 837/2000, do deputado João Paulo (PL), que proíbe as concessionárias do serviço público estadual de fazerem cobrança de valores a serem repassados aos municípios. O relator, deputado Dilzon Melo (PTB), opinou pela rejeição da matéria, alegando que a proposta traria prejuízos aos municípios mineiros. O PL 1.862/2001, do deputado Marcelo Gonçalves (PDT), foi baixado em diligência ao Hospital São Geraldo da UFMG, a pedido do deputado Rêmolo Aloise (PFL), relator da proposição.

A Comissão aprovou requerimento do deputado Luiz Fernando Faria (PPB), solicitando a retirada de pauta do PL 1.015/2000, do deputado Arlen Santiago (PTB), que autoriza doação de imóvel ao Conselho de Desenvolvimento Comunitário do Município de Buritizeiro. Foram aprovados, ainda, oito pareceres sobre proposições de doação e reversão de imóveis, sendo beneficiados os municípios de Vermelho Novo; Jesuânia; Rio Manso; Cataguases; Bela Vista de Minas; Estrela do Indaiá; Gonçalves; e São Gonçalo do Sapucaí.

Também foi aprovado requerimento do deputado Hely Tarqüínio (PSDB) pedindo o envio de ofício ao diretor do Departamento Estadual de Obras Públicas (Deop), ao presidente e ao vice-presidente da Associação do Deop, para que forneçam informações para subsidiar a discussão do PL 1.935/2002, do governador, que extingue a autarquia.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Mauro Lobo (PSB), presidente da Comissão; Anderson Adauto (PL); Dilzon Melo (PTB); Luiz Fernando Faria (PPB); Rêmolo Aloise (PFL); Marco Regis (PL); Paulo Piau (PFL); Irani Barbosa (PSD); e Agostinho Patrús (PTB).

 

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