Cabo PM nega participação no assassinato de promotor
O cabo PM Marcos Roberto Nunes, da 1ª Cia. de
Missões Especiais (Mesp), negou qualquer envolvimento no caso do
assassinato do promotor Francisco José Lins do Rêgo Santos, em
janeiro último. O policial foi ouvido nesta quarta-feira (3/4/2002)
pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia. Além da alegação de
inocência, o cabo afirmou que teve cerceado seu direito de defesa e
pediu apoio à Comissão no que se refere ao processo de recuperação
de sua imagem perante a sociedade.
"Tive a minha morte social e profissional
decretada", disse Marcos Roberto Nunes. Segundo ele, o nome "cabo
Nunes" teria sido citado em uma ligação telefônica interceptada pela
força-tarefa responsável pela investigação do assassinato. Marcos
Nunes disse que, provavelmente, a citação se referia a outro "cabo
Nunes". "Nunca fiz segurança na Rede de Postos West e também não
conheço nenhum dos envolvidos", declarou.
CABO DENUNCIA ARBITRARIEDADES
No dia 1º de fevereiro, viaturas do Gate e da Rotam
foram até a casa do policial com um mandado de busca e apreensão em
sua residência, alegando que ele teria participação na morte do
promotor. "Foi uma situação constrangedora. Fecharam a rua. Moro no
andar de cima e minha mãe no de baixo, e até a casa dela foi
revistada pelos policiais", comentou Marcos Nunes.
Em seguida, foi expedido um mandado para sua prisão
temporária, sob a alegação de que não teria sido localizado em sua
residência. "Tenho moradia fixa e local fixo de trabalho e,
portanto, não se justifica minha prisão temporária. Garanto não ter
sido procurado em momento algum", afirmou. O policial disse ter
ficado detido durante cinco dias, no 18º Batalhão. Marcos Nunes
ainda falou que teve seu nome e sua foto veiculados pela imprensa e
que foi "massacrado" pela sociedade.
Requerimento - A Comissão
aprovou requerimento do deputado Sargento Rodrigues (PDT),
solicitando a realização de reunião conjunta com as Comissões de
Constituição e Justiça e de Administração Pública, para debater o
Projeto de Lei Complementar (PLC) 41/2001, do governador, que trata
do Estatuto das Polícias Militares de Minas Gerais. Também foi
aprovada uma proposição que dispensa apreciação do Plenário.
Denúncias - O comerciante
Mozart dos Santos Gomes, presente à reunião desta quarta-feira,
disse que ele e sua família foram vítimas de armação de policiais da
Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes de Belo Horizonte, que também
os estariam ameaçando de morte. Luiz Gonzaga da Silva, outro
denunciante que participou da reunião, declarou-se vítima de
clonagem feita a partir da perda de seus documentos. Ele afirma não
conseguir atestado de bons antecedentes devido a condenações
existentes em outro município, envolvendo seu nome.
Sérgio Gomes da Costa solicitou apoio à Comissão no
sentido de agilizar o processo criminal contra Sérgio Teodoro
Aleixo, que teria espancado e estuprado sua esposa, na região de
Betim, e que responde ao processo em liberdade. Ele disse que, ao
contrário do acusado, não tem recursos para pagar advogados.
Presenças - Participaram da
reunião os deputados Márcio Kangussu (PPS), presidente da Comissão;
Edson Rezende (PT); Elbe Brandão (PSDB); e Marcelo Gonçalves
(PDT).
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