Comissão debate formas de verificar adulteração de gasolina

A adoção de tecnologias que possibilitem verificar a adulteração de gasolina, nos postos de combustíveis, foi o assun...

27/03/2002 - 15:55
 

Comissão debate formas de verificar adulteração de gasolina

A adoção de tecnologias que possibilitem verificar a adulteração de gasolina, nos postos de combustíveis, foi o assunto discutido pela Comissão de Defesa do Consumidor, nesta quarta-feira (27/03/2002). O diretor presidente da GDS - Tecnologia de Sistemas Ltda, Arysio Nunes dos Santos, afirmou que a empresa desenvolveu uma tecnologia que indica a fraude, mas é preciso teste de campo para comprovar se o equipamento funciona na prática. "Temos a parte técnica, mas é necessário apoio financeiro e logístico para a viabilização do projeto", afirmou. O deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento que originou a reunião, disse ser necessário um controle mais rigoroso da qualidade e comercialização do produto.

Segundo Arysio Nunes, a tecnologia utilizada para a verificação de adulteração de gasolina é similar à utilizada para o álcool, que também foi elaborada pela empresa presidida por ele. A verificação da fraude na gasolina será feita, principalmente, através de um equipamento eletrônico colocado nas bombas, que indicará se o produto é bom ou ruim. Tecnologias mais eficazes irão checar a origem histórica do produto. Arysio Nunes disse que a adulteração dos combustíveis gera perda fiscal para o Estado, concorrência desleal na venda do produto, prejuízos para os consumidores e danos ao meio ambiente. Ele criticou o número reduzido de fiscais da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para monitorar os 28 mil postos de gasolina existentes no Brasil.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Paulo Miranda Soares, afirmou que irá colocar vários postos de gasolina disponíveis para verificar a eficácia do equipamento desenvolvido por Arysio Nunes. "Estamos ansiosos para o efetivo controle da qualidade, nosso principal objetivo é acabar com as irregularidades", afirmou. Segundo ele, os fraudulentos precisam ter seus registros cassados para que o mercado tenha uma competição honesta.

A coordenadora dos Projetos Fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda, Soraya Naffah Ferreira, disse que a Secretaria tem trabalhado, desde 1996, no controle do setor de combustíveis. De acordo com ela, é feita a verificação de regularidade tributária e caso seja comprovada a existência de infrações o Ministério Público e a ANP são informados. "Não temos a atribuição de desenvolver tecnologia para o controle das fraudes, mas defendemos a qualidade do produto e a troca de informações", salientou. O gestor do Projeto Combustíveis da Secretaria, Antônio Osmar Alves, disse que os documentos resultantes do trabalho estão à disposição da Comissão.

O Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) é o órgão responsável pelo monitoramento da qualidade da gasolina na região Oeste do Estado. Segundo o pesquisador e coordenador do Setor de Análises Químicas do Cetec, Robson José de Cássia Franco Afonso, o Cetec coleta o produto e envia o resultado à ANP, no prazo máximo de cinco dia úteis para que a ação fiscal seja efetivada. Robson Afonso disse desconhecer alguma tecnologia que possa resolver o problema da adulteração de gasolina. "A morosidade da Justiça brasileira ajuda na formação da cultura da impunidade", criticou.

"Não podemos tratar a questão da adulteração da gasolina como um problema meramente fiscal. A fraude atinge mais o cidadão do que a receita do Estado", afirmou o presidente do Sindicato dos Fiscais e Agentes Fiscais de Tributos de Minas Gerais (Sindifisco/MG), Antônio de Pádua Miranda. Segundo ele, o Estado deve informar ao consumidor sobre a qualidade do produto e criar uma política de enfrentamento do problema.

Presenças: Participaram da reunião os deputados Maria José Haueisen (PT), presidente da Comissão, e Rogério Correia (PT) .

 

 

 

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