Subfinanciamento da Saúde causa falta de leitos na capital

Os representantes das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde apontaram o subfinanciamento crônico do Sistema de Sa...

27/03/2002 - 15:52
 

Subfinanciamento da Saúde causa falta de leitos na capital

Os representantes das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde apontaram o subfinanciamento crônico do Sistema de Saúde, nos níveis municipal, estadual e federal, como a principal causa da falta de leitos nos Centros de Terapia Intensiva de Belo Horizonte. O tema foi discutido nesta quarta-feira (27/3/2002) pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia. Segundo o secretário de Estado da Saúde, Carlos Patrício Freitas Pereira, serão disponibilizados, de imediato, 60 novos leitos para a população, com recursos oriundos de aumento do teto no repasse de recursos federais para o Estado. O investimento total para a construção desses novos leitos será de R$ 300 mil a R$ 500 mil.

"O crescimento da demanda por serviços de tratamento intensivo também é responsável pela falta de leitos. Além do aumento da violência e do número de acidentes de trânsito, há o aumento da expectativa de vida da população", afirmou o secretário. De acordo com ele, outro fator determinante é a ampliação de procedimentos de alta complexidade cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que demandam atendimento em Unidades de Terapia Intensiva. Carlos Patrício Freitas disse que o número de leitos cresceu muito nos últimos anos. "Em 1999, havia 300 leitos para adultos e 40 leitos neonatais. No final de 2001, o número já era de 600 leitos para adultos e 247 leitos neonatais", informou.

Providências - Além do aumento no teto de recursos federais, o secretário falou que é necessária a revisão da tabela do SUS; a revisão das normas de credenciamento dos hospitais; a triagem de pacientes pelas centrais de regulação, para coibir possíveis exageros por parte dos médicos; a descentralização do atendimento por meio do fortalecimento dos macro pólos, para criar um "cinturão protetor" que evitaria o excesso de transferência de pacientes para Belo Horizonte; e um maior investimento na atenção básica, que acarretaria em um menor fluxo para a área assistencial.

GASTO COM MANUTENÇÃO DE LEITO SUPERA CUSTEIO

o secretário municipal de Saúde, Evilásio Teubner Ferreira, também reclamou da falta de financiamento da Saúde e dos baixos valores da tabela do SUS. Para ele, os pacientes do interior e dos pequenos hospitais sobrecarregam o atendimento. "Das 24 pessoas que aguardam atendimento, apenas 12 são de Belo Horizonte. A demanda de atendimento aumenta mais que os investimentos no setor. Segundo o secretário municipal, cada leito custa cerca de R$ 60 mil e o valor recebido para seu custeio gira em torno de R$ 160, enquanto os gastos totais chegam a R$ 500, o que leva à desativação de alguns leitos. Evilásio Teubner Ferreira informou que, nos próximos 45 dias, deverão ser oferecidos mais 29 leitos na capital.

PROJETO DÁ APOIO A VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO ESTADO

A Comissão aprovou parecer de 1º turno sobre o Projeto de Lei (PL) 1.844/2001, da deputada Maria José Haueisen (PT), que trata da proteção, auxílio e assistência às vítimas de violência no Estado. A relatora, deputada Elbe Brandão (PSDB), opinou pela aprovação da matéria na forma original. Também foram aprovadas duas proposições que dispensam apreciação do Plenário.

Requerimento - Foi aprovado requerimento do deputado Edson Rezende (PT) solicitando a realização de audiência pública para debater sobre o Instituto Médico Legal (IML), com a presença de representantes do Ministério Público, da Secretaria Municipal de Saúde e do IML.

Também compuseram a mesa o presidente do Conselho Regional de Medicina, Francisco José Caldeira Reis; a coordenadora de Credenciamento de UTIs da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Fátima Guedes; o diretor de Redes Assistenciais da SES, Rogério Oliveira Rezende; o superintendente operacional da SES, Adilson Stolet; Luiz Márcio Remo, secretário-adjunto de Estado da Saúde; o vice-presidente da sociedade Mineira de Terapia Intensiva, Marcelo Mascarenhas; e o superintendente da Fhemig, Fausto Ferrer Froes.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Márcio Kangussu (PPS), presidente da Comissão; João Leite (PSB); Elbe Brandão (PSDB); Carlos Pimenta (PDT); e Rêmolo Aloise (PFL).

 

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