Militares cobram mais reconhecimento por suas atividades

Representantes de policiais e bombeiros militares reivindicaram maior reconhecimento do Estado em relação às suas ati...

20/03/2002 - 15:14
 

Militares cobram mais reconhecimento por suas atividades

Representantes de policiais e bombeiros militares reivindicaram maior reconhecimento do Estado em relação às suas atividades. Eles foram ouvidos pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia nesta quarta-feira (20/3/2002), a pedido dos deputados João Leite (PSB) e Edson Rezende (PT). Segundo o deputado Edson Rezende, as atividades extrafuncionais exercidas por policiais militares, mais conhecidas como "bicos", são ilegais, mas representam uma forma de complementar o orçamento familiar. O deputado Cabo Morais (PL) disse que não há interesse da categoria em oficializar ou regulamentar o bico, mas, sim, em conseguir condições dignas de trabalho e alternativas viáveis para que a força de trabalho desses policiais seja aplicada em atividades legais.

"Quem faz bico é policial honesto, caso contrário, não precisaria. Defendo esse tipo de atividade até que seja instituído, no mínimo, um piso salarial de R$ 1,8 mil para a categoria, valor que já é pago em Brasília", declarou o deputado Sargento Rodrigues (PDT). Para ele, não se pode simplesmente acabar com os bicos. O deputado disse que, ou se regulariza a atividade, ou se acaba com ela, mas oferecendo melhoria de condições aos trabalhadores. Essas condições seriam o pagamento de hora extra, o reconhecimento de insalubridade e periculosidade das atividades, o pagamento de auxílio creche e auxílio educação, além de plano de carreira para esses servidores.

Projetos - Os deputados Sargento Rodrigues e Cabo Morais defenderam a aprovação de duas proposições em tramitação na Casa. O primeiro é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 62/2001, do deputado Cabo Morais, que assegura ao militar da ativa, ao completar dez anos de efetivo serviço no mesmo posto ou graduação, a promoção ao grau hierárquico imediatamente superior, independentemente da existência de vaga. A segunda proposta é o Projeto de Lei Complementar (PLC) 41/2001, do governador, que trata do Estatuto dos Militares do Estado. De acordo com o deputado Sargento Rodrigues, as questões trabalhistas reivindicadas pela categoria deverão ser decididas nesse projeto.

PARA MILITARES, BICO SÓ EXISTE POR FALTA DE RECONHECIMENTO

O presidente da Comissão do Movimento de Relações Humanas de Cabos e Soldados, cabo PM Luiz Carlos Cândido, disse que os militares não querem a regularização dos bicos, mas, sim, reconhecimento por suas atividades. "Os cabos e soldados são discriminados", comentou. O representante do Centro Social de Cabos e Soldados, cabo PM Adalberto dos Santos Valadares, falou que os bicos são um meio de dar condições de vida mais dignas às famílias. "Não queremos fazer bicos, queremos ser valorizados. Damos a nossa saúde, integridade e honra e não somos valorizados", disse. Para o cabo PM Wilson Fernandes, a classe está abandonada e relegada a segundo plano. "O bico passou a fazer parte do orçamento. Queremos um salário digno para não precisar dessas atividades", declarou.

Também compuseram a mesa o vice-presidente da Comissão do Movimento de Relações Humanas de Cabos e Soldados, soldado PM César de Andrade Ferreira; o representante da Área de Salvamento e Resgate do Corpo de Bombeiros, cabo BM Glayson Matias Barbosa; e os cabos PM Wander de Castro e Ivanir Antônio dos Santos.

Requerimentos - A Comissão aprovou requerimento dos deputados Edson Rezende (PT) e Adelmo Carneiro Leão (PT) solicitando a realização de um Seminário Legislativo sobre o tema "Segurança e Saúde". Outro requerimento aprovado, do deputado Edson Rezende, pede o encaminhamento de moção de pesar à família do policial Antônio Caetano Gandra, vítima de homicídio. Também foi aprovado requerimento do deputado Márcio Kangussu (PPS), presidente da Comissão, no sentido de que se tome providências para sua participação no XII Encontro do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), que será realizado no Sesc de Nova Iguaçu, de 21 a 24 de março, no Rio de Janeiro. A Comissão ainda aprovou requerimento do deputado Cabo Morais (PL), solicitando as notas taquigráficas da reunião.

Presenças - Compareceram à reunião os deputados Márcio Kangussu (PPS); Edson Rezende (PT); João Leite (PSB); Marcelo Gonçalves (PDT); Cabo Morais (PL); e Sargento Rodrigues (PDT).

 

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