Comissão debate jornada de trabalho e gratificação na SES

O aumento da jornada de trabalho, a extensão da gratificação-saúde de 30% aos servidores da área administrativa da Se...

13/03/2002 - 15:21
 

Comissão debate jornada de trabalho e gratificação na SES

O aumento da jornada de trabalho, a extensão da gratificação-saúde de 30% aos servidores da área administrativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e sua repercussão financeira foram assuntos debatidos, nesta quarta-feira (13/3/2002), na reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. Os deputados ouviram o presidente do Sind-Saúde, Renato Barros, e Terezinha Antonini, que representou o secretário Carlos Patrício. O objetivo da reunião foi colher subsídios para a elaboração do parecer sobre o Projeto de Lei (PL) 1.759/2001, do governador, que tramita em 1º turno e submete, mediante opção, à jornada de trabalho de oito horas diárias segmentos de classes de cargos da atividade-meio.

O presidente do Sind-Saúde, Renato Barros, criticou a ampliação da jornada dos profissionais da atividade-meio para oito horas, pois poderá provocar uma adesão compulsória dos servidores, que estão com salários defasados, mas sem que isso represente, de fato, um aumento real do salário. Ele lembrou que já existe, em nível nacional, a discussão sobre o estabelecimento de uma jornada de 30 horas semanais para toda a área da saúde. "Queremos isonomia de tratamento para atividade-meio e atividade-fim", completou. Os servidores sugeriram - afirmou Barros -, por meio de proposta de emenda apresentada pelo deputado Rogério Correia (PT), que aquele que não optar pela jornada de oito horas prevista no PL 1.759/2001 fará jus à graficação-saúde instituída pela Lei 14.176/2002. A gratificação, de acordo com a proposta de emenda, será extensiva aos servidores ocupantes de cargos efetivos e detentores de função pública de nível elementar e 1º grau, inclusive aposentados, do Quadro Setorial de Lotação da Secretaria de Estado da Saúde.

O que é a gratificação - A gratificação-saúde foi instituída pela Lei 14.176/2002 (ex-PL 1.761/2001, do governador). Ela foi concedida, a partir de 1º de outubro de 2001, ao servidor das classes de cargos do Quadro Especial de Pessoal da Secretaria, inclusive ao servidor inativo, no valor correspondente a 30% da base de cálculo mencionada no texto legislativo. As classes de cargos são: analista de saúde (base de cálculo: R$ 750,00); assistente técnico da saúde (base de cálculo: R$ 500,00); técnico da saúde (base de cálculo: R$ 500,00); e agente de serviços da saúde (base de cálculo: R$ 450,00). Dispositivo vetado, que está sendo agora analisado pela Assembléia, determinava que a gratificação fosse extensiva aos servidores da área administrativa lotados no Quadro Setorial da Secretaria.

Impacto - Terezinha Antonini, que representou o secretário Carlos Patrício na reunião, informou aos parlamentares que a repercussão financeira de se estender a gratificação aos profissionais da atividade-meio é pouco significativa, se comparada com o total da folha de pagamento da Secretaria da Saúde. O impacto da medida corresponderia, segundo ela, a 4,26% da folha. A servidora coordenou a comissão paritária que elaborou proposta de plano de carreira para a Secretaria, na qualidade de órgão gestor do SUS (Sistema Único de Saúde). Ela lembrou, ainda, que o Conselho Nacional de Saúde aprovou, em fevereiro, a norma operacional básica de recursos humanos, que prevê igualdade salarial entre níveis e carreira para o setor da saúde, entre outros pontos.

DEPUTADOS COMENTAM REUNIÃO

O relator do PL 1.759/2001 pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, deputado Rêmolo Aloise (PFL), informou, na reunião, que já colheu subsídios suficientes para emitir seu parecer, o que poderá ocorrer na próxima reunião da Comissão. Já o deputado Mauro Lobo (PSB), presidente, defendeu que a gestão pública ocorra não por crise ou por pressões, mas seja pautada pela eficiência e tenha continuidade administrativa. Ele ressaltou, ainda, que a definição das políticas de pessoal seja abrangente e duradoura.

O PL 1.759/2001 já foi analisado pelas Comissões de Constituição e Justiça, que apresentou o substitutivo nº 1, e de Administração Pública, que opinou pela aprovação da matéria na forma do substitutivo apresentado. A proposição foi convertida em diligência à Secretaria de Estado de Recursos Humanos e Administração por determinação do presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, em 27 de fevereiro.

Justificativa - Na justificativa para encaminhar o projeto, o governo esclarece que o PL fixa jornada de trabalho para os segmentos de classes, que menciona, do Quadro Especial de Pessoal da Secretaria de Estado da Saúde, de que trata o Decreto 36.033/94. A medida inclui no artigo 1º do Decreto 36.737/95, baixado com base na autorização legislativa contida no artigo 24 da Lei 11.819/95, o Quadro Especial da Secretaria de Estado da Saúde, ao mesmo tempo em que relaciona no artigo 2º os segmentos de classes de cargos de sua atividade-meio cujos ocupantes, mediante opção, ficarão submetidos à jornada de trabalho de oito horas diárias, bem como os detentores de função pública dos mesmos segmentos. O objetivo é estabelecer uma política administrativa de ampliação dessa jornada em apoio à atividade-fim da pasta, adequando-a às reais exigências de sua missão institucional.

DECRETO SOBRE ICMS

Ainda durante a reunião, a Comissão aprovou parecer favorável ao Projeto de Resolução (PRE)1.825/2001, que tramita em 2º turno, da bancada do PFL, que susta o Decreto 41.984/2001, que altera o ICMS incidente sobre produtos e insumos da agroindústria e da agropecuária. O parecer, do deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), foi aprovado na forma do vencido em 1º turno.

Foi retirado de pauta, a requerimento do deputado Ivair Nogueira (PMDB), o Projeto de Lei (PL) 1.585/2001, que dispõe sobre a redução do ICMS incidente no açúcar e álcool produzidos pelas usinas que produzirem energia elétrica a partir de biomassa. O projeto é de autoria do deputado Marco Regis (PL) e tramita em 1º turno. A Comissão aprovou, também, requerimento do deputado Kemil Kumaira (PSDB) que dispensa a apreciação do Plenário da Assembléia.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Mauro Lobo (PSB), que a presidiu; Antônio Carlos Andrada (PSDB), Rêmolo Aloise (PFL), Ivair Nogueira (PMDB) e Edson Rezende (PT).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715