Comissão discute uso de softwares livres no serviço público

A utilização de softwares livres por setores públicos e o monopólio da Microsoft foram debatidos, nesta quarta-feira ...

06/03/2002 - 22:13
 

Comissão discute uso de softwares livres no serviço público

A utilização de softwares livres por setores públicos e o monopólio da Microsoft foram debatidos, nesta quarta-feira (6/3/2002), pela Comissão de Administração Pública, com a participação de entidades ligadas à área da informática. Segundo o deputado Márcio Cunha (PMDB), autor do requerimento que originou a reunião, o debate era necessário para o esclarecimento do Projeto de Lei (PL) 1.095/2000, do deputado Rogério Correia (PT), que dispõe sobre a utilização de programas abertos na administração pública estadual. "Da forma como está o projeto, não havia condições de emitir o parecer, pois as suas disposições não estavam claras", opinou.

Tramitação - O deputado Sebastião Navarro Vieira (PFL), relator do projeto, que tramita em 2º turno, sugeriu que os convidados apresentem propostas sobre o assunto o mais breve possível, já que o prazo para a emissão do parecer já venceu. O PL 1.095/2000 está na Comissão de Administração Pública para receber parecer sobre o substitutivo nº 1, apresentado, em Plenário, pelos deputados Rogério Correia (PT) e Miguel Martini (PSB). A discussão em 2º turno foi encerrada em 6 de novembro do ano passado, com a apresentação do substitutivo, acompanhado de Acordo de Líderes.

O QUE É UM PROGRAMA ABERTO

Programa aberto é aquele que pode ser alterado para melhor adequar-se às necessidades do usuário. Esses programas vêm sendo desenvolvidos em contraposição aos programas fechados, cujos usuários não têm acesso à sua estrutura nem à forma como foram elaborados. O assessor de Assuntos de Segurança de Informática da presidência da Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte (Prodabel), Evandro Luiz de Oliveira, defendeu a aprovação do projeto, apesar de acreditar que alguns itens devem ser mais detalhados. Ele ressaltou ainda a segurança que o software livre proporciona aos usuários. "É importante o uso desse software, porque ele permite que o usuário saiba como o computador está executando o comando dado", disse.

Já para o presidente da Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais (Sucesu/MG), Cássio Rocha de Azevedo, o projeto de lei trava a livre concorrência. Além disso, ele disse ter dúvidas sobre a necessidade de uma legislação que imponha o uso desse software, já que há órgãos que o utilizam. "A discussão é válida, mas a aprovação do projeto nos causa muitas preocupações", declarou. Segundo ele, com a implantação obrigatória do software livre, os órgãos ficariam numa "sinuca técnica", pois seria limitada a execução de atividades não competentes ao software.

O gerente-geral de Sistemas de Informações da Assembléia, Marcelo Migueletto de Andrade, acredita que, se aprovado o projeto, o sistema deveria ser implantado a longo prazo. "É difícil mudar o hábito das pessoas, que se acostumaram com o sistema da Microsoft, mas ao mesmo tempo está ficando financeiramente inviável para a Assembléia mantê-lo", afirmou.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Sebastião Navarro Vieira (PFL); Márcio Cunha (PMDB); o assessor do presidente da Companhia da Processamento de Dados do Estado de Minas Gerais (Prodemge), Paulo César Lopes; gerente-geral de Sistemas de Informações da Assembléia, Marcelo Migueletto de Andrade; presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet de Minas Gerais (Assespro), Marcos Brafman; presidente da Sociedade Mineira de Software (Fumsoft), Luiz Marcos Brescia; presidente da Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais (Sucesu/MG), Cássio Rocha de Azevedo; vice-presidente da Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais (Sucesu/MG), José Glicério; Luiz Marcos Azevedo; presidente da Câmara da Indústria da Tecnologia da Informação na Fiemg, Aluísio Bartolomeu Pêgo de Oliveira; e o assessor de Assuntos de Segurança de Informática da presidência da Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte (Prodabel), Evandro Luiz de Oliveira.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715