Aprovado parecer sobre projeto do orçamento de 2002

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa aprovou, nesta quinta-feira (20/12/200...

20/12/2001 - 21:14
 

Aprovado parecer sobre projeto do orçamento de 2002

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa aprovou, nesta quinta-feira (20/12/2001), o parecer de turno único sobre o Projeto de Lei (PL) 1.796/2001, do governador, que contém o orçamento do Estado para 2002. O relator da proposta orçamentária foi o presidente da Comissão, deputado Mauro Lobo (PSB), tendo com o sub-relatores os deputados Luiz Fernando Faria (PPB), Rêmolo Aloise (PFL) e Ivair Nogueira (PMDB).

O PL 1.796/2001 estima a receita em R$ 19,5 bilhões e fixa a despesa em igual valor. O parecer ressalta que o déficit corrente é de R$ 693,6 milhões, superior ao previsto para o atual exercício. Os relatores observaram, ainda, uma forte dependência do ressarcimento pelo Governo Federal de despesas realizadas pelo Estado no setor de transporte e da compensação previdenciária com a União, no valor de R$ 2,64 bilhões, representando 23,7% do total das receitas ordinárias.

A emenda nº 2816-9, apresentada no parecer, limita as suplementações ao orçamento fiscal a 2% da despesa total. Esse limite não inclui o remanejamento de dotações referentes a pessoal e encargos e as suplementações de dotações dos Poderes Judiciário e Legislativo, bem como do Tribunal de Contas e do Ministério Público.

Receitas e receitas - A análise das receitas, feita pela Comissão, mostra que R$ 8,41 bilhões são recursos livres do Estado, correspondendo a apenas 43,10% dos recursos totais. As receitas restantes referem-se a recursos vinculados, à alienação de ativos e às parcelas a serem ressarcidas pelo Governo Federal. A receita tributária tem como principal componente o ICMS, 86,32%.

O serviço da dívida e as transferências constitucionais aos municípios representam R$ 4,14 bilhões do orçamento. Outros R$ 5,84 bilhões são recursos vinculados, ou seja, verbas que o Estado deve aplicar em programas pré-determinados, restando livres para aplicações R$ 9,52 bilhões, equivalentes a 108% dos gastos com pessoal e encargos sociais. Os gastos totais com pessoal e encargos somam R$ 8,79 bilhões, sendo 61,9% dos gastos com pessoal ativo e 38,1% com os inativos. Os juros e encargos da dívida pública (R$ 1,17 bilhões) representam 72% do serviço da dívida.

Emendas - O parecer ressalta que, devido ao grande número de emendas e às restrições de ordem constitucional e legal para a sua apresentação, procedeu-se a um amplo acordo para se estabelecerem as prioridades de cada deputado, sempre balizadas pela escassez de recursos, pelo interesse público e pela necessidade de adequação legal. O acordo foi para a aprovação de até 30 emendas, no valor de R$ 1 milhão por deputado.

O parecer foi pela rejeição da emenda nº 2-7, que direciona os investimentos em obras segundo o peso relativo de cada região na arrecadação de impostos. Os relatores argumentaram que os investimentos do Estado dependem de convênios e de recursos oriundos de organismos nacionais e internacionais de fomento, que não se sujeitam a critérios de distribuição regional.

Também foi apresentada a emenda nº 2819-3, que suprime o artigo 8º do projeto de lei, que possibilita ao Poder Executivo modificar as fontes de recursos, "fato que tornaria excessivo o poder discricionário para executar a programação". A emenda nº 2819-3 melhora a redação da emenda nº 1570-9, que fica prejudicada.

Os relatores deixaram de acatar a emenda nº 1571-7, que vincula parcela da receita de impostos ao pagamento das verbas retidas dos servidores e fere o art. 161, IV, da Constituição do Estado. Também recebeu parecer pela rejeição da emenda nº 2647-6, que autoriza a abertura de créditos suplementares até o limite de 10% de cada crédito orçamentário, sem nenhuma ressalva. Quanto às demais emendas de despesa, considerando a escassez dos recursos ordinários do Estado, os relatores opinaram pela sua rejeição.

Destaques - Durante a discussão do parecer, o deputado Rogério Correia (PT) pediu a votação destacada das emendas nº 1.726, 2.812, 2.813 e 2.814, que representam aumento de R$ 23 milhões no orçamento previsto para a Assembléia (R$ 318 milhões). A emenda nº 1.726, da Mesa, aumenta o orçamento em R$ 3 milhões para adequação da estrutura física das dependências da Assembléia, através de obras e aquisição de equipamentos; a emenda nº 2.812, prevê R$ 1 milhão, para compra de equipamentos; a nº 2.813 prevê R$ 4 milhões, para compra de imóvel; e a nº 2.814, R$ 15 milhões, para cumprir exigência atuarial (Lei 13.440/2000). As emendas foram aprovadas, com voto contrário do deputado Rogério Correia. O orçamento do Tribunal de Justiça também foi aumentado em R$ 53 milhões (era de R$ 711 milhões) e o do Ministério Público, em R$ 18 milhões (era de R$ 254 milhões).

Também foram aprovadas duas propostas de emenda. Uma, dos relatores, estabelece o repasse de R$ 3 milhões para o Detel, para aplicação em telefonia rural. A outra, do deputado Dilzon Melo (PTB), estabelece que a Assembléia Legislativa, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e o Tribunal de Contas poderão realizar créditos suplementares de até 5% do valor de seus orçamentos.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Mauro Lobo (PSB) - presidente; Ivair Nogueira (PMDB); Gil Pereira (PPB); Luiz Fernando Faria (PPB); João Leite (PSB); Rogério Correia (PT); Alberto Pinto Coelho (PPB); Miguel Martini (PSB); Adelmo Carneiro Leão (PT); Dilzon Melo (PTB); Rêmolo Aloise (PFL); Eduardo Brandão (PL); Agostinho Silveira (PL); Dalmo Ribeiro Silva (PPB); Doutor Viana (PMDB); Agostinho Patrús (PTB); Olinto Godinho (PTB) e o presidente Antônio Júlio (PMDB).

 

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