Reunião debate cirurgia cardíaca infantil no Hosp.Vera Cruz

Os baixos valores pagos pelo Ministério da Saúde para cirurgias e consultas médicas de pacientes atendidos pelo Siste...

13/12/2001 - 19:01
 

Reunião debate cirurgia cardíaca infantil no Hosp.Vera Cruz

Os baixos valores pagos pelo Ministério da Saúde para cirurgias e consultas médicas de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) levaram o Hospital Vera Cruz, de Belo Horizonte, a uma grave crise financeira que poderá acarretar, inclusive, a suspensão dos serviços de cirurgia cardíaca infantil. Esta foi a principal conclusão da audiência pública realizada, nesta quinta-feira (13/12/2001), pela Comissão de Saúde da Assembléia, com a presença de médicos do hospital e de representantes da Secretaria de Estado da Saúde, para esclarecer as causas que levaram à proposta de fechamento dos serviços.

O deputado Doutor Viana (PMDB), autor do requerimento que originou a reunião, lamentou a crise enfrentada pelo HVC, referente aos serviços de cirurgia cardiovascular pediátrica. Segundo o parlamentar, o hospital já realizou mais de cinco mil cirurgias nessa área, obtendo excelentes resultados. "Temos que buscar uma solução. O importante é impedir o fechamento dos serviços de cirurgias cardíacas infantis no Vera Cruz", disse. Doutor Viana lamentou a ausência, na reunião, do secretário de Estado da Saúde, Carlos Patrício de Freitas Pereira, que justificou o seu não comparecimento.

"O número de neonatos que nascem com problemas cardiovasculares é muito grande". A informação é do diretor clínico do Hospital Vera Cruz, o médico Paulo Abib, que lembrou que o hospital não recebe nenhum auxílio financeiro estadual ou municipal para atender a população carente. Segundo Abib, a maioria das crianças que chegam até o HVC buscando a cirurgia cardíaca infantil são carentes. "Não queremos fechar as portas. Precisamos sensibilizar o Legislativo mineiro e a sociedade para a crise que enfrentamos", disse.

O coordenador de Alta Complexidade da Secretaria de Saúde, Marcílio José Stortini, disse que o problema enfrentado pelo Hospital Vera Cruz preocupa a secretaria e toda a população do Estado. Stortini lamentou o congelamento da tabela de pagamentos do SUS aos hospitais, que, segundo ele, não podem deixar de pagar seus fornecedores. Ele informou, ainda, que no Brasil a média é de duas consultas médicas por habitante por ano, totalizando 300 milhões de consultas anuais. "É preciso que o Ministério da Saúde se sensibilize e revise os valores da tabela quanto aos procedimentos médicos", afirmou.

O diretor de Redes Assistenciais da Secretaria de Estado de Saúde, Rogério de Oliveira de Rezende, definiu os serviços oferecidos pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Vera Cruz à população como filantrópicos. Rezende também falou da necessidade de se rever a tabela referente ao pagamento das consultas médicas. "É inadmissível que um médico estude sete anos e receba do Ministério da Saúde apenas R$ 2,00 por consulta", lamentou.

O Hospital Vera Cruz iniciou as atividades de cirurgia cardíaca infantil em 1974 e atende, na maioria das vezes, segundo representantes da instituição, a população carente e crianças portadoras de Síndrome de Down.

Queijo Minas - A Comissão de Saúde aprovou parecer de 1º turno favorável ao Projeto de Lei (PL) 1.767/2001, do deputado João Batista de Oliveira (PDT), que dispõe sobre o processo de produção do queijo Minas artesanal, com a emenda nº 1, da Comissão de Justiça, com as emendas nºs 2 a 4, da Comissão de Política Agropecuária e com as emendas nºs 5 a 11, sugeridas pelo deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) e acatadas pelo relator, deputado José Braga (PDT). As emendas nºs 5 a 7 criam a certificação do produto e definem que a Emater estabelecerá o programa de qualificação dos produtores para a obtenção da certificação. A emenda nº 8 acrescenta aos itens já previstos a obrigatoriedade de se apresentar o certificado do IMA para que o queijo possa ser comercializado. A emenda nº 9 reforça o papel fiscalizador do IMA. A emenda nº 10 determina o incentivo à produção do queijo artesanal por parte do BDMG, com recursos do Funderur. Já a emenda nº 11 estabelece que o Poder Executivo garantirá as condições técnico-operacionais necessárias ao cumprimento da lei.

Requerimento - A Comissão de Saúde aprovou requerimento de autoria do deputado Marco Regis (PL), solicitando realização de audiência pública conjunta das Comissões de Saúde e a de Meio Ambiente e Recursos Naturais, no município de Muzambinho, Sul de Minas. A finalidade da reunião é debater as conseqüências do uso de agrotóxicos e o controle natural de combate às pragas agrícolas em Minas.

Outro requerimento aprovado, do deputado Doutor Viana (PMDB), solicita que seja viabilizada a ida da Comissão de Saúde e de deputados da bancada médica da Assembléia ao Ministério da Saúde, em Brasília, para tratarem da revisão dos valores remuneratórios para os procedimentos médicos e hospitalares.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Marco Regis (PL) - presidente da Comissão, Adelmo Carneiro Leão (PT), Carlos Pimenta (PDT) e Doutor Viana (PMDB).

 

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