Comissões discutem aposentadoria de professores públicos

As Comissões de Trabalho, Previdência e Ação Social, de Administração Pública e de Educação, Cultura, Ciência e Tecno...

12/12/2001 - 19:05
 

Comissões discutem aposentadoria de professores públicos

As Comissões de Trabalho, Previdência e Ação Social, de Administração Pública e de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia realizaram audiência pública conjunta, nesta quarta-feira (12/12/2001), para dar continuidade à discussão, com servidores públicos aposentados ou em afastamento preliminar, sobre revogações de aposentadorias concedidas, devido à morosidade da administração pública. A reunião anterior ocorreu em 16 de outubro.

Os processos de aposentadoria que foram anulados pela Secretaria de Estado de Recursos Humanos e Administração (Serha), bem como os de afastamento preliminar que foram devolvidos, e a diferença na contagem de tempo para aposentadoria de professores e diretores de escolas, foram questionados pela servidora Márcia Viana Bahia. Ela está em afastamento preliminar, esperando a aposentadoria desde abril de 1995. Para Márcia Viana, os servidores estão sendo prejudicados injustamente devido ao desentendimento entre a Serha, a Secretaria de Estado da Educação e o Tribunal de Contas do Estado. "Aposentadorias são concedidas de acordo uma legislação e depois o que foi determinado muda?", indagou a servidora. A demora na tramitação dos processos de aposentadoria, segundo Márcia Viana, está causando desgaste nos servidores.

O diretor do Centro de Línguas da Escola Estadual de Uberaba e representante dos diretores, Sebastião José de Oliveira, falou a situação dos servidores que assumiram cargos de direção de escola e que não têm o tempo de serviço contado como o de professor. Para Sebastião José de Oliveira, os diretores de escolas pertencem à categoria do magistério e, portanto, não se explica excluir da contagem de tempo para aposentadoria desses servidores o período em que estiveram em sala de aula. "Se antes de entrar no jogo soubéssemos clara e precisamente das regras, não estaríamos aqui", afirmou. A Assembléia Legislativa, segundo o diretor, é o único refúgio que esses servidores têm no momento.

A diretora da Superintendência de Pessoal da Secretaria de Estado da Educação, Maria de Lourdes, afirmou que a Secretaria está de acordo com os professores quanto à obediência à lei vigente na época das requisições de aposentarias e afastamentos. Ela disse, também, que a norma que rege o apostilamento para os diretores, modificada em 1999, pode ser revista pela Secretaria a partir do momento em que prejudique os servidores.

"A Resolução 2.572/95 não teve sucesso, não foi entendida", disse a superintendente da Central de Pessoal da Secretaria de Estado de Recursos Humanos e Administração, Geralda Almeida Afonso. Essa Resolução foi revogada pela Resolução 22/2001 e trata da possibilidade de contagem proporcional de tempo de trabalho no magistério, para fins de aposentadoria e concessão de qüinqüênio.

Segundo Geralda Almeida, enquanto a questão da contagem de tempo não for resolvida, o qüinqüênio não poderá ser pago, uma vez que é baseado em tempo de serviço. O entendimento entre as secretarias e o Tribunal de Contas precisa ser estabelecido o mais rápido possível, segundo a advogada da Associação de Professores Públicos de Minas Gerais, Jucy Amaral, para quem o erro cometido pelo Estado tem que ser assumido sem que para isso o servidor público seja prejudicado.

Os deputados Paulo Piau (PFL), Dalmo Ribeiro Silva (PPB) e Doutor Viana (PMDB) defenderam os professores e decidiram marcar audiência pública com o Tribunal de Contas do Estado, já que este não compareceu à audiência, para esclarecimento dos fatos.

A Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia vai entrar, segundo Paulo Piau, com representação pública junto ao Ministério Público, também na tentativa de resolução do caso dos servidores públicos que cumpriram as normas e que agora estão tendo seus direitos negados.

O deputado Doutor Viana, que pediu a reunião, lembrou que ele mesmo apresentou duas propostas de emenda à Constituição: a PEC 59/2001, que fixa o prazo de 180 dias para o TCE apreciar a legalidade dos atos de aposentadoria, reforma a pensão; e a PEC 64/2001, que define o prazo para a apreciação do requerimento de aposentadoria e garante a contagem de tempo relativo ao período de afastamento na hipótese de indeferimento.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PPB), presidente da Comissão de Trabalho, Previdência e Ação Social; Paulo Piau (PFL), presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia; e Doutor Viana (PMDB); além das representantes da Serha, Geralda Almeida Afonso e Débora Rêgo; da representante da Secretaria de Estado da Educação, Maria de Lourdes; da advogada da Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais, Jucy Amaral; da servidora Márcia Viana Bahia; e do representante dos diretores de escolas, Sebastião José de Oliveira.

 

 

 

 

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