Assembléia promove Seminário sobre Voluntariado
A Assembléia Legislativa de Minas Gerais está
promovendo, de hoje (3/12/2001) até a próxima quarta-feira (5), o
Seminário Legislativo sobre Voluntariado, para debater as
perspectivas e a importância do voluntariado para a sociedade. O
evento também tem por objetivo formular propostas e idéias que serão
reunidas para a elaboração de ações legislativas, executivas e de
entidades ligadas ao tema. O Seminário acontece até o dia 5 de
dezembro, data de comemoração do Dia Internacional do
Voluntariado.
Representando o presidente da Assembléia, deputado
Antônio Júlio (PMDB), o deputado Alberto Pinto Coelho (PPB),
1º-vice-presidente, iniciou os trabalhos dizendo que o Dia
Internacional do Voluntariado mobiliza sentimentos e atitudes de
humanismo, compreensão e fraternidade. "As pessoas e entidades
vinculadas ao desenvolvimento social vêm se destacando pela
capacidade de articular, organizar e implantar ações concretas no
âmbito público não estatal, contribuindo para minimizar as mazelas
sociais", declarou. Segundo o deputado, o voluntariado no Brasil
ainda enfrenta muitas carências e dificuldades, como a escassez de
recursos financeiros, deficiências de estrutura física e
administrativa, além da ausência de mecanismos legais de incentivo e
garantias ao setor.
O voluntariado como ação transformadora nas
diversas dimensões humanas
O diretor-presidente da Modus Faciendi, Antônio
Carlos Gomes da Costa, destacou a evolução das conferências no
âmbito mundial acerca do voluntariado. Segundo ele, a cronologia dos
eventos promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostra
que a questão está em pleno desenvolvimento no planeta. "Os avanços
na área de políticas públicas que trabalham favoravelmente ao
voluntariado estão se refletindo no aumento dos debates sobre o
tema. Creio que haverá progressos na área. A globalização que existe
na área econômica deverá se estender ao nível social", declarou.
Para Antônio Carlos, a ONU deve promover o desenvolvimento local
integrado e sustentável e tem acertado ao convocar, para as
convenções, não somente organismos internacionais e governos, como
também organizações sociais e indivíduos.
Para o articulador da Central do Voluntariado em
Minas Gerais, Demóstenes Romano, o princípio fundamental para o
voluntariado é cuidar da vida e, com isso, permitir a evolução da
pessoa como ser humano. "É importantíssimo que o indivíduo perceba a
sua capacidade de ser um agente de mudança social. Creio que a
pessoa avança psicologicamente e espiritualmente se dedicando ao
trabalho voluntariado", disse. Romano considera que ajudar o
próximo é uma atitude de caráter individual e não de marketing. "O
processo é particular e de conscientização. Não podemos burocratizar
o trabalho voluntário", afirmou.
O gerente de Relações Empresariais do Instituto
Ethos, Marcelo Abrantes Linguitte, disse que toda empresa pode e
deve colaborar com o voluntariado. "Várias grandes empresas já estão
envolvidas no assunto. É importante que a marca da empresa esteja
vinculada a atitudes engajadas e com responsabilidade social, pois
todo consumidor percebe quando isso acontece e dá preferência a
ela", declarou Linguitte. Para o gerente do Instituto Ethos, as
empresas possuem um papel atuante na mudança do comportamento
social. Ele lamentou a ausência de uma legislação que as permita ter
incentivos para atuarem com mais ênfase no trabalho voluntário.
|