Comissão ouve empreiteiros da indústria extrativa de carvão

Os empreiteiros que prestam serviços à Acesita Energética, no Vale do Jequitinhonha, disseram à Comissão Parlamentar ...

11/12/2001 - 17:56
 

Comissão ouve empreiteiros da indústria extrativa de carvão

Os empreiteiros que prestam serviços à Acesita Energética, no Vale do Jequitinhonha, disseram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Carvoarias, nesta terça-feira (27/11/2001), que as acusações feitas pelos Sindicatos de Trabalhadores acerca das condições de trabalho dos empregados da indústria do carvoejamento são falsas. Segundo Márcio José Silveira Paiva, presidente da Suporte Florestal e Agrícola Ltda., o relatório do Ministério Público do Trabalho, que inspecionou as empresas terceirizadas na região no final de agosto de 2001, considerou que nada de irregular foi comprovado. "Não temos situações de irregularidades nas nossas áreas e todos os pontos que foram levantados pelos sindicatos são inverdades", declarou Paiva.

Apresentando através de slides a produção e o número de empregados que trabalham para cada empresa terceirizada, Paiva afirmou que todas as questões relativas aos benefícios trabalhistas são cumpridas legalmente. Ele lembrou, ainda, que a Acesita não interfere na parte administrativa de suas empresas contratadas. "A Acesita paga apenas pela produção que fornecemos e não sofremos qualquer intervenção dela. Pagamos em dia os salários dos nossos empregados e recolhemos os impostos devidamente, inclusive o INSS e o ISS, que pagamos para a prefeitura", declarou.

O presidente da Suporte Florestal e Agrícola salientou que os funcionários são registrados na data correta de admissão e que as empresas não contratam crianças ou menores de idade. Márcio Paiva disse, também, que as empresas fornecem regularmente equipamentos de segurança para os trabalhadores e que o transporte dos mesmos são feitos em veículos avalizados pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER/MG). "Nossos carros são vistoriados semestralmente e temos licença para utilizá-los sem restrição. Sempre procuramos gerenciar da melhor forma, dentro dos critérios da legislação", disse Paiva.

Ministério Público - Na semana passada, o Ministério Público entrou com uma ação civil pública contra a Acesita e as empresas terceirizadas, visando uma adequação na conduta da empresa e a reformulação das relações de trabalho com os empregados terceirizados no prazo de 30 dias. Para isso, o procurador sugeriu que fossem realizadas reuniões entre o sindicato e as empreiteiras para buscar os entendimentos trabalhistas. Márcio Paiva afirmou que todas as tentativas para se reunir foram infrutíferas. "Nós sugerimos que nos encontrássemos em Minas Novas, pois achamos que deveríamos obedecer ao principio da territorialidade das empresas, mas o sindicato não concordou. Ele quer se reunir em Belo Horizonte e não vamos assentir essa proposta", declarou.

Compareceram também à reunião o sócio-presidente da Carbosul Ltda., Epaminondas Capuchinho; o proprietário da Carvoejamento Bá Carneiro Ltda., Sebastião César Carneiro; o proprietário da Itamarandiba Empreendimentos Florestais Ltda., Luiz Carlos Ambrósio; o proprietário da Jonas Barreiro dos Santos - ME, Jonas Barreiro dos Santos; o presidente da Lumar Carvoejamento, Luciano Alves Fernandes; o presidente da Manoel Alves da Silva e Cia, Manoel Alves da Silva; o presidente da Minas Novas Serviços Agrícolas Ltda., Carlos Adão Evangelista; o presidente da Paulo Roberto Oliveira Cardoso Ltda., Paulo Roberto Oliveira Cardoso; e o responsável pela Planejamento e Administração de Carvoejamento e Reflorestamento Ltda. (Placar), José Augusto Binda.

Requerimentos - Foram aprovados, ainda, oito requerimentos. Três são de autoria da deputada Elbe Brandão (PSDB). O primeiro pede a realização de perícia técnica para averiguar as diferenças entre os adicionais recebidos pelos funcionários da Acesita e das empreiteiras que prestam serviço para a empresa. O segundo solicita que seja intimado o funcionário do DER/MG que concedeu autorização para o transporte de passageiros em caminhões às empresas terceirizadas que prestam serviços à Acesita, engenheiro José Osvaldo Santos, Coordenador Regional da 38ª CRG do DER/MG. O terceiro, pede parecer técnico de Manoel Mendes de Freitas, professor e ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho, sobre a questão de terceirização de atividade fim entre empresas, que servirá para orientador as discussões e para a elaboração do relatório final.

Também foram aprovados três requerimentos do deputado Adelmo Carneiro Leão (PT). O primeiro intima a comparecer à Comissão o presidente da Câmara Municipal de Minas Novas e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração da Madeira e da Lenha de Capelinha e Minas Novas, Terezino Cordeiro de Azevedo. O segundo pede informação à Acesita Energética sobre o valor do custo da produção do carvão. No terceiro requerimento, o deputado convida a prestar esclarecimentos o representante da Fundação Jorge Duplat Figueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho (Funda-Centro) e o representante da Associação Mineira de Engenheiros de Segurança (Ames).

Requerimento do deputado Fábio Avelar (PTB) intima para depor à Comissão Inácio Pereira de Souza. Finalmente, foi aprovado requerimento do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PPB) solicitando ao comandante da Polícia Militar de Minas Novas o fornecimento de cópia do Boletim de Ocorrência 983/01, de 1º de novembro de 2001.

Presenças

Estiveram presentes à reunião os deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente da Comissão; Fábio Avelar (PTB), vice-presidente; Bilac Pinto (PFL); Dalmo Ribeiro Silva (PPB) e Elbe Brandão (PSDB), relatora.

 

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